Panorama
 
 
 

DIREITO INDÍGENA: SAÚDE E TERRA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Setembro de 2006

Ampliação de área urbana sobre terra indígena causa debate em Roraima

20 de Setembro de 2006 - Rosângela Ramos - Repórter da Rádio Nacional - Brasília - A criação do distrito de Surumu e a ampliação da área urbana da sede do município de Pacaraima, em Roraima, surpreenderam líderes das terras indígenas São Marcos e Raposa Serra do Sol. Eles falam em recorrer à Justiça para tentar anular a lei, de acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai).

O administrador substituto da Funai em Roraima, José Raimundo Batista da Silva, disse que o órgão está "indignado" e o ato é ilegal. Mas ressaltou que a Funai só vai se pronunciar após a chegada do administrador executivo regional, Gonçalo Teixeira dos Santos.

“Se a terra expandida estiver dentro das terras indígenas, isso vai gerar uma ação contra a tentativa de expansão”, declarou o diretor fundiário da Funai, Artur Mendes.

As lideranças indígenas se reúnem na próxima sexta-feira (22) para debater o assunto e decidir se vão recorrer à Justiça.

O prefeito de Pacaraima, Paulo Cezar Quatiero, admite que as lideranças indígenas não foram consultadas, mas diz que a lei, criada por unanimidade, também obteve voto favorável de dois deputados indígenas.

“As comunidades indígenas fazem parte do contexto da população. Estamos decidindo pelo conjunto da população de Pacaraima, e não por um determinado grupo”, afirmou o prefeito.

A área urbana de Pacaraima foi ampliada de 2,5 mil para 20 mil hectares. O município tem aproximadamente 9 mil habitantes. Cerca de 4 mil vivem na área urbana e as demais estão distribuídas ao longo de 800 mil hectares, onde 80% são demarcados para a reserva indígena e 20% são utilizados para a atividade agropecuária.

Uma lei sancionada e publicada no último dia 11 vai permitir ao prefeito executar a idéia que tem de revitalizar Surumu, considerada a comunidade mais antiga da região Norte e que remonta à colonização. Ele quer institucionalizar a localidade como “Surumu, a Vila Histórica”. Lá vivem cerca de mil pessoas.

Convênio que poderia melhorar saúde no Vale do Javari está parado, diz liderança

16 de Setembro de 2006 - Thiago Brandão - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O coordenador do Conselho Indígena do Vale do Javari (Civaja), Clóvis Marubo, denunciou, em entrevista à Rádio Nacional, a precariedade do atendimento à saúde dos índios na região do Vale, no estado do Amazonas.

Segundo ele, o convênio que deveria ser firmado entre a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e a Associação de Apoio à Saúde e Educação do Vale do Javari (Assessevaja) para reforçar o atendimento à saúde indígena na área ainda não foi oficializado e “está parado desde maio”.

“A partir da conferência, tínhamos expectativas de melhoras das condições de saúde, mas não tem acontecido o que esperávamos”, disse Marubo, referindo-se à 4ª Conferência Nacional de Saúde Indígena, organizada pela Funasa e realizada na cidade de Rio Quente (GO) em março deste ano.

“As mortes que ocorrem na região podem ser atribuídas a problemas no atendimento. Há uma semana estamos pedindo uma remoção na aldeia Maronau e a Funasa não providencia”, afirmou. Clóvis Marubo também disse que a prevenção da hepatite delta (forma de hepatite que provoca hemorragia generalizada e provoca a morte) tem sido deficiente.

De acordo com o coordenador do Civaja, as dificuldades de acesso às aldeias e o despreparo de parte das equipes de atendimento têm provocado nos índios dúvidas quanto ao trabalho de vacinação contra a hepatite. “O povo Matís não está aceitando a vacina porque não acredita que ela seja transportada com a necessária proteção nos barcos”, relatou.

Procurada pela reportagem, a Funasa informou, por nota, que o convênio mencionado por Clóvis Marubo prevê que a Fundação ficará responsável pelo fornecimento de insumos e que a Assessevaja será responsável pela contratação de 115 profissionais para apoio às ações de saúde.

Os pregões para a aquisição dos insumos foram realizados e a Funasa “está apta a realizar o atendimento tão logo seja publicado o convênio – o que está prevista para as próximas semanas”, informa a nota.

Sobre o combate à hepatite viral, a fundação diz que há aproximadamente um ano atua em conjunto com o Instituto de Medicina Tropical para isolar os portadores da doença e evitar novos contágios.

Sobre as mortes registradas no primeiro semestre do ano, a Funasa afirma que foram dezessete: “quatro por doenças relacionadas ao aparelho respiratório, três por transtornos originados no período perinatal, dois por complicações relacionadas com gravidez, parto ou puerpério, dois relacionados a doenças endocrinológicas, um por transtornos do aparelho geniturinário, um por malária, um por hepatite, um por acidente de trânsito, um por suicídio e um óbito de causa desconhecida”.

Leia a íntegra da nota divulgada pela Assessoria de Imprensa da Funasa

A respeito de denúncias apresentadas pela Organização Não Governamental Conselho Indígena do Vale do Javari (Civaja), a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) informa:

Os recursos da Secretaria de Assistência à Saúde (SAS), do Ministério da Saúde, são encaminhados diretamente para prefeituras onde existem aldeias indígenas, caso de Atalaia do Norte;

No caso específico do município, a prefeitura investe o recurso na contratação de profissionais de saúde que atuam sob a supervisão e coordenação direta do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) do Vale do Javari, ou seja, sob coordenação da Funasa;

Além disso, a Funasa está reforçando as ações na região por meio de convênio com a Associação de Apoio à Saúde e Educação do Vale do Javari (Assessevaja), que passará a atuar em parceria com a Fundação na assistência à saúde indígena na região;

Pelo convênio, a Funasa fica responsável pelo fornecimento de insumos, e a Assessevaja pela contratação de profissionais para apoio às ações de saúde. A Fundação já realizou os pregões para aquisição dos insumos e está apta a realizar o atendimento tão logo seja publicado o convênio – o que está previsto para as próximas semanas;

O convênio prevê a contratação de 115 profissionais, sendo: 55 Agentes Indígenas de Saúde, dois Agentes Indígenas de Saneamento, cinco auxiliares de embarcação, cinco pilotos de embarcação, oito auxiliares de epdemiologia, um estoquista, um chefe de epdemiológica, um técnico em logística, um assistente social, um nutricionista, um psicólogo, cinco assessores indígenas, quatro auxiliares administrativos, oito auxiliares de serviços gerais, um coordenador geral, um coordenador técnico, um técnico contábil, um técnico de pessoal e finanças, três motoristas, seis cozinheiros e dois operadores de radiofonia;

Quanto ao surto de hepatite viral, há cerca de um ano a Funasa tem atuado em conjunto com o Instituto de Medicina Tropical, no sentido de isolar os portadores como de forma a evitar novos contágios;

No que diz respeito à malária, a Funasa implementou diversas ações de combate ao mosquito transmissor, realizando borrifações na área. Atualmente, a doença está sob controle na região;

Sobre óbitos na região do Vale do Javari, no primeiro semestre deste ano, foram registrados 17 óbitos na área, assim distribuídos: quatro por doenças relacionadas ao aparelho respiratório, três por transtornos originados no período perinatal, dois por complicações relacionadas com gravidez, parto ou puerpério, dois relacionados a doenças endocrinológicas, um por transtornos do aparelho geniturinário, um por malária, um por hepatite, um por acidente de trânsito, um por suicídio e um óbito de causa desconhecida.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Ascom

 
 
 
 
 
 

 

Universo Ambiental  
 
 
 
 
     
SEJA UM PATROCINADOR
CORPORATIVO
A Agência Ambiental Pick-upau busca parcerias corporativas para ampliar sua rede de atuação e intensificar suas propostas de desenvolvimento sustentável e atividades que promovam a conservação e a preservação dos recursos naturais do planeta.

 
 
 
 
Doe Agora
Destaques
Biblioteca
     
Doar para a Agência Ambiental Pick-upau é uma forma de somar esforços para viabilizar esses projetos de conservação da natureza. A Agência Ambiental Pick-upau é uma organização sem fins lucrativos, que depende de contribuições de pessoas físicas e jurídicas.
Conheça um pouco mais sobre a história da Agência Ambiental Pick-upau por meio da cronologia de matérias e artigos.
O Projeto Outono tem como objetivo promover a educação, a manutenção e a preservação ambiental através da leitura e do conhecimento. Conheça a Biblioteca da Agência Ambiental Pick-upau e saiba como doar.
             
       
 
 
 
 
     
TORNE-SE UM VOLUNTÁRIO
DOE SEU TEMPO
Para doar algumas horas em prol da preservação da natureza, você não precisa, necessariamente, ser um especialista, basta ser solidário e desejar colaborar com a Agência Ambiental Pick-upau e suas atividades.

 
 
 
 
Compromissos
Fale Conosco
Pesquise
     
Conheça o Programa de Compliance e a Governança Institucional da Agência Ambiental Pick-upau sobre políticas de combate à corrupção, igualdade de gênero e racial, direito das mulheres e combate ao assédio no trabalho.
Entre em contato com a Agência Ambiental Pick-upau. Tire suas dúvidas e saiba como você pode apoiar nosso trabalho.
O Portal Pick-upau disponibiliza um banco de informações ambientais com mais de 35 mil páginas de conteúdo online gratuito.
             
       
 
 
 
 
 
Ajude a Organização na conservação ambiental.