Meio
Ambiente / Ecossistema - 05/09/2006 - O Museu
Paraense Emílio Goeldi (MPEG) está
participando hoje (5) do seminário
de apresentação dos resultados
dos diagnósticos do Zoneamento Ecológico-Econômico
(ZEE) da BR – 163, que a Agência de
Desenvolvimento da Amazônia (ADA), ligada
ao Ministério da Integração
Nacional, realiza durante todo o dia, em Belém
do Pará. No evento estão apresentados
os resultados do ZEE, que identifica as potencialidades
socioeconômicas e naturais da área
de influência da rodovia, que liga Santarém
(PA) a Cuiabá (MT).
Além das apresentações
orais, o evento disponibiliza um CD-ROM com
o relatório síntese de cada
grupo estudado e painéis sobre os resultados
do projeto. O Museu Goeldi, instituição
vinculada ao Ministério da Ciência
e Tecnologia, está sendo representado
pelos pesquisadores Leandro Valle Ferreira
e Jorge Gavina Pereira, da Coordenação
de Ciências da Terra e Ecologia e da
Coordenação de Pesquisa e pós-graduação,
respectivamente, que apresentam os resultados
do grupo de biodiversidade; e pelo pesquisador
Roberto Araújo, da Coordenação
de Ciências Humanas do Museu, integrante
do grupo de socioeconomia do projeto.
O ZEE BR-163 é um
mecanismo de política de desenvolvimento
sustentável regional que pretende ordenar
a ocupação territorial e promover
o uso racional dos recursos naturais de uma
área de cerca de 318 mil quilômetros
quadrados, envolvendo 19 municípios,
o que representa aproximadamente 27% da área
total do estado do Pará.
A área em estudo já possui 15
unidades de conservação, sendo
quatro de proteção integral
e 11 de uso sustentável, e três
terras indígenas, além de uma
extensa área militar que engloba a
Serra do Cachimbo, no sul do Pará,
na divisa com o Mato Grosso, que contém
um interessante mosaico de diferentes tipos
de vegetação e paisagens naturais.
Biodiversidade
O grupo que investigou a biodiversidade da
área de influência da BR-163,
contou com a colaboração de
diversos pesquisadores e técnicos do
Museu Goeldi na obtenção de
informações sobre a distribuição
de espécies da fauna e flora existentes
na região. O objetivo principal era
indicar áreas com maior potencial de
biodiversidade.
De acordo com o levantamento
realizado pelo grupo, cerca de 70% do desmatamento
realizado na região ocorre ao longo
das rodovias, BR-163 (Cuiabá-Santarém)
e BR-230 (Transamazônica) e das estradas
vicinais, mostrando a necessidade de se realizar
um ordenamento nessas áreas. "As
imagens de satélite mostram que o desmatamento
é dez vezes maior fora das áreas
protegidas do que dentro delas", revela
o pesquisador do Goeldi, Leandro Ferreira,
que coordena o grupo.
O estudo revela ainda que
as regiões de mais alta importância
biológica estão quase todas
incluídas dentro das áreas protegidas.
Em termos de diversidade de paisagens são
poucas as áreas que não estão
incluídas nessas unidades.
Em virtude de sua importância
para a conservação da fauna
e flora da região, o diagnóstico
elaborado pelo grupo recomenda que as unidades
de conservação sejam priorizadas
nos estudos e inventários biológicos
e que o plano de manejo dessas áreas
seja realizado em caráter de urgência.
"A região possui um conjunto de
áreas protegidas com diferentes vocações,
sendo possível o desenvolvimento de
diversas atividades econômicas, aliadas
à preservação e manejo
dos recursos naturais", afirma o pesquisador.
O estudo recomenda,
ainda, a criação de programas
de monitoramento para a avaliação
de impactos ambientais sobre a fauna e flora
da região, que é considerada
rica, inclusive, com espécies ameaçadas
de extinção.
Maria Lúcia Morais - Assessoria de
Comunicação Social do Museu
Goeldi