29
de Novembro de 2006 - Yara Aquino - Repórter
da Agência Brasil - Brasília
- As organizações não-governamentais
(ONGs) voltadas ao meio ambiente e à
defesa de direitos foram as que mais crescerem
entre 1996 e 2002. Cada um destes segmentos
cresceu cerca de 300% – ou seja, ficou em
torno de quatro vezes maior no período
–, segundo pesquisa coordenada pelo Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)
que traçou um perfil das ONGs no Brasil.
A diretora do Ipea, Anna
Peliano, explicou que o número de instituições
que tratam de meio ambiente ainda é
pequeno, já que partiram de um patamar
quantitativo baixo. São cerca de 1.600.
Já as ligadas à defesa de direitos
somam cerca de 45 mil. São considerados
nessa categoria centros comunitários,
associações de moradores e de
defesa de grupos específicos ou de
minorias.
O estudo abrange as entidades
que atendem a critérios como não
ter fins lucrativos, ser auto-administradas,
privadas, entre outros. São um total
de 276 mil em todo o país. De acordo
com os dados do instituto, as organizações
pesquisadas empregam 1,5 milhão de
pessoas, o que corresponde a 5,5% dos trabalhadores
do país. Esse número podia ser
ainda maior, uma vez que o estudo mostra que,
do total pesquisado, 77% das organizações
não têm empregados. “A hipótese
é que elas têm trabalhadores
não assalariados ou voluntários”,
explica a diretora do Ipea.
Estão nas regiões
Norte e Nordeste as organizações
mais novas. Peliano destaca que na área
rural do Nordeste há atualmente uma
grande mobilização voltada para
a formação de entidades de produtores.
Já em quantidade, a maior parte das
organizações, 44%, está
na região Sudeste. A educação
é o tema trabalhado pelo maior número
de ONGs, 29%, seguido por saúde com
23%.
A pesquisadora participou
na manhã de hoje (29) do 2º Fórum
Senado Debate o Brasil, que tem como tema
o terceiro setor. O evento vai até
amanhã, em Brasília.