21
de Agosto de 2006 - Manaus - Será inagurado
hoje (21), em Manaus, o Centro Amazônico
de Formação Indígena
(Cafi), uma iniciativa da Coordenação
das Organizações Indígenas
da Amazônia Brasileira (Coiab), com
apoio de duas organizações não-governamentais
internacionais: a The Nature Conservancy (TNC)
e Amigos da Terra – Suécia.
“Esse projeto surgiu em
função da necessidade das organizações
indígenas de ter um quadro técnico
especializado para trabalhar na base”, contou
à Radiobrás o vice-coordenador
da Coiab, Marcos Apurinã.
Segundo ele, o primeiro
curso será de Gestão Etnoambiental.
“A Coiab está preocupada com a invasão
dos garimpeiros e latifundiários, com
o suborno de comunidades que alugam seus territórios.
O governo deveria dar continuidade ao seu
trabalho, depois de demarcar a terra indígena.
Mas a Fundação Nacional do Índio
está fragilizada, não faz a
fiscalização.”
As aulas no novo centro
começam amanhã e devem durar
cinco meses. Participam 15 indígenas
(10 homens e cinco mulheres) dos nove estados
da Amazônia brasileira, representando
povos como os Apurinã, Suruí,
Macuxi, Marubo e Guajajara.
A seleção
ocorreu por indicação das organizações
indígenas. Elas se responsabilizam
pelo aluno e garantem que ele continue trabalhando
no movimento após a formação.
O Centro Amazônico
de Formação Indígena
deve oferecer capacitações semestrais,
sempre para turmas de 15 alunos. O tema do
próximo curso, a ser realizado no primeiro
semestre de 2007, já está definido:
elaboração e gerenciamento de
projetos. Cerca de 80% dos docentes são
indígenas.
A parceria entre Coiab,
TNC e Amigos da Terra garante o funcionamento
do Cafi durante os próximos três
anos. “Vamos trabalhar para que o centro seja
algo permanente, para que ele se torne uma
referência na formação
de lideranças indígenas”, contou
o vice-coordenador da Coiab.
Criada em 1989, a Coordenação
das Organizações Indígenas
da Amazônia Brasileira é a maior
entidade indígena do país. Ela
engloba 75 organizações regionais,
com representantes de 175 povos - 60% dos
povos indígenas brasileiros.
Thaís Brianezi
Terra Indígena
Kayapó organiza comemoração
para operação contra grilagem
23 de Agosto de 2006 - Tucumã
(Pará) - A aldeia Kriketum, no sul
do Pará, vai comemorar amanhã
(23) o final da primeira etapa da Operação
Kayapó que está sendo realizada
para combater grilagem, garimpo e extração
ilegal de madeira em uma região da
Terra Indígena Kayapó, que tem
ao todo 3,3 milhões de hectares, uma
das maiores do Brasil.
Haverá uma cerimônia
na aldeia com a presidente da Fundação
Nacional do Índio (Funai), Mércio
Pereira Gomes. No vôo até o município
de Tucumã, Gomes disse que a operação
foi importante para marcar a presença
do Estado na região. Contudo, ele só
saberá o grau de satisfação
dos indígenas após reunir-se
com eles amanhã. Segundo ele, a área
desmatada encontrada foi de 30 mil hectares.
A Operação
Kayapó é realizada pela Funai,
Instituto Brasileiro Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama), e Polícia
Federal (PF).
*O repórter viajou a convite da Fundação
Nacional do Índio (Funai).
Júlio Cruz Neto