(16/03/06)
- O Ministério do Meio Ambiente e o
Ibama anunciam no próximo dia 30 de
março o Plano de Monitoramento e Controle
da Mata Atlântica brasileira. O anúncio
ocorrerá durante a Conferência
das Partes (COP 8), em Curitiba, que de 20
a 31 de março reunirá autoridades
de 188 países mais a União Européia
para debater a proteção da biodiversidade
do planeta.
Com o Plano, desenhado com
ajuda de organizações, o Ibama
monitorará a Mata Atlântica por
satélite, como faz desde 2004 na Amazônia.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe) fornecerá ao Instituto imagens
precisas, em tempo real, de possíveis
desmatamentos, facilitando a intervenção
in loco dos fiscais.
O Plano será anunciado
pelo presidente do Ibama, Marcus Barros, e
pelo diretor de Proteção Ambiental,
Flávio Montiel. Eles consideram a execução
do Plano “urgente”, pois restam apenas 7%
da configuração original daquele
bioma no Brasil. A Mata Atlântica, que
chegou a ocupar 15% do território nacional,
ao longo dos anos teve sua presença
física reduzida a menos de 1%.
A aprovação
do Projeto de Lei da Mata Atlântica
(PL 1000/93) pelo Congresso Nacional (após
14 anos de discussões) sedimentou as
diretrizes legais para execução
do Plano, que surge para fazer valer a Lei
- é seu instrumento.
Diversidade – Maior floresta
tropical do Brasil, depois da Amazônia,
a Mata Atlântica é um dos cinco
principais biomas do planeta. Seus vários
ecossistemas se estendem por faixas litorâneas
do Atlântico, florestas de baixada e
de encosta da Serra do Mar, florestas interioranas
e matas de Araucária, ocupando montanhas,
rios, mangues, restingas, ilhas, cavernas,
campos de altitude e outros ambientes.
O bioma contém a
maior biodiversidade de espécies por
hectare entre as florestas tropicais do mundo,
muitas ainda desconhecidas pela Ciência.
Estima-se a presença de 10 mil espécies
de flora. Jabuticabas, ingás, guabirobas,
bacuparis. Orquídeas, bromélias,
samambaias, palmeiras, pau-brasil, jacarandá-da-bahia,
ipês, palmito e outros. Há desde
árvores grandiosas, como o jequetibá,
até minúsculas plantas hepáticas.
Fungos e sementes se espalham em grande quantidade
pelo chão.
A riqueza de formas de vida
é tal que a Mata Atlântica foi
declarada pela Unesco Reserva da Biosfera
- Patrimônio da Humanidade.
PIB – Os
17 estados onde há Mata Atlântica
respondem, juntos, por 70% do PIB brasileiro.
O desempenho, obtido pelo conjunto das atividades
produtivas estaduais desenvolvidas (e que
excedem a área de Mata Atlântica),
poderia ser melhor se o bioma não tivesse
sofrido com a devastação.
Os impactos negativos se
refletiram em 60% da população
brasileira, que reside na área de abrangência
do bioma e é beneficiada diretamente,
por exemplo, por seus mananciais. Grandes
rios, como Paraná, Tietê, São
Francisco, Doce, Paraíba do Sul, Paranapanema
e Ribeira de Iguape são importantes
para a agricultura, a pecuária e à
urbanização, abastecendo de
água mais de 120 milhões de
pessoas.
A mata responde ainda pela
estabilidade do solo, pelo equilíbrio
do microclima e pelo controle de pragas.
Para que o Plano tenha êxito,
o Ibama diz que será necessário
envolvimento da sociedade (veja abaixo algumas
formas de ajudar).
Como posso ajudar
Cidadãos podem colaborar
com ações educativas e de mobilização
voluntárias. Para tal, podem se cadastrar
no Programa do Ibama Agente Ambiental Voluntário.
Proprietários rurais
podem transformar suas terras em Reserva Particular
do Patrimônio Natural.
Consumidores podem praticar
o consumo consciente, adquirindo exclusivamente
produtos de marcas que possuam selos de responsabilidade
social e ambiental.
Turistas podem adquirir
artesanato de procedência sustentável.
Construtores podem evitar
invadir áreas de vegetação
nativa.
Produtores podem evitar
o manejo agrícola inadequado.
Caçadores devem se
lembrar de que o comércio ilegal de
espécies, além de aumentar o
risco de extinção, é
crime ambiental previsto na Lei dos Crimes
Ambientais, a chamada Lei da Vida (Lei 9.905,
de 12 de fevereiro de 1998).
Advogados e arquitetos podem
conferir se o desenvolvimento e a expansão
urbanas estão de acordo com o Plano
Diretor da cidade.
Gestores públicos
podem fazer valer princípios da função
social e ambiental presentes na Constituição
federal.
Empresários podem
estimular a responsabilidade social das empresas,
na busca pelo licenciamento ambiental
Populações
tradicionais podem contribuir com técnicas
de manejo sustentável, com seus conhecimentos
dos ecossistemas e das propriedades farmacêuticas
das espécies, valiosos para a biotecnologia.
Mais informações
pela Linha Verde – 0800618080