02
Feb 2007 - As comemorações pelo
Dia Mundial das Áreas Úmidas
(2 de fevereiro) têm como tema central,
este ano, a pesca e seus impactos. Segundo
a Convenção de Ramsar, estima-se
que 35 milhões de pessoas estão
envolvidas com o setor de pesca, enquanto
75% dos recursos pesqueiros marinhos comercialmente
importantes estão sobre-explotados.
Além disso, os pescados são
a principal fonte de proteínas para
mais de 1 bilhão de pessoas no mundo.
A Convenção
de Ramsar foi firmada em 1971, na cidade de
Ramsar (Irã), para promover ações
nacionais e internacionais para a conservação
e o uso sustentável das áreas
úmidas e de seus recursos naturais.
Foram classificados 42 diferentes tipos de
áreas úmidas, complexos ecossistemas
que englobam desde as áreas marinhas
e costeiras até as continentais e as
artificiais. Alguns exemplos são os
lagos, manguezais, pântanos e também
áreas irrigadas para agricultura, reservatórios
de hidrelétricas etc.
A maior área úmida
continental do planeta está no Brasil.
É o Pantanal, que abrange parte dos
estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul
e estende-se pela Bolívia e Paraguai.
Anualmente, repete-se o ciclo das inundações,
proporcionando a renovação da
fauna e flora. A partir de novembro, com o
início do trimestre chuvoso nas regiões
altas da Bacia Hidrográfica Pantaneira,
sobe o nível dos rios, provocando as
enchentes na planície. Em maio, as
chuvas param e as águas começam
a baixar lentamente. Nos terrenos alagados
são formados inúmeros corixos
e vazantes. Uma grande quantidade de peixes
fica retida em lagoas e baías. A abundância
atrai muitas aves em busca de alimento.
Foram listadas 263 espécies
de peixes no Pantanal, sendo que mais de 85%
pertencem à ordem Ostariophysi, da
qual fazem parte o pacu, o dourado, a tuvira,
o pintado, a cachara e o cascudo. Segundo
estudos da Embrapa Pantanal, a pesca constitui
a segunda maior atividade econômica
do Pantanal, gerando recursos da ordem de
40 milhões de reais ao ano.
A pesca de subsistência
é integrada à cultura regional
e constitui importante fonte de proteína
para as populações ribeirinhas.
A pesca esportiva se tornou o principal atrativo
do turismo regional, especialmente no Mato
Grosso do Sul. Já na pesca profissional,
atuam pelo menos 3.500 pescadores.
Ainda conforme a Embrapa
Pantanal, o número de pescadores esportivos
em Mato Grosso do Sul tem sido ao redor de
57.000/ano, oriundos principalmente da região
sudeste. A pesca esportiva captura mais de
75% de todo o pescado oficialmente desembarcado
no estado.