08/08/2006 - O Fundo Nacional do Meio Ambiente
ampliou para o dia 25 de agosto o prazo de
entrega de propostas para elaboração
de planos de recuperação e gestão
para espécies de peixes e invertebrados
aquáticos ameaçados de extinção
ou de sobreexplotação. "O
prazo refere-se à data de chegada das
propostas à sede do órgão,
em Brasília, e não à
data de postagem", adverte a gerente
de Projetos do FNMA, Ana Beatriz Oliveira.
O edital e todas as regras para a apresentação
dos projetos estão disponíveis
em www.mma.gov.br/fnma
Segundo Ana Beatriz, estão disponíveis
R$ 4 milhões para tentar reverter a
ameaça que ronda cerca de 280 espécies
que foram para a lista vermelha devido à
destruição de habitat, contaminação
química e biológica das águas
ou excesso de exploração comercial.
A análise dos projetos será
feita por especialistas do Ministério
do Meio Ambiente, Ibama e de outras instituições.
É fundamental que as propostas apresentem
toda a documentação exigida
no edital.
O edital tem o objetivo estratégico
de estimular as instituições
públicas e as privadas sem fins lucrativos
na produção de diagnósticos
e na formulação de propostas
de recuperação e manejo de espécies
ameaçadas de extinção.
Essa é uma das orientações
da Convenção da Diversidade
Biológica (CDB) para tentar reverter
a acelerada perda de biodiversidade que ocorre
em escala global. No Brasil, cerca de 80%
dos recursos pesqueiros marinhos estão
sobre-explorados, esgotados ou em fase de
recuperação por excesso de captura.
A pesca continental está em declínio.
Já são 169 espécies de
peixes e 78 espécies de invertebrados
aquáticos sob risco iminente.
Aliança - Em 2004, o MMA lançou
a lista vermelha brasileira para os peixes
e invertebrados aquáticos. O documento
serviu de alerta para a urgência na
elaboração de ações
que pudessem proteger as espécies.
"O que percebemos foi que as estratégias
para a recuperação, a gestão
e o uso sustentável das espécies
estavam dispersas", diz Ana Beatriz.
Segundo ela, os recursos que serão
repassados por meio do edital ajudarão
o governo a organizar os dados disponíveis
e conhecer as lacunas existentes em relação
à produção nessa área.
Poderão concorrer as instituições
públicas e privadas sem fins lucrativos
cujo estatuto contemple ações
na área ambiental.
"O edital é uma resposta objetiva
no fomento a ações voltadas
à redução do número
de espécies apontadas na lista. Ele
permitirá que se estabeleçam
alianças entre o governo e a sociedade
com o objetivo de atingir a sustentabilidade
no uso e recuperação das espécies
ameaçadas de extinção",
acredita Ana Beatriz. Para a especialista
do FNMA, as iniciativas que surgirão
a partir das propostas terão repercussão
positiva sobre as espécies e também
para as comunidades e setores da sociedade
que dependem economicamente dos recursos aquáticos
para sua sobrevivência.