08
de novembro - Líderes Nambikwára
das aldeias Branca, Chefão, Mutum,
Sapezal e Aroeira, localizadas no município
de Comodoro (MT), receberam entre os dias
2 e 3 de novembro a visita do presidente da
Funai, Mércio Pereira Gomes, e do chefe
de gabinete Moacir Cordeiro de Mello.
Na ocasião, os índios
falaram de seus desafios e perspectivas. Contaram
sobre as dificuldades de interação
com cultura dominante por conta da espiritualidade
marcante de seu povo. “Nambikwára tem
sua cultura muito forte. Não consegue
se desenvolver na cultura do branco. Por isso,
quer garantir as melhorias dentro da terra
para que não precise depender de fora”,
afirma o professor indígena Mané
Manduca.
Os Nambikwára apresentaram
também diversas demandas ao presidente,
como a transferência do Núcleo
de Apoio de Vilhena (RO) para Comodoro, onde
fica a maioria de sua população,
e o reforço de veículos para
fiscalização da área.
Em meio ao encontro, Mércio
falou sobre a satisfação de
conhecer a cultura “do povo do cerrado”, como
são conhecidos os Nambikwára,
e comprometeu-se a avaliar os pedidos da comunidade.
“Os Nambikwára são
conhecidos pelo mundo afora através
de relatos do antropólogo Lévi
Strauss, do sertanista e Patrono da Arma de
Comunicações do Exército
Brasileiro, Marechal Rondon, e outros que
mostraram sua importância dentro da
história brasileira. Agora temos a
alegria de vê-los crescendo e mantendo
sua religião, sua força, sua
sabedoria. É assim que a Funai quer
que seja com todos os povos indígenas”.
O contato de não-índios
com a etnia Nambkwára completa 100
anos em 2007, quando o Rondon iniciou em terras
indígenas a abertura da linha telegráfica
no trecho entre os rios Juruena (MT) e Pimenta
Bueno (RO).