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BIODIESEL É INVESTIMENTO ESTRATÉGICO PARA O BRASIL, DIZ MINISTRO DA AGRICULTURA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Novembro de 2006

27 de Novembro de 2006 - Wellton Máximo - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O Brasil caminha para ocupar papel de destaque na busca de fontes alternativas de energia, ao investir na produção de biocombustível. A avaliação é do ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, que abriu hoje (27) a Feira Internacional de Agroenergia e dos Biocombustíveis, em Brasília. O encontro vai até quarta-feira (29) e reúne empresários e autoridades do Brasil e do exterior.

Para o ministro, a experiência brasileira no desenvolvimento de combustíveis renováveis pode fazer o país avançar rumo a uma posição de liderança no setor. “O Brasil tem todas as condições de conduzir a transição da civilização do petróleo para a civilização da bioenergia”, declarou.

O ministro da Agricultura também classificou como “prioridade nacional” a produção de biodiesel com plantas oleaginosas como mamona, dendê e pinhão. Guedes Pinto reafirmou que o governo se comprometeu, por lei, a adicionar 2% de biodiesel ao diesel em 2008. “Como o país consome 40 bilhões de litros por ano, pelo menos 800 milhões de litros passarão a ser produzidos em breve”, estimou o ministro.

Ele reiterou que o governo está determinado a antecipar a meta de 5% de biodiesel na mistura, que só passaria a valer em 2013. Para isso, o ministro ressaltou a criação do Centro Nacional de Pesquisa em Agroenergia. Desenvolvido este ano pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o centro pesquisa 17 espécies de vegetais e tem investimento previsto de R$ 36 milhões em 2007. “As experiências nessa área ainda são recentes, mas as perspectivas são animadoras”.

O ministro aproveitou a conferência para rebater as críticas de que a produção de etanol e de biodiesel pode resultar no aumento das derrubadas florestais no país. Ele explica que os investimentos em ciência e tecnologia aumentarão a produtividade, o que não comprometerá o meio ambiente. “O Brasil tem condições de ampliar a oferta sem a necessidade de desmatar um hectare”, assegurou.

Na abertura do evento, o ministro apresentou um levantamento da Embrapa que assegura a conservação dos recursos naturais no Brasil. Segundo o estudo, o país ainda tem conservados 69,5% das florestas nativas na comparação com os últimos 8 mil anos. “Na Europa, esse percentual é de 0,3% e na Ásia, de 5,6%”, comparou.

De acordo com o ministro, a produção de álcool de cana representa um exemplo de como o Brasil está investindo em novas fontes de energia e se livrando da dependência do petróleo. Ele destacou que atualmente 40% da frota de veículos brasileiros é movida a etanol e que 80% dos carros saíram da fábrica este ano com o sistema flex, que funciona tanto com álcool quanto com gasolina. Para ele, a adesão ao álcool de cana-de-açúcar traz benefícios à economia e ao meio ambiente. “Além de menos poluente, o álcool cria empregos no campo e é produzido de forma muito menos centralizada que o petróleo”, observou.

Para justificar o pioneirismo do Brasil no uso do etanol, o ministro lembrou que a história do etanol no país é anterior ao Proálcool, programa criado pelo governo na década de 70 para desenvolver a produção do álcool de cana. “Na verdade, os primeiros usos do álcool foram feitos há 100 anos, quando os carros começaram a chegar ao Brasil”, salientou. “Durante a crise da década de 30, o álcool também era largamente utilizado para substituir os combustíveis tradicionais”, acrescentou.

Biocombustíveis (Enerbio/2006).

29 de Novembro de 2006 - Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil - Brasília - “Vou dizer pela 15ª vez, não precisamos derrubar um pé de árvore para fazer agricultura no Brasil”. Com estas palavras, o ministro da Agricultura, Luis Carlos Guedes Pinto, defendeu o setor agrícola da acusação de estar destruindo o meio ambiente. Ao falar sobre o potencial de crescimento da produção de fontes bioenergéticas no país, o ministro afirmou que a preocupação do ministério quanto à preservação ambiental se traduz na busca por tecnologias que resultem no aumento da produção de alimentos, de matéria-prima e de energias renováveis, “sem a necessidade de mexer em nossas florestas”.

Segundo o ministro, além de contribuir para a preservação ambiental, a produção de combustíveis limpos como o álcool, o biodiesel e o hbio, pode colaborar com a criação de novos empregos e com a distribuição de renda. “O Brasil tem um enorme potencial. E não há conflito entre a produção de agroenergia e de agricultura alimentar (e a preservação ambiental). Nós temos todas as condições de produzir respeitando o meio ambiente. A agroenergia pode, inclusive, ajudar a melhorar as condições ambientais”.

O ministro disse estar convencido das “perspectivas extraordinárias” para a produção de energia e de combustíveis limpos a partir da agricultura. “Nossa expectativa é de que, em dez ou quinze anos, nós possamos dobrar a produção de álcool por hectare. E obter resultados ainda melhores com o biodiesel, já que as pesquisas ainda são muito recentes”.

Guedes Pinto afirmou que desde o ProÁlcool, o Brasil acumula experiência na utilização de fontes alternativas de combustíveis. Mas admitiu que, em relação ao biodisel, o país ainda tem muito que pesquisar se quiser reproduzir o sucesso alcançado pelo programa de utilização de álcool. Segundo ele, a partir de 2003, praticamente todas as montadoras passaram a produzir veículos do tipo bicombustíveis, que utilizam tanto gasolina, quanto álcool. Hoje, segundo ele, a frota brasileira já conta com quase 2,5 milhões de veículos deste tipo.

De acordo com o ministro, o biocombustível, apresenta enormes vantagens sobre as demais fontes energéticas, sobretudo o petróleo. Além de ganhos ambientais - como a menor emissão de poluentes - o álcool, o biodiesel, os resíduos agroflorestais e as reservas florestais cultivadas com este fim, oferecem a vantagem de serem renováveis. “Do ponto de vista econômico, nós criamos um nova demanda, gerando empregos, desconcentrando a renda. E há também impactos positivos para a balança comercial”.

Para o ministro, os principais desafios para o sucesso do biocombustível são a oferta regular do produto, preços previsíveis, a garantia de suprimento a curto e em longo prazo e a definição de normas e padrões.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Ascom

 
 
 
 
 
 

 

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