11/05/2006
- Como o Brasil conseguiu compatibilizar a
auto-suficiência em energia com a preservação
ambiental, de forma a que 40% de sua matriz
energética provém de fontes
renováveis? Nos Estados Unidos esta
é uma pergunta feita com certa insistência
e que durante este mês será respondida
diversas vezes pelo professor José
Goldemberg, secretário do Meio Ambiente
do Estado, em uma série de conferências
e discussões em torno do tema desenvolvimento
sustentável, que está se realizando
naquele país.
O professor Goldemberg explicará
em seus encontros que a matriz energética
brasileira é uma das mais limpas, demonstrando
que mais de 40% é proveniente de fontes
renováveis. Isso é devido à
grande produção de energia elétrica
de origem hídrica, sem consumo de combustíveis
fósseis e emissão de gases que
provocam o efeito estufa. O secretário
lembrará ainda que mais de 40% da gasolina
brasileira cedeu lugar ao etanol da cana-de-açúcar,
que é também renovável.
A troca da gasolina por álcool no volume
atingido foi possível graças
à recente introdução
dos motores flex-fuel.
Nas duas primeiras semanas
deste mês, o secretário vai participar
de três eventos na Conferência
sobre Desenvolvimento Sustentável das
Nações Unidas, em Nova York.
O primeiro, promovido pelo International Institute
for Applied Sistem Analysis - IIASA, vai tratar
dos planos de um novo estudo global sobre
energia e sustentabilidade. O primeiro desses
estudos foi preparado sob coordenação
do professor Goldemberg e realizado com o
apoio do Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento - PNUD.
No Habitat, órgão das Nações
Unidas encarregado de problemas da urbanização
e transporte, Goldemberg vai apresentar o
trabalho desenvolvido em São Paulo
para a eletrificação de favelas
e as medidas que estão sendo adotadas
para desafogar o transporte, enfocando especialmente
a construção do Rodoanel Metropolitano.
O terceiro evento do secretário será
na Fundação das Nações
Unidas, onde apresentará as vantagens
do programa do álcool no Brasil e o
seu sucesso como instrumento de desenvolvimento
sustentável.
Terminadas as atividades
em Nova York, Goldemberg participa, em São
Francisco, de um encontro com cientistas e
empresários interessados na disseminação
do uso de fontes renováveis de energia
em todo o mundo. O secretário vai fazer
uma exposição para demonstrar
a viabilidade do programa brasileiro do álcool
nos demais países da América
Latina, no Caribe e na África, revelando
também que a importação
de álcool pelos Estados Unidos e Europa
contribuirá para a redução
das emissões de carbono nesses países,
contribuindo para o cumprimento das metas
estabelecidas pelo Protocolo de Kyoto.
Antes de encerrar a sua
visita aos Estados Unidos, o secretário
vai participar de um seminário na Universidade
de Princeton, onde vai discutir temas como
os possíveis cenários energéticos
mundiais e o papel da energia nuclear e as
suas implicações como a proliferação
de armamentos nucleares. Consta da sua agenda
ainda um encontro com David Sandalon, coordenador
do Grupo de Energia e Mudanças Climáticas,
da Fundação Clinton, que realizará
em setembro sua primeira reunião. O
professor Goldemberg é um dos conselheiros
convidados por Clinton.