Embrapa
e Cifor analisam estratégias para setor
florestal
(18/08/2006) - Um dos braços
da política florestal brasileira, a
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa), vinculada ao Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
fortalece a integração com o
Centro Internacional para Pesquisa Floresta
(Cifor) e analisa a proposta de estratégias
para os próximos cinco anos para a
América Latina. O esboço das
oportunidades, áreas a serem pesquisadas,
os resultados esperados e o impacto desejado
nas prioridades estratégicas foram
apresentadas pelo coordenador do escritório
regional do Cifor para os países latino
americanos, Álvaro Una, a pesquisadores
da Empresa, em Brasília.
Conforme Álvaro,
três são as áreas em destaque.
A primeira refere-se a manejo florestal, meios
de sustento e relações de mercado.
A segunda prioriza direitos de propriedade
sobre a floresta, política e movimentos
sociais. Por fim, a terceira, que trata da
conservação florestal e trajetórias
de desenvolvimento. O documento retrata as
chamadas tendências regionais. “Tanto
a Embrapa como Cifor têm marcado importante
presença na busca de soluções
sustentáveis às áreas
de florestas”, observou Álvaro Luna.
Atualidade
Um exemplo da sintonia dos
trabalhos da Embrapa e Cifor – instituição
que atua em mais de 30 países e no
Brasil está sediada em Belém,
no Pará – e do quanto a discussão
das estratégias para os países
latino americanos são pertinentes neste
momento, foi observado pela diretora-executiva
da Empresa, Tatiana Deane Abreu Sá.
Ela diz que, também devido à
importância econômica desse segmento,
hoje é impossível desatrelar
agricultura do florestal. Para a pesquisadora
o tema tem dimensão tão importante
que já pode começar a ser tratado
na agenda dos Laboratórios Virtuais
da Embrapa (Labex Estados Unidos e Europa).
“Temos ainda o desafio da África, país
que tem interesse nesse tema”, acrescenta
a diretora-executiva.
A expectativa é de
que sejam reforçadas e ampliadas as
ações de pesquisa entre as duas
instituições, estabelecidas
desde 1998, em especial com a inclusão
das propostas do Cifor diretamente em um dos
centros temáticos da Empresa, a Embrapa
Florestas (Colombo-PR).
A reunião, promovida
pela Coordenadoria de Cooperação
Internacional da Empresa (CCI), contou com
a presença de pesquisadores da Sede,
de Unidades Centrais e Descentralizadas, bem
como do Programa Cooperativo de Investigação
e Transferência de Tecnologia para os
Trópicos Sul-Americanos (Procitrópicos).
Deva Rodrigues
Embrapa realiza
curso sobre recuperação florestal
para assentados
(16/08/2006) - Enviar esta
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Um curso sobre sementes florestais e recuperação
florestal será realizado pela Embrapa
Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), unidade
da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária,
vinculada ao Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, em parceria
com o Instituto Nacional de Colonização
Agrária (Incra) - Superintendência
Regional de São Paulo (SR 8) (Incra),
para os agricultores assentados da região
de Ribeirão Preto, no Assentamento
Sepé Tiaraju, Serra Azul, SP na segunda-feira(14
) .
O curso busca capacitar
os agricultores assentados para a implantação
e condução de sistemas agroflorestais
guiados pela sucessão ecológica
da vegetação nativa, enfocando
em especial as sementes de espécies
arbóreas nativas, que têm importante
papel neste processo de recuperação
florestal, tanto para produção
de mudas em viveiros como para semeadura direta.
A região de Ribeirão
Preto apresenta atualmente baixa cobertura
florestal nativa, estando restrita a pequenos
e esparsos fragmentos florestais localizados
normalmente em áreas de difícil
mecanização. Grande parte das
Áreas de Preservação
Permanente (APP) encontra-se degradada e muitas
das propriedades rurais não possuem
os 20% de reserva florestal legal exigidos
pelo Código Florestal. Este quadro
é resultado de mais de um século
de exploração intensiva dos
recursos naturais, inicialmente pela expansão
da lavoura cafeeira e posteriormente pela
monocultura da cana-de-açúcar,
que predomina atualmente na região.
Neste cenário, explica
Luiz Octávio Ramos Filho, pesquisador
da Embrapa Meio Ambiente e um dos coordenadores
do curso, foi recentemente criado o Assentamento
Sepé Tiaraju, primeiro assentamento
na modalidade de Projeto de Desenvolvimento
Sustentável implantado pelo Incra no
Estado. No seu planejamento de uso e ocupação
do solo foi acordado que a área de
Reserva Legal (RL) será de aproximadamente
35%, e que as áreas de preservação
permanente deverão ser gradativamente
recuperadas. Além disso, esclarece
o pesquisador, vários assentados têm
buscado implantar sistemas agroflorestais
(SAFs) em suas áreas de produção,
inclusive com implantação de
uma Unidade Demonstrativa e de Observação
em SAF em área coletiva do assentamento.
De acordo com João
Batista Pellegrini, da coordenação
do curso, o programa contempla a avaliação
da Unidade Demonstrativa de SAF no assentamento
e a abordagem de temas como: sucessão
ecológica como eixo de formação
das florestas, identificação
de árvores matrizes e épocas
de florescimento e frutificação,
coleta e beneficiamento de sementes florestais,
técnicas para armazenamento, quebra
de dormência, teste de germinação,
a importância da fauna na dispersão
e germinação das sementes e
o reconhecimento de sementes por meio de uma
"feira de sementes”. Haverá também
atividades práticas em campo.
O curso conta com
o apoio da Cooperativa Central dos Assentados
(CCA/SP), do Centro de Formação
Sócio Agrícola “Dom Helder Câmara”,
da Associação Agrosepé,
do Mutirão Agroflorestal, do Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, e tem
o apoio da Secretaria de Agricultura Familiar
do Ministério do Desenvolvimento Agrário
(MDA) e da Secretaria de Inclusão Social
do Ministério da Ciência e Tecnologia
(MCT).
Cristina Tordin