21-08-2006
- São Paulo - O Greenpeace Internacional
lançou hoje um alerta sobre a necessidade
de uma proibição global às
importações de arroz norte-americano
para evitar que o público coma variedades
ilegais, não testadas e não
autorizadas de arroz transgênico.
O arroz Liberty Link (LL)
602, produzido pela multinacional alemã
Bayer e que não possuía autorização
para venda, estava sendo comercializado nos
EUA. O arroz LL 602 não foi aprovado
para consumo ou cultivo em nenhum lugar do
mundo. “O arroz é a base da dieta de
milhões de pessoas e a contaminação
dos estoques desse alimento pela Bayer, que
é uma empresa que têm forçado
o arroz transgênico em todo o mundo,
precisa ser interrompida”, disse Jeremy Tager,
coordenador da campanha de Engenharia Genética
do Greenpeace Internacional.
O Japão já
anunciou a proibição das importações
de arroz norte-americano como resultado deste
novo escândalo de contaminação.
No ano passado, o Japão e a União
Européia já tinham banido as
importações de milho dos EUA
em resposta a outro escândalo.
“Este novo caso de contaminação
mostra, mais uma vez, que a indústria
de transgênicos é absolutamente
incapaz de controlar os organismos geneticamente
modificados. Países que importam arroz
dos EUA, como a União Européia,
o Brasil e o Canadá devem encarar de
maneira séria as medidas para prevenir
esse tipo de ameaça à nossa
alimentação”, afirmou Gabriela
Vuolo, da campanha de engenharia genética
do Greenpeace Brasil.
O Brasil é o 9º
produtor mundial de arroz, colhendo cerca
de 12 milhões de toneladas por ano.
No entanto, essa produção corresponde
a apenas 87% da demanda nacional, obrigando
o País a importar mais de 800 mil toneladas
por ano. Além disso, a Bayer já
solicitou autorização para a
comercialização de uma variedade
de arroz Liberty Link no Brasil, mas ainda
está aguardando o parecer da CTNBio.
“É preciso banir
todas as importações de arroz
transgênico, retirar os alimentos contaminados
das prateleiras dos supermercados e rejeitar
os pedidos de liberação comercial
de arroz geneticamente modificado”, disse
Tager. “As autoridades responsáveis
nos países importadores também
precisam investigar a contaminação
causada pela Bayer e determinar se outras
variedades de arroz testadas pela empresa
contaminaram o mercado mundial de alimentos”,
concluiu.