1
de Novembro de 2006 - Juliane Sacerdote -
Da Agência Brasil - Brasília
- O engenheiro agrônomo Ventura Barbeiro,
representante da organização
não-governamental Greenpeace, afirmou
hoje (1) que a Medida Provisória 327,
publicada ontem (31) no Diário Oficial
da União, foi decidida sem que a sociedade
civil pudesse opinar. A medida permite a plantação
de organismos geneticamente modificados, os
chamados transgênicos, em áreas
de proteção ambiental.
Em entrevista à Agência
Brasil, ele afirmou que "mais uma vez
foi aprovada uma medida para beneficiar aqueles
que trabalham contra a lei". E acrescentou:
"As mudanças vieram por MP para
modificar a lei [nº 10.814, de 15 de
dezembro de 2003]e a sensação
de impunidade é grande É a sociedade
que perde”.
Segundo Barbeiro, a plantação
da soja transgênica resistente ao defensivo
agrícola Roundup (RR) e do algodão
transgênico inseticida podem representar
grande impacto sobre os solos. Também
podem ser prejudiciais às áreas
de conservação em que a MP permite
o plantio – áreas de proteção
ambiental (APAs) e zona de amortecimento (faixa
de proteção, cuja largura varia)
de outros tipos de unidades de conservação.
Ele explicou que as variedades
utilizam agrotóxicos, que podem contaminar
o meio ambiente. E lembrou que a Lei 9.885,
de julho de 2000, que regulamenta o Sistema
Nacional de Unidades de Conservação
da Natureza, antes proibia o plantio de transgênicos
nessas áreas.
“A lei previa a ocorrência
de atividades econômicas que não
causassem degradação às
unidades de conservação, por
isso a agricultura ecológica era incentivada.
Então o agricultor se beneficiava desse
ambiente preservado e não causava impacto
à natureza”, disse Barbeiro.