11/05/2006
- O modelo brasileiro de uso de combustíveis
renováveis para suprir as necessidades
energéticas do país é
destaque nos principais jornais dos Estados
Unidos. Em artigos e editoriais, o exemplo
brasileiro desponta como alternativa viável
para a substituição dos combustíveis
fósseis. Segundo a mídia americana,
o etanol seria a saída econômica
e política mais indicada para os problemas
enérgeticos que o país enfrenta.
Em entrevista concedida
à rede americana ABC, exibida na noite
de segunda-feira (08/05), o ministro da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues,
destacou o importância do exemplo brasileiro
para o novo paradigma das energias renováveis
mundiais. “O império do petróleo
está acabando. Aonde quer você
vá, as pessoas estão procurando
alternativas para substituição
do petróleo”.
O tradicional programa de
reportagens ’60 Minutes’ exibiu também
na noite de segunda-feira (08/05) uma matéria
intitulada “A solução Etanol”.
Durante a reportagem, o jornalista Don Rather,
que esteve no Brasil para conhecer o modelo,
ouviu especialistas sobre a aplicabilidade
do modelo brasileiro de produção
de agroenergia no país norte-americano.
O jornalista David Pogue,
em coluna do jornal ‘The New York Times’ publicado
na última sexta-feira (05/05), se mostrou
surpreso com a eficácia do modelo brasileiro.
“Talvez eu seja o último homem do planeta
a saber do programa que já tem mais
de vinte e cinco anos. Eu achei simplesmente
incrível o fato do Brasil, um país
com uma fração dos recursos
e dinheiro dos Estados Unidos, está
tão anos luz se distanciando da gasolina”.
E termina com um apelo pelo uso de combustíveis
mais oportunos. “Não importa que cor
é sua bandeira política, não
concordamos todos que a poluição
é ruim, e que as fontes de petróleo
vão acabar eventualmente?”.
O jornal ‘The Wall Street
Jornal’ publicou ontem (10/05) um editorial
intitulado ‘O Movimento Biomassa’ em que discute
as alternativas de produção
de combustíveis derivados da biomassa.
De acordo com o artigo, o Brasil pode vir
a se tornar um dos grandes exportadores de
etanol. “O Brasil é um exemplo conhecido
em que a cana de açúcar cresce
em um clima tropical, com uma fermentação
convencional e destilação disponível
para transformá-la em Etanol. O combustível
abastece cerca de 40% dos carros do país
e compete com a gasolina sem nenhum subsídio
do governo. Dependendo do preço do
açúcar no futuro e das restrições
comerciais a ele e ao etanol, o Brasil pode
se tornar uma rede de exportação
do biocombustível”.
Já o jornal da Flórida
‘The Miami Herald’ destacou a cooperação
entre os dois países no editorial ‘Amigos
trabalhando para um objetivo comum em economia
e energia”. Segundo o artigo, o Brasil o os
Estados Unidos deveriam operacionalizar uma
ação conjunta para a produção
do combustível. “ Nós dividimos
o mesmo objetivo. Deveríamos começar
programas conjuntos para alcançar nossos
objetivos”.
Uma outra alternativa, proposta pelo editorial
do jornal ‘The New York Times’, “Milhas por
Espigas”, publicado na segunda-feira (08/05),
é a produção de biocombustíveis
por meio das culturas perenes americanas.
“Como o milagre da independência energética
do Brasil prova, uma atitude agressiva de
investimento em substitutivos de petróleo
pode acabar com a dependência na importação
do produto”.
EUA QUER ZERAR TARIFA
PARA IMPORTAÇÃO DE ETANOL BRASILEIRO
Em entrevistas concedidas
aos principais jornais e agências de
notícias americanas, os presidentes
dos Estados Unidos, George W. Bush, e o líder
da maioria republicana no congresso, John
Boehner, admitiram a possibilidade de zerar
a tarifa de importação do etanol
brasileiro que atualmente é de US$
0,54 por galão (3,78 litros).
O presidente americano,
que já vinha exaltando os combustíveis
renováveis como alternativa aos combustíveis
fósseis, pediu ao congresso na semana
passada que estudasse a suspensão da
tarifa. “Acabar com a tarifa vai possibilitar
a importação de etanol estrangeiro
e isto vai ajudar-nos com nossos custos”,
disse à rede de televisão norte-americana
CNBC.
“Nós não temos
etanol suficiente hoje. Temos que reduzir,
ainda que temporariamente, a tarifa sobre
o etanol que entra no nosso país, assim
aliviamos a pressão resultando em preços
de gasolina mais baixos”, diz Boehner a agência
Reuters.
No ano passado, o Brasil exportou para os
Estados Unidos cerca de US$ 77 milhões
de dólares em álcool etílico
para fins industriais.