Teresina
(13/07/06) – A Superintendência do Ibama
no Piauí está com uma fiscalização
diária para coibir a comercialização
de animais silvestres na já conhecida
Feira de Animais do Mercado Central de Teresina.
Uma equipe de fiscais está diariamente
na feira para a apreensão e aplicação
de multas àqueles que vendem animais
da fauna brasileira.
De acordo com o chefe da
Divisão de Controle e Fiscalização
do Ibama, Orlando Araújo, o objetivo
do órgão com a fiscalização
nas feiras livres de animais silvestres é
extinguir a comercialização
desses animais. As feiras livres não
acontecem apenas no Mercado Central, mas em
vários pontos de Teresina e em todo
o Piauí.
O Ibama do Piauí
já possui condições estruturais
para abrigar a todos os animais que são
apreendidos nas fiscalizações.
Na semana passada, o órgão inaugurou
o Centro de Triagem de Animais Silvestres
(Cetas/PI), que possui laboratórios,
salas e uma equipe de profissionais treinada
para atender as demandas.
Além disso, o Ibama
possui um projeto de Educação
Ambiental – “Liberdade e Saúde”, em
parceria com as secretarias estadual e municipal
de Educação e a Secretaria de
Saúde. “O tráfico é uma
questão que envolve não apenas
os maus tratos aos animais, mas também
a saúde da população.
Animais silvestres podem transmitir mais de
150 zoonoses a quem os abriga”, revela Orlando
Araújo.
O objetivo do projeto Liberdade
e Saúde é fazer com que as gerações
atuais, conscientes dos prejuízos causados
pelo tráfico e das inúmeras
zoonoses que eles transmitem, possam romper
com esta cultura maléfica de criar
animais silvestres. “Enquanto houver compradores
para esses animais silvestres, haverá
o tráfico”, diz Orlando Araújo.
Segundo dados da Fundação
Municipal de Saúde, 100 pessoas foram
atacadas por primatas somente em 2005, em
Teresina. Podem ser considerados primatas
macacos, sagüis entre outros. Esses ataques
geram custos para o Estado e risco para a
saúde da população.
A Feira Livre de Animais
Silvestres do Mercado Central de Teresina
também comercializa, além dos
silvestres, os chamados animais exóticos,
que são aqueles vindos de faunas de
outros países. A lei não inibe
a venda desse tipo de animal. O Ibama não
pode apreender esses animais, a não
ser que eles estejam sendo maltratados. Os
animais exóticos encontrados na feira
são: canário belga, periquito
australiano e o calopsita.
O superintendente do Ibama,
Romildo Mafra, disse que o órgão
tem por obrigação fazer cumprir,
em especial, a lei de combate aos crimes ambientais.
“É inconcebível permitir o tráfico
de animais às vistas do Ibama, que
está estruturado para a apreensão.
Vamos dar um basta de vez à comercialização
de animais silvestres na Feira do Mercado
Central”, disse.
Cíntia Lucas