São
Luís (13/07/06) - O Núcleo de
Educação Ambiental (NEA) da
Superintendência do Ibama no Maranhão
promoveu na última segunda feira (10)
o I Seminário do Grupo de Estudo e
Trabalho em Educação Ambiental
(GETEA). O evento foi realizado no auditório
do órgão, no centro de São
Luís.
Na ocasião, reuniram-se
representantes de diversos setores do Ibama
no Estado, bem como de seus escritórios
no interior do Maranhão: Núcleo
de Unidades de Conservação,
Núcleo de Fauna, Centro de Mamíferos
Aquáticos, Núcleo de Recursos
Pesqueiros, Escritórios de Chapadinha,
Santa Inês, Imperatriz, Barra do Corda,
Reserva Biológica do Gurupi e Parque
Nacional dos Lençóis Maranhenses.
Também esteve presente o Coordenador
Geral de Educação Ambiental
do Ibama, José Silva Quintas, que destacou
a importância deste tipo de iniciativa.
”Esse encontro se insere nos moldes da educação
ambiental tal como ela é praticada
pelo Ibama, discutindo-se gestão ambiental
através das ações de
suas diferentes unidades. Esta é a
base para qualquer proposta de educação
ambiental, atuando em conjunto com as comunidades.
É a chamada gestão compartilhada,
em que todos são orientados sobre seus
direitos e deveres”, afirmou Quintas.
O Seminário foi aberto com a fala da
superintendente do Ibama no Maranhão,
Marluze Pastor Santos. Além de destacar
a presença de membros dos diversos
setores, ela chamou a atenção
para o fato de se ter a preocupação
de terminar o atual governo com programas
de atuação já definidos,
assim como dispensar um cuidado especial com
a educação ambiental em assentamentos
e comunidades rurais.
Em seguida, houve um diagnóstico da
situação atual da educação
ambiental no Maranhão, não apenas
no Ibama, mas fora da instituição.
O analista ambiental do NEA Ricardo Otoni
fez um balanço de várias atividades
desenvolvidas e ainda um histórico
das limitações e dificuldades
encontradas.
Um exemplo é a falta
de um programa estadual de capacitação
para os professores da rede de ensino, sendo
que o órgão ambiental tenta
suprir na medida do possível algo que
inicialmente não é de sua responsabilidade.
No âmbito do ensino superior, há
a iniciativa de alguns cursos de pedagogia
e licenciatura em reformular parte de seus
currículos com o objetivo de incluir
a educação ambiental.
Já no que diz respeito
ao ensino não formal, ou seja, no envolvimento
das comunidades, nota-se ainda uma grande
carência e estratégias sem muito
método e organização
por parte de algumas entidades, que freqüentemente
recorrem ao Ibama em busca de orientação.
A realidade do Estado ainda deixa muito a
desejar. Estima-se que somente 10% das prefeituras
têm uma Secretaria Municipal de Meio
Ambiente. A capital, por exemplo, não
conta com o órgão.
Outro ponto colocado foi o fortalecimento
do Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama)
por intermédio da disseminação
da educação ambiental. Entretanto,
muitas dificuldades em termos de recursos
humanos e materiais ainda são obstáculo
para um processo de educação
ambiental abrangente. E a demanda só
tem crescido: atualmente o estado conta com
três Parques Nacionais, uma Reserva
Biológica (do Gurupi), quatro Reservas
Extrativistas criadas e mais duas em fase
final de implantação.
Partindo da constatação
dessas dificuldades é que se pensou
na criação de um Grupo de Estudo
e Trabalho em Educação Ambiental
(GETEA) que sirva como um espaço de
debates e troca de conhecimentos. A função
deste Grupo será qualificar e acompanhar
as ações de educação
ambiental em todos os escritórios do
Ibama no Maranhão.
A meta é que cada
unidade tenha um profissional habilitado na
área, e que sejam confeccionadas ordens
de serviço para isso. Entre as propostas
para o funcionamento do GETEA estão:
indicadores de atividades com relatórios
mensais; videoconferência para que se
tenha um contato mais freqüente e por
meio da qual sejam ministrados treinamentos
e tiradas dúvidas; e comunicação
por meio de CD, em que serão gravados
sites e treinamentos.
Todos os participantes do
Seminário puderam se manifestar, colocando
suas experiências, dificuldades e expectativas,
debatendo os assuntos colocados e contribuindo
para a proposta de criação do
Grupo de Estudo e Trabalho em Educação
Ambiental. Prevê-se que uma nova reunião
seja marcada para o próximo semestre.
Paulo Roberto Araújo Filho