19
de Outubro de 2006 - Isabela Vieira - Da Agência
Brasil - Brasília - A Comissão
Técnica Nacional de Biossegurança
(CTNBio) adiou para novembro a decisão
sobre a liberação comercial
de uma variedade de milho transgênico.
Apesar de algumas opiniões favoráveis
à aprovação, a comissão
optou por ouvir avaliações de
especialistas externos.
O presidente da CTNBio,
Walter Colli, disse que a liberação
comercial requer avaliações
cuidadosas, “para que ao se liberar tenha-se
razoável certeza de que nada será
modificado naquele ambiente”.
Colli avalia, no entanto, que a lentidão
do processo pode levar os agricultores a plantar
a variedade de milho transgênico, como
a que aconteceu com a soja a partir de 1996,
quando a semente transgênica foi plantada
ilegalmente.
“É capaz de acontecer,
mas a CTNBio tem que seguir as regras da instituição.
Se o produtor for plantar, ele corre um risco,
como aconteceu com algodão, que o Ministério
da Agricultura encontrou plantações
ilegais e resolveu destruí-las”.
Gabriel Fernandes, representante
da Organização Não Governamental
Assessoria e Serviços a Projetos em
Agricultura Alternativa (AS-PTA), alertou
para o impacto sócio-econômico
da plantação de semente transgênica,
“que podem contaminar (pela polinização
dos insetos, pelo vento e pelo compartilhamento
de máquinas agrícolas) plantações
com sementes crioulas, variedades tradicionais,
e causar prejuízos para os agricultores
familiares, que cultivam suas próprias
sementes”.
Fernandes criticou ainda
os critérios utilizados pela CTNBio
na liberação de sementes transgênicas.
Ele cobrou pesquisas específicas que
estudem os impactos do milho transgênico
na saúde da população
e no meio-ambiente.