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de Setembro de 2006 - Rio de Janeiro - Para
alertar a população do Rio de
Janeiro sobre os riscos das mudanças
climáticas, o ativista do Greenpeace
Sabiá, fantasiado de mergulhador, saltou
de pára-quedas nesta sexta-feira na
Cidade Maravilhosa. Ele pousou no Parque Lage,
onde o Greenpeace realiza, até dia
24, a exposição fotográfica
e a instalação sensorial “Mudanças
do Clima, Mudanças de Vidas”. O evento
está percorrendo dez cidades para divulgar
os impactos das alterações climáticas
na vida dos brasileiros.
O Rio de Janeiro é
uma cidade muito vulnerável aos efeitos
do aquecimento global. O litoral do Rio já
começou a sofrer os impactos causados
pelas alterações no clima e
os indícios são observados no
desenho da costa carioca. “Na saída
da Joatinga, na Barra da Tijuca, 800 metros
lineares de praia já foram perdidos”,
afirma David Zee, oceanógrafo da Unigranrio.
A direção das correntes também
mudou, causando um aumento na intensidade
das ressacas. “Com uma mudança de direção
de entrada de vento e de ondas, há
uma elevação do nível
do mar durante as ressacas de até 20
cm. Isso significa que as ondas estão
atingindo locais que antes elas não
atingiam. Isto é uma ameaça
às estruturas urbanas do litoral do
Rio de Janeiro”, completa.
Cientistas afirmam que o
nível médio do mar pode aumentar
entre 30 e 80 cm até o final deste
século. Em toda a costa brasileira,
essa elevação do oceano seria
suficiente para destruir portos, calçadões,
casas e bares construídos à
beira mar, e causar um colapso no sistema
de saneamento das cidades costeiras. Caso
isso aconteça, 42 milhões de
pessoas, que vivem em regiões próximas
ao litoral brasileiro poderão ser afetadas.
Mas elevação
no nível do mar não é
a única ameaça a ser enfrentada
pela Cidade Maravilhosa. No futuro, o Rio
de Janeiro pode estar na rota de tempestades
severas e furacões como o Catarina,
o primeiro furacão registrado no Atlântico
Sul, que atingiu o litoral Sul do Brasil.
Estudos do Hadley Centre do Reino Unido, uma
das instituições de pesquisa
sobre clima mais conceituadas do mundo, indicam
que em um planeta mais quente, o Atlântico
sul pode ser o cenário para muitos
eventos extremos. Uma pequena elevação
na temperatura do planeta já seria
suficiente para provocar um aumento na ocorrência
e frequência de ciclones extratropicais.
Essas são algumas
das conclusões do documentário
e do relatório “Mudanças do
Clima, Mudanças de Vidas”, do Greenpeace,
que apresentam também a opinião
dos cientistas e testemunhos de vítimas
de eventos climáticos extremos na Amazônia,
no Nordeste e no Sul do Brasil. Saiba mais
sobre o relatório, o vídeo e
os eventos pelo Brasil em www.greenpeace.org.br/clima.
Sabiá
Sete vezes campeão
brasileiro de pára-quedismo, Luiz Henrique
Tapajós Antunes dos Santos, o Sabiá,
descobriu a queda livre aos 15 anos. Com experiência
esportiva em 19 países em cinco continentes,
Sabiá tem em seu currículo mais
de 10 mil saltos de prédios, antenas,
pontes, montanhas, bondinhos, torres de observatórios,
caixas d´água, represas hidrelétricas,
torres de alta tensão, entre outros.
É recordista brasileiro de saltos de
balão em várias categorias.