02-02-2007
- São Paulo - Em resposta ao IPCC,
que reforçou em Paris a gravidade da
crise climática global, propomos um
Brasil com uma matriz energética sustentável
e limpa. E damos o caminho das pedras.
No dia em que o IPCC divulga
em Paris os dados que reforçam a preocupação
geral em relação ao aquecimento
global e os efeitos das mudanças climáticas
em todo o mundo, apresentamos o relatório
[R]evolução Energética
– Brasil, um guia prático que mostra
a viabilidade de se ter uma matriz energética
limpa baseada em fontes renováveis
– ventos, sol e biomassa – sem comprometer
o crescimento econômico do país
e contribuir para piorar o efeito estufa.
Confira na apresentação
em flash abaixo os principais pontos da [r]evolução
energética proposta pelo Greenpeace:
Nossa conclusão é
que o país pode crescer até
2050 impulsionado por fontes renováveis
de energia e eliminar as fontes sujas – petróleo,
carvão e nuclear . Para isso, é
preciso uma estruturação do
setor em torno da conservação
de energia e políticas públicas
de apoio a energias renováveis.
Os dados do relatório
integram o capítulo brasileiro de um
estudo global encomendado pelo Greenpeace
e pela Comissão Européia de
Energia Renovável (Erec) ao Centro
Aeroespacial da Alemanha (DLR), um dos mais
conceituados institutos de pesquisa na área
de cenários energéticos.
No Brasil, a parceria foi
com o GEPEA (Grupo de Engenharia de Energia
e Automação de Elétricas
da Escola Politécnica da USP) para
projetar os cenários de geração
de eletricidade no Brasil. Por meio de um
software, o relatório [R]evolução
Energética apresenta cenários
futuros para a geração e distribuição
de eletricidade no país até
2050, com base em avaliações
de aumento populacional, crescimento do PIB
e fontes e tecnologias de energia disponíveis.
E não ficamos apenas
no discurso. Durante o lançamento do
relatório [r]evolução
energética, inauguramos 40 painéis
solares fotovoltaicos na sede da organização
em São Paulo que captam a luz do sol
e geram 2.800 watts. O sistema foi conectado
à rede pública de energia e
a ela repassará o excedente de energia
gerado – o que não é permitido
por lei. Praticamente, fizemos um ‘gato’ ao
contrário: em vez de roubar energia
do sistema público de energia, estamos
devolvendo energia à rede.
A instalação
deve suprir até 50% da demanda diária
de eletricidade do escritório do Greenpeace.
“Decidimos praticar este
ato de desobediência civil para questionar
o atual modelo de geração e
distribuição de eletricidade”,
explica Marcelo Furtado, diretor de campanhas
do Greenpeace. “Em linha com a revolução
energética que estamos propondo, acreditamos
na descentralização da geração
de energia e na criação, por
meio de políticas públicas consistentes,
e de um mercado de energias renováveis
como eólica, biomassa, solar e pequenas
centrais hidrelétricas, acessível
ao consumidor final. Também vamos aplicar
medidas de eficiência energética
em nossa sede para demonstrar as vantagens
econômicas da sustentabilidade”, afirma
Furtado.