13-11-2006
- São Paulo - Aprovação
de variedade que está em pauta na CTNBio
causaria graves impactos sobre a saúde
humana e o meio ambiente, de acordo com documentos
científicos
O Greenpeace enviou para
a Comissão Técnica Nacional
de Biossegurança (CTNBio) três
documentos sobre os potenciais impactos do
milho transgênico resistente ao agrotóxico
glufosinato de amônio, conhecido comercialmente
como Liberty Link. Atualmente, o processo
de liberação comercial desse
milho geneticamente modificado patenteado
pela Bayer CropScience está na pauta
da próxima reunião da Comissão
agendada para os dias 22 e 23 de novembro.
Um dos documentos enviados
pelo Greenpeace à CTNBio é um
relatório publicado em outubro de 2006
pelo Ministério da Saúde da
Áustria (1), onde o milho Liberty Link
está proibido desde 1999. O outro é
um relatório produzido em 2001 pela
ONG Amigos da Terra no Reino Unido (2). Na
época, a liberação comercial
do mesmo milho resistente ao glufosinato de
amônio havia sido pedida naquele país
e acabou sendo retirada pela própria
empresa. O terceiro documento, produzido pela
EFSA (European Food Safety Authority), relata
os impactos dos resíduos de glufosinato
de amônio (3).
De acordo com os documentos
enviados, a quantidade de resíduo de
agrotóxico no milho transgênico
é muito maior do que a do milho convencional
e pode trazer sérios riscos para a
saúde humana, como náuseas,
diarréias, nascimento de fetos prematuros
e até aborto. Além disso, os
documentos apontam para o risco de aparecimento
de ervas daninhas resistentes ao agrotóxico
e a possibilidade de contaminação
de lavouras convencionais por milho transgênico.
“Estamos pedindo que a CTNBio
e o governo brasileiro levem em consideração
as evidências apresentadas e sigam o
Princípio da Precaução”,
disse Ventura Barbeiro, da campanha de engenharia
genética do Greenpeace Brasil. “O que
está em jogo é a saúde
do povo brasileiro, a segurança de
nosso meio ambiente e a agricultura familiar.
O governo não pode permitir que nos
usem como cobaia. O milho transgênico
que está em pauta não pode ser
aprovado”, completou.
Ausência de documentos
A ONG Terra de Direitos solicitou recentemente
à CTNBio uma cópia do processo
de liberação comercial do milho
transgênico da Bayer, resistente ao
glufosinato de amônio. No entanto, no
pacote recebido, o qual o Greenpeace teve
acesso, estão faltando 45 páginas.
De acordo com a carta de encaminhamento que
antecede as páginas ausentes, estão
faltando três documentos referentes
à quantidade de agrotóxico que
chegará à mesa dos consumidores
brasileiros.
(1) “Relatório das evidências
científicas com as últimas descobertas
sobre as medidas de segurança na Áustria
para as linhagens de milho geneticamente modificado”,
disponível em: http://www.greenpeace.org.br/transgenicos/pdf/
revisao_T25_e_MON810_Austria.pdf
(2) “Ciência ruim,
decisões ruins – As evidências
contra o milho transgênico da Aventis”,
disponível em: http://www.greenpeace.org.br/transgenicos/pdf/
relatorio_ciencia_ruim.pdf
(3) “Relatório científico
da EFSA (2005) 27, 1-81, conclusão
do parecer dos especialistas sobre glufosinato",
disponível em: http://www.greenpeace.org.br/transgenicos/pdf/glufosinato_saude.pdf
SE É BAYER, É
BOM?
A Bayer tenta introduzir milho transgênico
no Brasil. Isso pode colocar em risco nossas
plantações e nossa saúde.
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