No mês passado, o Greenpeace lançou
o relatório “Comendo a Amazônia”
(1), resultado de uma investigação
sigilosa realizada durante um ano nas regiões
de produção e consumo de soja,
baseada em análise de imagens de satélites,
sobrevôos, dados do governo e pesquisas
em campo. O documento revela o papel de três
multinacionais norte-americanas de commodities
agrícolas – ADM (Archier Daniels Midland),
Bunge e Cargill – na invasão da Amazônia,
impulsionando o desmatamento ilegal – muitas
vezes, feito com trabalho escravo, a grilagem
de terras públicas e a violência
contra comunidades locais.
Sojeiros, simpatizantes da monocultura da
soja na região de Santarém e
funcionários da Cargill reagiram de
modo bastante violento à ação
direta do Greenpeace nos terminais do porto
da multinacional norte-americana, quando 16
ativistas foram presos. Por outro lado, dois
dias depois desta ação, mais
de 30 organizações e movimentos
sociais locais - cerca de mil pessoas - manifestaram
seu apoio ao Greenpeace na Marcha Pela Floresta
em Pé, em defesa da produção
familiar e contra a monocultura de soja.
Depois de ter encerrado sua expedição
brasileira na cidade de Manaus, o Arctic Sunrise
parte na próxima quinta-feira, dia
1º de junho, para Saint Kitt’s, em Nevis,
no Caribe, para se fazer presente na 58ª
reunião anual da Comissão Baleeira
Internacional (International Whaling Comission,
IWC), em mais uma expedição
pela campanha de Oceanos do Greenpeace.