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do MEC é formar 4 mil professores indígenas
até 2010 - 11h07
30 de novembro - Fonte:
MEC - O Brasil tem hoje 200 professores indígenas
graduados em cursos de licenciatura intercultural
e 870, de 49 povos, fazendo formação
em universidades públicas federais
e estaduais de oito estados do Norte, Centro-Oeste
e Sudeste. O Ministério da Educação
quer formar mais quatro mil professores, entre
2007 e 2010.
Esses dados, e o desafio
de ampliar a oferta de licenciaturas para
professores indígenas, estarão
em debate no seminário nacional de
avaliação do Programa de Formação
Superior e Licenciaturas Indígenas
(Prolind). O evento começa nesta quinta-feira,
30, e vai até sábado, 2, no
auditório da reitoria da Universidade
de Brasília (UnB), em Brasília.
Nos três dias de trabalho,
o Ministério da Educação
e seus parceiros vão avaliar o Prolind.
O programa criado em 2005 distribui recursos
para diagnóstico pelas universidades,
criação de cursos e permanência
de alunos indígenas na faculdade. No
ano passado, o programa apoiou 12 instituições.
O seminário de avaliação,
explica o coordenador de educação
escolar indígena da Secretaria de Educação
Continuada, Alfabetização e
Diversidade (Secad/MEC), Kleber Gesteira,
servirá também para oferecer
informações ao próximo
edital do Prolind, subsidiar o Conselho Nacional
de Educação na elaboração
das Diretrizes Curriculares das Licenciaturas
Interculturais, construir indicadores de avaliação
dos cursos e medir o alcance das bolsas de
estudos para permanência de alunos indígenas
na graduação. O objetivo, diz
Gesteira, é consolidar as iniciativas
de formação de professores indígenas
em políticas públicas do ministério
e ampliar a oferta nos próximos quatro
anos para atingir a meta de formar quatro
mil novos professores. O reflexo dessa formação,
explica, será na qualidade da educação
básica oferecida nas escolas das aldeias.
O evento, promovido pelas
secretarias de Educação Superior
(SESu/MEC) e Secad, vai reunir representantes
de 20 universidades públicas federais
e estaduais, Organização das
Nações Unidas para a Educação,
a Ciência e a Cultura (Unesco), Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID), Projeto
Trilhas do Conhecimento do Museu Nacional
da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), Fundação Nacional do
Índio (Funai) e as associações
brasileiras de Antropologia (ABA) e Lingüística
(Abralin).
Panorama - Mato Grosso,
que é pioneiro na oferta de licenciatura
intercultural, tem 200 professores formados
pela Universidade Estadual (Unemat). Hoje,
incluindo a Unemat, são oito universidades
públicas com cursos interculturais,
onde estudam 870 professores: a Universidade
Federal de Minas Gerais (Ufmg), tem 140 professores
indígenas; Universidade Federal de
Roraima (UFRR), 180; Universidade Estadual
do Amazonas (Ueam), 250; Unemat, 100; Universidade
de São Paulo (USP), 80; Universidade
Federal da Grande Dourados (UFGD), 60; e as
universidades federais de Goiás (Ufgo)
e de Tocantins (Ufto) têm uma turma
de 60.
Kleber Gesteira informa
que outras quatro instituições
públicas estão construindo cursos
com apoio do Prolind: as federais do Amazonas
(Ufam) e de Campina Grande (UFCG) e as estaduais
da Bahia (Uneb) e de Londrina (UEL).
Mas o interesse pela educação
superior indígena não pára
aqui. Mais quatro universidades federais do
Norte e Nordeste, com a assessoria do MEC,
também trabalham a constituição
de cursos: no Acre (Ufac), Amapá (Ufap),
Ceará (Ufce) e em Pernambuco (Ufpe).
Ainda embrionária, explica Gesteira,
existe discussão de cursos nas federais
do Pará (Ufpa) e de Rondônia
(Ufro), além da Ufam, que quer abrir
duas licenciaturas. Uma para o povo Mura,
que fica próximo de Manaus, e outra
para os povos indígenas do Alto Rio
Negro.
Funai e prefeitos discutem
verbas para construção de moradias
27 de novembro - O indigenista
da Diretoria de Assistência da Funai,
João Gilberto da Silva Nogueira, se
reuniu na última quinta-feira (23/11),
na Câmara Federal, em Brasília,
com prefeitos de três municípios
de Tocantins (Santa Fé do Araguaia,
Tocantínia, e Tacajá). O objetivo
era acertar os últimos detalhes das
parcerias para a ação Construção
de Moradia para a Comunidade Indígena.
As parcerias envolvem a
construção de cerca de 170 casas,
de aproximadamente 52 m2, em sete aldeias
das etnias Xerente, Krahô e Karajá,
de Xambioá. A verba destinada é
de cerca de R$ 9 mil para cada unidade, sendo
R$ 6 mil vindos do Ministério das Cidades,
por intermédio da Caixa Econômica
Federal, R$ 1,5 mil da Funai e R$ 1,5 mil
das prefeituras locais.
Segundo João Gilberto,
o interesse pelas parcerias no Tocantins se
deve ao fato do Estado possuir um grande número
de comunidades indígenas. “Com essa
reunião queremos avançar mais,
fazer algo mais efetivo para as demandas das
famílias”, explica.
A ação Construção
de Moradia para a Comunidade Indígena
teve início em 2004, com o intuito
de melhorar a qualidade de vida das comunidades
e reduzir os índices de insalubridade
e o agravamento de doenças entre os
povos que vivem em áreas ambientalmente
degradadas.