No entender da palestrante, é fundamental
para o ecopedagogo, assumir uma postura de
escuta do que se apresenta como problemática.
"Num ambiente escolar, faz-se necessário
um diagnóstico das demandas e das potencialidades
para enfrentamento dessa problemática",
explicou.
Para Avanzi, esse caminho se compromete com
a emancipação dos sujeitos e
a construção da solidariedade,
desenvolvida em seus princípios essenciais,
sob a forma de programas de educação
para a paz, focalizando valores que promovam
a inclusão, a integração
das dimensões ecológicas e,
sobretudo, o compartilhar, consideradas as
diferenças e similaridades das diversas
formas de vida. No seu entender, "a atitude
de escuta do educador é essencial para
o estabelecimento de uma relação
de diálogo entre a diversidade de leituras
de mundo, considerando a legitimidade dos
diferentes saberes", concluiu.
A segunda palestra do curso coube a Fábio
Alberti Cascino, doutor em educação
pela Pontifícia Universidade Católica
de São Paulo - PUC e professor de Filosofia
e Educação Ambiental, que classificou
o tema "Ética e Meio Ambiente"
como instigante e difícil, alegando
que gostaria de estar falando em outro lugar,
num outro tempo, uma vez que "não
temos que comemorar grandes avanços
no que tange às questões éticas".
Segundo Cascino, estamos vivendo uma crise
de ordem conceitual na educação
ambiental. "O que estamos desenvolvendo
como atividade prática, está
substituindo a reflexão profunda sobre
os temas ambientais, que não se restrigem
apenas à coleta de latinhas, plantação
de hortas e coleta de lixo, práticas
consideradas ambientalmente corretas".
disse. Para o professor, o princípio
da educação ambiental deve consistir
basicamente na formação de cidadãos
críticos, capazes de resgatar a identidade,
abdicando dos valores estabelecidos pelo processo
de produção capitalista.
Lembrou, ainda, que a educação
ambiental durante um período ficou
muito associada à biologia e a ecologia,
promovendo certa fragmentação
pela falta de conhecimento da população.
“Precisamos resgatar o verdadeiro sentido
do movimento ambientalista, comprometendo-nos
de modo cooperativo e, para isso, é
preciso assumir responsabilidade coletiva
e efetiva, promovendo a integração
da educação ambiental, que a
meu ver está presente em todas as disciplinas",
concluiu.