Panorama
 
 
 

EDUCAÇÃO INDÍGENA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Setembro de 2006

Começa vestibular para indígenas na UFG

14 de setembro - A Universidade Federal de Goiás (UFG) iniciou hoje o processo de seleção para o curso de Licenciatura Intercultural Indígena, específico para professores e profissionais da área de educação indígena da rede pública de ensino. Os candidatos concorrerão a 60 vagas para o curso que terá cinco anos de duração.

O processo seletivo será composto de redação, entrevista, prova de títulos e exame de línguas portuguesa ou indígena. Segundo a professora de lingüística da Faculdade de Letras da UFG, Maria Pimentel da Silva, “essa última modalidade é uma forma de prestigiar o uso da língua materna”.

O Curso de Licenciatura Intercultural é fruto de uma parceria entre as universidades federais de Goiás e do Tocantins, as secretarias estaduais de educação dos respectivos estados e a Funai. As provas estão sendo aplicadas em Palmas e o curso será realizado nos campus da UFG, da UFT e em terras indígenas.

Munduruku terão ensino médio

14 de setembro - Os estudantes Munduruku não vão mais sair de suas aldeias para cursar o ensino médio. A implantação do ensino na comunidade foi definida durante uma reunião ocorrida na primeira semana de setembro em Itaituba (PA) entre representantes do governo e indígenas. Entre eles estavam a coordenadora-geral de Educação da Funai Maria Helena Sousa Fialho, o coordenador de Educação Indígena do Ministério da Educação (MEC), Kleber Gesteira, a representante da Secretaria de Educação do Estado (SEDUC) Regina Julião, o administrador-regional da Funai Ozimar Barros, o representante da Associação Indígena Pahyhy’p, Deusivaldo Saw, caciques e professores indígenas.

No encontro, foi discutida a criação de uma comissão formada por técnicos e representantes indígenas para elaboração do projeto ao Conselho Estadual de Educação do Estado do Pará. O documento deve seguir para o órgão até o final do mês.

O ensino médio na comunidade é uma reivindicação dos próprios Munduruku que consideram desagregadora a saída de jovens para estudar fora das aldeias. A Coordenadora da CGE, Maria Helena Fialho, disse que caberá à Funai apoiar com recursos financeiros a mobilização de representantes indígenas e o início das etapas em 2007, conforme definido no plano de trabalho, além de consultoria para discutir e elaborar o projeto.

Comunidade Terena recebe cartilha de orientação a DSTs

14 de setembro - Segue até sexta-feira, (15/09), o trabalho de educação sexual desenvolvido pela Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) entre a comunidade Terena, de Mato Grosso do Sul. Além de palestras sobre prevenção de doenças e práticas de sexo seguro,os índios tiveram a oportunidade de contribuir com a produção de uma cartilha didática escrita na língua materna.

Segundo o coordenador do Programa, Nilton Gonçalves, a participação dos índios na composição do material é uma forma de aumentar o vínculo e sensibilizar a comunidade em torno do assunto.

O Programa de Prevenção a Doenção Sexualmente Transmissíveis (DSTs) foi implantado em 2005 pelo Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) da região e já beneficiou as comunidades indígenas Kadiwéu e Guarani Kaiowá.

Projeto-piloto capacita professores indígenas

14 de setembro - Professores de escolas indígenas serão treinados num método de ensino, adotado nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, que acaba com a reprovação e o abandono nas escolas rurais, denominado Escola Ativa. A iniciativa é um projeto-piloto que contará com a participação de 341 professores do Alto Solimões, no Amazonas, de 1a a 4a série do ensino fundamental. Participam, ainda, outros 60 professores da Paraíba e 60 do Ceará.

A capacitação deve ser concluída até o final do ano e prevê em sua última fase o desenvolvimento de materiais pedagógicos para uso em sala de aula. "Os cadernos de estudos sociais, por exemplo, contam a história das aldeias em que vivem os estudantes", diz a coordenadora de implantação de novos modelos do Fundo de Fortalecimento da Escola (Fundescola), Débora de Moraes Correia.

O programa é gerido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC). Após a capacitação, os professores serão avaliados pela Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC). O treinamento inclui metodologia, alfabetização, além da produção do material pedagógico.

Escola Ativa - A metodologia do Escola Ativa reúne auto-aprendizagem, trabalho em grupo, ensino por módulos, livros didáticos especiais, participação da comunidade, capacitação e reciclagem permanente dos professores e acompanhamento constante de alunos e de docentes.

O Brasil tem 220 sociedades indígenas, falando mais de 170 línguas e vivendo em 618 reservas. São mais de 440 mil pessoas, espalhadas em 24 estados. Dos sete mil professores que atuam nas escolas de aldeias, 81% são indígenas e quase 25% deles não completou ainda sua escolarização. Do total, 40% têm formação de nível médio com habilitação em magistério indígena.

 
 

Fonte: Funai – Fundação Nacional do Índio (www.funai.gov.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 
 
 

 

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