25/03/2006 - Pinhais
- O Brasil terá o primeiro mapeamento
completo da sua cobertura vegetal nativa até
o fim do ano. É o que anunciou hoje
(25) o secretário de Biodiversidade
e Florestas do Ministério da Meio Ambiente
(MMA), João Paulo Capobianco, no Dia
Brasil, evento paralelo da 8ª Conferência
das Partes da Convenção sobre
Diversidade Biológica (COP-8). "Hoje
só conseguimos mapear o desmatamento
na Amazônia e na Mata Atlântica",
revelou o secretário.
De acordo com Capobianco,
esse mapeamento já está sendo
realizado por meio de um esforço conjunto
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), em parceria com universidades públicas,
como a Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, e com a Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa). "Já
temos mais de 90% da Amazônia, do Pantanal
e da caatinga mapeados", contou.
Além de considerar
todos os biomas brasileiros, outra novidade
do mapeamento é que ele levará
em consideração áreas
de vegetação secundária.
"A metodologia adotada pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais, que monitora
o desmatamento na Amazônia, mede apenas
novos desmatamentos. Ela não consegue
perceber as áreas desmatadas que se
recuperaram", explicou Capobianco. "A
gente vai avaliar qual o grau de alteração
dessa vegetação primária,
quando acontece o reflorestamento."
Essa análise está
sendo baseada em imagens de satélite
referentes a 2002. "A idéia é
que esse seja o ano zero do levantamento.
Dependendo da aceitação da sociedade,
poderemos ter periodicidade nesse trabalho",
avaliou Capobianco. "O ideal é
que o estudo fosse refeito a cada dois ou
três anos."