Panorama
 
 
 

PROGRAMA DE PESQUISA LANÇADO NA 58ª SBPC MARCA DIÁLOGO ENTRE IBAMA E MEIO CIENTÍFICO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Julho de 2006

Brasília (21/07/06) - Na última terça-feira (18) o presidente Marcus Barros e o Diretor de Ecossistemas Valmir Ortega participaram de uma mesa redonda na 58a Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada em Florianópolis, Santa Catarina.

A mesa discutiu o "Desafio da integração da ciência com o manejo das Unidades de Conservação" e contou com a presença do professor e ambientalista Paulo Nogueira Neto, da Cetesb, da pesquisadora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) Neide Esterci e do pesquisador do Museu Goeldi, Nilson Gabas.

Marcus Barros abriu a mesa destacando a importância de reuniões como a da SBPC para o fomento da ciência e diálogo com outros campos do saber prático. Destacou ainda a presença do professor e ambientalista Paulo Nogueira Neto, como uma figura ilustre na construção das políticas ambientais do País. “Este é verdadeiro ícone da luta por uma política de proteção das unidades de conservação e do meio ambiente como um todo”, destacou Barros.

Na sequência, Paulo Nogueira Neto ilustrou historicamente o papel do Brasil no processo de consolidação de sua política ambiental. "Até a Conferência de Estocolmo, em 1972, havia uma visão geral no País de que era preciso, antes de tudo desenvolver, sem preocupação com a questão ambiental. Mas quando assumi a Secretaria Especial de Meio Ambiente (Sema), busquei fazer com que a questão fosse para além, e abrangesse a preocupação com a questão biológica, com as unidades de conservação, como os parques por exemplo", relembrou Nogueira Neto.

Nogueira destacou ainda a criação, ainda quando esteve à frente da Sema, de um programa que unia pesquisa com conservação. "Criamos as estações ecológicas onde as universidades podiam se engajar para realizar pesquisas. A idéia era a de que em cada bioma haveria uma estação ecológica. Ao todo criamos 18 estações, com 3.200 hectares. Este foi considerado o maior programa do mundo de proteção ambiental", relembrou Nogueira Neto.

Segundo o ambientalista, ao todo foram ofertadas 120 bolsas de mestrado e doutorado a pessoas ligadas à pesquisa nas Estações Ecológicas. “Quando saí da Sema estações continuaram sendo criadas, o que mostra que continuou havendo preocupação. Mas é com satisfação que vejo esta retomada de uma iniciativa que deu certo no País. Agora a realidade é diferente, mas a idéia é unir a academia com o meio ambiente é decisivo", destacou Nogueira Neto.

E foi inspirado nesses desafios que o Diretor de Ecossistemas do Ibama, Valmir Ortega, apresentou o Programa de Pesquisa nas Unidades de Conservação. "Esse desafio se coloca num patamar superior hoje, pois temos uma quantidade maior de unidades e, com isso, uma maior extensão em área para cuidarmos. São mais de 75 milhões de hectares em unidades de conservação federais - o equivalente a quase duas vezes a área da França. Esse Programa propõe a aproximação do Ibama com a comunidade científica e visa resgatar esse diálogo na busca de um trabalho conjunto, tanto no sentido da conservação quanto da produção de conhecimento", afirmou Ortega.

Para Ortega, a produção de conhecimento e a conservação são indissociáveis. "Ainda há muito para conhecermos sobre a diversidade biológica das Unidades de Conservação. Este será um Programa de pesquisa centrado na oferta de bolsas de pesquisa em graduação, pós-graduação e apoio direto e financeiro à pesquisa, prioritariamente voltada para as unidades de proteção integral", destacou Ortega.

O Programa de Pesquisa será financiado com recurso do Fundo de Compensação Ambiental. A previsão é de que sejam liberados R$ 10 milhões por ano para o financiamento das bolsas. O 1o edital de seleção, voltado para o Bioma Cerrado, será lançado até o final de julho. Do valor total, serão liberados R$ 5,5 milhões para pesquisa nas unidades de conservação desse ecossistema. Os editais selecionarão pesquisas voltadas para o manejo e controle de espécies invasoras; dinâmica populacional de espécies chaves e impactos da visitação pública na conservação.

Todas as pesquisas selecionadas serão dirigidas ao manejo adaptativo, baseado na experimentação, replicabilidade e integração à gestão da unidade, contando desde o início com a participação ativa dos servidores do Ibama.

Nilson Gabas Júnior, pesquisador do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), abordou a importância da pesquisa para o manejo das Unidades de Conservação. Um dos exemplos mostrados foi o do trabalho de monitoramento da Floresta Nacional de Caxiuanã, unidade de conservação com 330 mil hectares, onde foi criada, em 1993, a Estação Científica Ferreira Penna, administrada pelo Ibama e pelo próprio museu.

No espaço já foram realizadas várias pesquisas, como o levantamento faunístico, botânico e climático da área - estudos estes que podem vir a auxiliar as políticas ambientais na área ou mesmo a formação de novas unidades de conservação. Entre os projetos desenvolvidos, destacam-se o de Recursos Genéticos, o Programa de Pesquisa em Biodiversidade da Amazônia (PPBio) e o Projeto Team Caxiuanã, entre outros.

A pesquisadora da UERJ, Neide Esterci, falou sobre o "Uso de recursos naturais por populações tradicionais". Ela vivenciou a pesquisa na comunidade de Mamirauá, no Amazonas. Hoje há um esforço coletivo entre membros da comunidade, pesquisadores e igreja no sentido de se construírem os primeiros acordos de pesca que irão garantir a subsistência da comunidade local sem que se comprometa a existência de espécies ameaçadas, como a do peixe pirarucu.

Revista Eletrônica - O Diretor de Ecossistemas aproveitou ainda para lançar a Brasil UC - Revista Brasileira de Unidades de Conservação, que irá divulgar os estudos e pesquisas realizadas nas unidades de conservação. O link para acesso é o www.ibama.gov.br/revistauc que publicará pesquisas aplicadas ao manejo das unidades de conservação. A revista estará aberta também à publicação de artigos sobre outros temas.
Sandra Tavares

 
 

Fonte: Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (www.ibama.gov.br)
Ascom

 
 
 
 
 
 

 

Universo Ambiental  
 
 
 
 
     
SEJA UM PATROCINADOR
CORPORATIVO
A Agência Ambiental Pick-upau busca parcerias corporativas para ampliar sua rede de atuação e intensificar suas propostas de desenvolvimento sustentável e atividades que promovam a conservação e a preservação dos recursos naturais do planeta.

 
 
 
 
Doe Agora
Destaques
Biblioteca
     
Doar para a Agência Ambiental Pick-upau é uma forma de somar esforços para viabilizar esses projetos de conservação da natureza. A Agência Ambiental Pick-upau é uma organização sem fins lucrativos, que depende de contribuições de pessoas físicas e jurídicas.
Conheça um pouco mais sobre a história da Agência Ambiental Pick-upau por meio da cronologia de matérias e artigos.
O Projeto Outono tem como objetivo promover a educação, a manutenção e a preservação ambiental através da leitura e do conhecimento. Conheça a Biblioteca da Agência Ambiental Pick-upau e saiba como doar.
             
       
 
 
 
 
     
TORNE-SE UM VOLUNTÁRIO
DOE SEU TEMPO
Para doar algumas horas em prol da preservação da natureza, você não precisa, necessariamente, ser um especialista, basta ser solidário e desejar colaborar com a Agência Ambiental Pick-upau e suas atividades.

 
 
 
 
Compromissos
Fale Conosco
Pesquise
     
Conheça o Programa de Compliance e a Governança Institucional da Agência Ambiental Pick-upau sobre políticas de combate à corrupção, igualdade de gênero e racial, direito das mulheres e combate ao assédio no trabalho.
Entre em contato com a Agência Ambiental Pick-upau. Tire suas dúvidas e saiba como você pode apoiar nosso trabalho.
O Portal Pick-upau disponibiliza um banco de informações ambientais com mais de 35 mil páginas de conteúdo online gratuito.
             
       
 
 
 
 
 
Ajude a Organização na conservação ambiental.