Panorama
 
 
 

BIODIVERSIDADE NO CERRADO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Janeiro de 2007

Embrapa ajuda ministérios a disseminar sistema agroflorestal no Cerrado

19/01/2007 - Técnicos da Embrapa Transferência de Tecnologia participam como facilitadores do Curso de formação de extensionistas como educadores agroflorestais do Cerrado, coordenado pelos ministérios do Meio Ambiente (MMA) e do Desenvolvimento Agrário (MDA). A partir da disseminação de princípios dos sistemas agroflorestais, os organizadores do curso pretendem oferecer alternativas sustentáveis para a agricultura familiar no Cerrado. Com duração de quatro meses, o curso iniciado em dezembro último, recebeu 120 inscrições para as 40 vagas oferecidas.

Os técnicos da Embrapa Transferência de Tecnologia, o biólogo Márcio Silveira Armando e a agrônoma Ynaiá Masse Bueno, foram convidados pela coordenação do curso a integrarem o grupo de facilitadores pela experiência que têm na socialização de tecnologias da Embrapa junto a agricultores familiares e povos indígenas.

*Agroecologia* - Segundo Márcio, o conceito de agroecologia aplicado nas aulas destaca a importância da aproximação entre agricultor e pesquisador, procurando somar o conhecimento científico ao tradicional, a exemplo do que é feito junto a povos indígenas. Conforme lembra o biólogo, o Cerrado é o segundo bioma brasileiro em biodiversidade e abriga muitas comunidades indígenas e tradicionais.

Os sistemas agroflorestais, segundo Márcio, aparecem como importante alternativa para o Cerrado por reunirem vantagens econômicas e ambientais. Uma das características desses sistemas é permitir o cultivo de maior número de produtos em diferentes épocas do ano. O planejamento pode incluir, por exemplo, o cultivo de hortaliças e frutíferas, que têm ciclo curto, e espécies florestais e frutíferas de ciclo longo.

As pesquisas desenvolvidas pela Embrapa foram importantes na fase de ocupação do Cerrado e devem continuar dando suporte nessa segunda etapa, que busca um uso mais sustentável do bioma, argumenta Márcio. Para ele, a participação de técnicos da Embrapa no curso de formação de extensionistas, e da rede que deverá ser formada a partir dele, integra esse esforço.

*Curso* – De acordo com a agrônoma Ynaiá, o curso coordenado pelos ministérios mescla vivências presenciais, trocas de conhecimentos e experiências à distância, permitindo uma formação continuada. Na segunda etapa, os extensionistas põem em prática os conceitos, as tecnologias e as novas metodologias de abordagem junto aos agricultores. Nessa fase, o acompanhamento dos facilitadores passa a ser feito por meio da plataforma de ensino à distância do Ministério da Educação, e-proinfo.

Na etapa final do curso, extensionistas e facilitadores reúnem-se para avaliar e compartilhar os resultados obtidos. Além da formação continuada, um outro diferencial da iniciativa apontado pela técnica da Embrapa é o fato de o curso preparar profissionais referenciais em agrofloresta dentro de uma perspectiva de atuação inovadora, porque prevê a participação do agricultor familiar na construção do conhecimento, considerando sua realidade e valorizando o saber local.
Valéria Costa

Parlamentar francês conhece biodiversidade do cerrado

19/01/2007 - A biodiversidade do Cerrado, bioma com 11 mil espécies de plantas identificadas, das quais duzentas têm uso econômico reconhecido, maior interesse da comunidade européia. Se há alguns anos apenas a Amazônia representava a riqueza da flora e fauna brasileiras no exterior, a representatividade do Cerrado começa a ganhar importância com a maior interação entre instituições de pesquisa estrangeiras e o Brasil.

O senador Claude Saunier, vice-presidente da comissão de ciência e tecnologia do parlamento francês, em visita ao Brasil até a próxima sexta-feira (19), diz ter vindo ao país atraído pela biodiversidade do Cerrado e da conhecida riqueza da Amazônia. Saunier assistiu a uma apresentação sobre recursos naturais do Cerrado, feita pela pesquisadora Fabiana Aquino, na sede da Embrapa Cerrados, em Planaltina-DF, e visitou ainda os experimentos de integração lavoura-pecuária na Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) acompanhado pelo pesquisador Geraldo Martha Júnior na manhã desta quarta-feira.

O chefe de comunicação da Embrapa Cerrados, Gilberto Leite, responsável por recepcionar a comitiva francesa, composta ainda por Jean-Pierre Courtiat, diretor de cooperação e ação cultural da Embaixada da França, e Philippe Dally, diretor do Escritório Parlamentar de Ciência e Tecnologia (OPESCT), fez uma apresentação sobre o potencial agrícola do Cerrado brasileiro.

A visita do senador francês à Embrapa Cerrados foi acompanhada também por Philippe Petithuguenin, diretor regional do Centro de Cooperação Internacional para a Pesquisa e o Desenvolvimento (CIRAD) no Brasil, e pelos pesquisadores Eric Scopel, representante do CIRAD na Embrapa Cerrados, Danielle Mitja e Thierry Becquer, estes dois últimos do Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD).

As duas instituições francesas, CIRAD e IRD, têm uma longa história de parceria com a Embrapa Cerrados. O CIRAD tem desenvolvido trabalhos conjuntos na área de agricultura familiar como o projeto Unaí, voltado para promover o desenvolvimento sustentável de assentamentos de reforma agrária na região do DF e Entorno. Já o IRD é parceiro em diversos estudos sobre pastagens, plantas daninhas e outras áreas. Dentre as pesquisas em andamento, fruto da parceria IRD- Embrapa Cerrados, está uma análise da relação entre biodiversidade e a disponibilidade de metais no solo.

Segundo Saunier, que atualmente atua na identificação de contribuições da ciência e tecnologia para o desenvolvimento sustentável, o Brasil e a França devem voltar esforços para projetos que contribuam com a manutenção da biodiversidade. O senador francês, antes da chegada a Brasília (DF), conheceu as pesquisas realizadas pela Fiocruz no Rio de Janeiro, e tinha agendada visitas técnicas ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), em Manaus, como também à Secretaria de Ciência e Tecnologia do Amazonas.

O senador francês, natural da Bretanha, região oeste da França, destacou que a visita à Embrapa Cerrados foi “muito enriquecedora”. Saunier disse que “como parlamentar da biodiversidade, originário de uma região produtora de aves e porcos, visitas deste tipo ganham ainda mais importância”.
Gustavo Porpino de Araújo

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Embrapa lança kit de uso sustentável dos biomas brasileiros

Amazônia, Caatinga, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e Pampa, os principais biomas brasileiros, foram escolhidos para compor um conjunto de seis folhetos lançados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.O kit "A Embrapa nos Biomas Brasileiros" apresenta uma síntese das ações integradas da Embrapa em termos do manejo de recursos naturais, levando em conta as peculiaridades de cada região.

A idéia é que o material estimule, em diversos grupos de interesse, a percepção da expressiva oferta de instrumentos técnicos existentes para balizar o uso sustentável de territórios e a possibilidade de possíveis ações conjuntas. Pretende também mostrar os avanços já alcançados quanto ao manejo sustentável dos diversos biomas e as ações agropecuárias e florestais sustentáveis para as áreas onde a vegetação original foi removida ou alterada.

Embrapa nos Biomas

O objetivo da cartilha é contribuir para obter avanços na proposição e na implementação de políticas públicas e também, na adoção e divulgação de tecnologias voltadas ao uso sustentável dos biomas brasileiros. Na peça encontram-se informações sobre a atuação da Embrapa em cada região.

Os folhetos abordam também as ações da Embrapa a partir de três linhas de pesquisa e desenvolvimento: a) Ordenamento, Monitoramento e Gestão em Territórios; b) Manejo e Valorização do Bioma; e c) Produção Agropecuária e Florestal Sustentável.

O material pode ser obtido nas unidades da Embrapa e também está disponível no site da Embrapa (www.embrapa.br) no link publicações, linha institucional.
Joanicy Brito
Vitor Moreno

 
 

Fonte: Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (www.embrapa.gov.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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