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AQUECIMENTO GLOBAL É MAIS FORTE E MAIS RÁPIDO DO QUE SE PREVIA, DIZ ENGENHEIRO AMBIENTAL

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2007

2 de Fevereiro de 2007 - Priscilla Mazenotti - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O presidente do Instituto Brasil, do Comitê Brasileiro do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Haroldo Mattos de Lemos, disse que o aspecto mais importante do relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês) divulgado hoje (2) em Paris é mostrar que o aquecimento global “está chegando mais rápido e mais forte do que tinha sido previsto até agora”.

O relatório mostra que até o ano de 2100 a Terra se tornará mais quente. O aumento deve variar entre 1,8ºC e 4ºC, o que deve causar derretimento de geleiras, aumento do nível do mar e intensos furacões. Além disso, segundo Haroldo Lemos, haverá a mudança no balanço hídrico do planeta. “Vai modificar o regime de chuvas. Algumas regiões do mundo vão ter mais chuvas outras vão ter menos. Se as regiões que já têm problemas de escassez de água ficarem com menos chuva, terão sérios problemas de falta de água”, comentou.

Segundo Haroldo Lemos, o relatório mostra que não é mais possível fugir dos efeitos do aquecimento global e da discussão sobre formas de combatê-lo. “Enquanto a mudança climática e os seus efeitos eram coisas de médio e longo prazos os governantes não deram a devida atenção. Com as conclusões desse relatório, os governos vão ter de tomar providências, inclusive porque, com maior conscientização, a população vai passar a exigir que os governos tomem providências com relação a isso”, disse.

O relatório do IPCC foi divulgado em Paris e informa que o aquecimento global significa aumento do nível do mar e catástrofes naturais mais intensas. “A emissão de gases de efeito estufa nas taxas atuais ou maiores têm 90% de chance de causar aquecimento global e alterações climáticas durante o século 21 maiores do que aquelas observadas no século 20”, diz o texto.

Relatório sobre mudanças climáticas exige medidas de governos, diz Greenpeace

2 de Fevereiro de 2007 - Flávia Albuquerque - Repórter da Agência Brasil - São Paulo - O relatório sobre mudanças climáticas divulgado hoje (2) pela Organização das Nações Unidas (ONU) em Paris traz um grande alerta para os tomadores de decisão e dá a certeza de que as ações do homem são responsáveis pelo aquecimento global. A avaliação é do diretor de campanhas do Greenpeace, Marcelo Furtado.

“O relatório coloca a pergunta mais complicada que é se estamos preparados ou não para atacar o problema porque não temos muito tempo a perder”, ressalta Furtado. “Essa janela de oportunidade vai se fechar em uma ou duas décadas e nós precisamos agir imediatamente.”

O diretor de campanhas do Greepeace lembrou que os modelos de pesquisa existentes em 2001, quando foi elaborado o primeiro relatório referente ao assunto, melhoraram consideravelmente.

Os governos agora precisam tomar medidas tanto para diminuir as agressões ao meio ambiente, quanto para evitar o impacto das mudanças climáticas nas populações.

“O que significa então que nós temos uma melhor noção dos impactos das mudanças climáticas na vida das pessoas, na economia dos países”, diz Furtado. “Se existia uma região onde normalmente havia seca ou inundação, esse processo vai continuar mais intensificado. Então, podemos esperar secas mais duras, enchentes maiores”.

Protocolo de Quioto é insuficiente para impedir aquecimento global, diz presidente do Pnuma

2 de Fevereiro de 2007 - Priscilla Mazenotti - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O Protocolo de Quioto não é suficiente para conter o aquecimento global. Essa é a avaliação do presidente do Instituto Brasil Pnuma, do Comitê Brasileiro do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Haroldo Mattos de Lemos.

“Os cientistas sabem que essa redução (na emissão de gases) que foi pedida pelo protocolo de Quioto é totalmente insuficiente. Vamos precisar aumentar, e muito, o corte das emissões dos gases de efeito estufa se não quisermos passar por problemas bastante sérios no futuro próximo”, disse.

O Protocolo é um acordo internacional que foi assinado em 1997 e entrou em vigor em 2005. Ele limita a emissão de gases responsáveis pelo aquecimento global pelos países desenvolvidos. A redução deve ser feita em cotas diferenciadas até 2012.

Os Estados Unidos, país que mais emite dióxido de carbono, não assinou o acordo. “Mas hoje eles estão começando a mudar sua posição porque estão reconhecendo que os efeitos do aquecimento global são graves”, disse Haroldo Lemos.

Ele explicou que o Brasil tem feito o seu papel porque usa uma matriz energética limpa e combustível renovável, que é o álcool. Mas ainda sofre grandes desmatamentos, o que contribui para o aumento do aquecimento global.

”Seria uma coisa relativamente simples o Brasil reduzir ainda mais a questão do desmatamento e, com algumas providências a mais, estaria contribuindo, e muito, para evitar esse problema. Se outros países fizessem a mesma coisa, teríamos um efeito menor”, ressaltou.

Hoje, o relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês) foi divulgado em Paris informando que a Terra vai se tornar mais quente até o ano de 2100, o que significa aumento do nível do mar e catástrofes naturais mais intensas. “A emissão de gases de efeito estufa nas taxas atuais ou maiores têm 90% de chance de causar aquecimento global e alterações climáticas durante o século 21 maiores do que aquelas observadas no século 20”, diz o texto.

Estudo do Inpe traçou cenário de mudanças climáticas no Brasil para os próximos 50 anos

2 de Fevereiro de 2007 - Juliane Sacerdote e Yara Aquino - Da Agência Brasil - Brasília - O Brasil sofrerá sérias mudanças climáticas nos próximos 50 anos, se não forem tomadas medidas de preservação do meio ambiente, como a redução dos índices de desmatamento e de liberação de gases causadores do efeito estufa.É o que aponta o estudo "Cenário climático futuro: avaliações e considerações para a tomada de decisões", coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e lançado em dezembro do ano passado. O trabalho foi financiado pelo Ministério do Meio Ambiente e teve apoio do Banco Mundial.

O estudo leva em conta dois cenários: um pessimista e outro otimista. No primeiro, estima-se que o desmatamento e a poluição continuem na proporção em que ocorrem atualmente e que o Protocolo de Quioto não seja seguido. Nesse caso, nos próximos 50 anos, a temperatura na Amazônia poderia sofrer aquecimento entre 6 e 8 graus e redução da chuva em 20%.

O cenário otimista considera uma sociedade ecologicamente correta, onde seriam reduzidas a poluição e o desmatamento e seguido o Protocolo de Quioto. O aumento de temperatura na região amazônica não seria evitado, porém seria menor, entre 4 e 5 graus e a redução das chuvas ficaria entre 10% e 15%.

O Nordeste seria outra região gravemente afetada. De acordo com o estudo, o clima da região pode passar de semi-árido para árido, que se assemelha ao clima de deserto, sem chuvas. A alteração teria, inclusive, conseqüências sociais, como a migração da população local, aponta o estudo. Em outras regiões, como a Sul, deve haver mudanças na distribuição das chuvas durante o ano, o que pode resultar em problemas para a agricultura.

Em dezembro, o coordenador do estudo, José Antônio Marengo, explicou que para amenizar o cenário futuro é preciso evitar a queimada de biomassas, reduzir o desmatamento e oferecer incentivos governamentais para as empresas que poluem menos. Segundo Marengo, que é pesquisador do Inpe, a população também pode colaborar usando menos os veículos e consumindo menos água.

Aumento de chuvas e mudanças de temperatura já são inevitáveis, diz pesquisador do Inpe

2 de Fevereiro de 2007 - Gabriel Corrêa - Da Agência Brasil - São Paulo - O aquecimento global provocado pela emissão de gás carbônico (CO²) tende a intensificar chuvas, ondas de vento, de frio e de calor, explicou hoje (2) José Marengo, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em entrevista à Agência Brasil. "A circulação atmosférica tende a acelerar em condições de aquecimento”, disse ele, o que aumenta a quantidade e a intensidade dos choques entre as massas de ar de diferentes temperaturas, ocasionando eventos atmosféricos mais fortes.

A alta emissão de CO² é uma das principais causas da elevação da temperatura na terra entre 1,8 e 4 graus até 2100, segundo o relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês), divulgado hoje em Paris. Esse grande volume de CO² presente na atmosfera já garante que “o aquecimento [global] vai continuar, de qualquer forma”, independentemente se a emissão desse gás parar de crescer, alertou Marengo.

Projeções para as diferentes regiões do planeta serão divulgadas pelo IPCC no mês de abril. Marengo adiantou que, além do crescimento do nível do mar, que é um evento global, o maior impacto ambiental na América Latina poderá ser na Amazônia. “[A floresta] poderia até sumir, sendo substituída por outro tipo de vegetação, como o Cerrado”, segundo o pesquisador do Inpe. Aumentariam as secas no nordeste do Brasil e as ocorrências de furacões em todo o país.

A implementação do Tratado de Quioto, o uso de energias renováveis e um plano de reflorestamento são algumas sugestões para redução de danos. “São medidas de longo prazo que custam muito, mas maior seria o prejuízo”, disse Marengo.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Ascom

 
 
 
 

 

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