Manaus
(27/07/06) - Cerca de 150 pessoas participaram,
ontem (26), da primeira consulta pública
realizada em Manaus sobre criação
de unidades de conservação ao
longo da rodovia BR-319, que liga a capital
do Amazonas, Manaus, à capital do estado
de Rondônia, Porto Velho. A proposta
é de que sejam criadas ao todo 16 unidades
de conservação na região
do entorno da estrada, com o objetivo de reduzir
a pressão do desmatamento e da agricultura
em larga escala sobre a região. Na
região foi criada uma a Área
sob Limitação Administrativa
Provisória (Alap) em janeiro de 2006,
que visou proteger a região até
que fossem criadas as Unidades de Conservação.
De acordo com informações
da Casa Civil da Presidência da República,
a proposta de criação e ampliação
de unidades de conservação atinge
quase 9,5 milhões de hectares na região
da estrada BR-319. Do total, apenas 29% correspondem
à unidades de conservação
de proteção integral, nesse
caso, Parques Nacionais. O restante das terras
corresponde à áreas de uso sustentável,
como Reservas Extrativistas (Resex), Florestas
Nacionais (Flonas) ou Estaduais e Reservas
de Desenvolvimento Sustentável (RDS).
O superintendente do Ibama/AM
Henrique Pereira explica que, com a criação
das unidades de conservação,
os ribeirinhos poderão continuar a
explorar os produtos florestais, desde que
respeitem as regras das reservas. De acordo
com Pereira, a criação de Florestas
Nacionais (Flonas) atende à demanda
da indústria madeireira. “Uma das idéias
é criar o Distrito Florestal de Humaitá,
que controlaria a exploração
madeireira nas Florestas Nacionais. Essa exploração
será feita de maneira sustentável,
através do manejo florestal. As áreas
de concessão florestal serão
exploradas por empresas que vencerem licitações.
Isso é uma possibilidade que está
sendo estudada”, contou Pereira.
Segundo o superintendente,
uma das áreas mais importantes que
será organizada pela Alap é
a fronteira com o Estado de Rondônia,
nas proximidades de municípios como
Lábrea, Humaitá e Boca do Acre.
“Essa região sofre uma pressão
muito grande dos sojeiros e grileiros. Existem
ramais de cerca de 60 quilômetros abertos
na floresta por eles. Toda essa área
na fronteira com Rondônia deverá
ser preservada com a criação
de unidades de conservação”,
afirmou Pereira.
Flávia Mendonça