Produtores de soja têm cenário
tranqüilo, avalia gerente da Conab
19 de Fevereiro de 2007 - Érica Santana
- Repórter da Agência Brasil
- Brasília - O engenheiro agrônomo
João Paulo de Moraes, da Gerência
de Oleaginosas e Produtos Agrícolas
da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab),
classificou como “tranqüilo” o cenário
de comercialização da soja,
principalmente porque os Estados Unidos, maiores
produtores do grão, estão reduzindo
sua área de plantio de soja para aumentar
a de milho, utilizado na produção
de biocombustível.
“O deslocamento do produto [commodity] para
a produção de energia tem dado
ao produtor de soja uma margem de tranqüilidade
para a comercialização”.
De acordo com ele, a competição
da soja com o milho e a questão da
bioenergia e produção do biodiesel
no Estados Unidos têm aumentado o preço
do óleo de soja. Ele ressalta que os
produtores de soja brasileiros devem aproveitar
esse momento de aumento de preços e
fechar negócios para vender a sua produção.
“Quando eles fecham negócios agora,
têm uma certa rentabilidade. O custo
de produção, de uma maneira
geral, está um pouco menor do que nas
safras anteriores por causa da questão
do dólar em relação à
época do plantio”, explicou.
Em entrevista à Agência Brasil,
João Paulo Moraes avaliou que pesquisa
divulgada na semana passada pela Embrapa Cerrados
(unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária), segundo a qual 61% do
cerrado ainda conserva a vegetação
original, aumenta as chances de o Brasil ampliar
a produção de soja dentro desse
bioma.
Moraes disse que, apesar de passar por um
bom momento, a expansão do plantio
de soja no Brasil pode ser freada por falta
de infra-estrutura. “Nós temos o potencial,
temos a tecnologia e temos a área disponível,
mas nós temos uma limitação
muito grande em termos armazenagem, logística
de escoamento e estrutura portuária”.
De acordo com o gerente da Conab, 75% das
mais de 50 milhões de toneladas de
soja que o Brasil produz por ano são
destinadas à exportação.
Desse total, 50% são grãos e
o restante, farelos e óleo.
Gerente da Conab aponta possibilidade de
ampliar área de plantio de soja no
cerrado
19 de Fevereiro de 2007 - Érica Santana
- Repórter da Agência Brasil
- José Cruz/ABr - Brasília -
Apresentação da Embrapa Cerrados
(unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária) destaca o uso econômico
desse bioma. Pesquisa da Embrapa concluiu
que 61% do cerrado mantém vegetação
nativa e que a área cultivada pode
dobrar aproveitando pastagens degradadas
Brasília - A pesquisa divulgada na
semana passada pela Embrapa Cerrados (unidade
da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária),
segundo a qual 61% do cerrado ainda conserva
a vegetação original, aumenta
as chances de o Brasil ampliar a produção
de soja dentro desse bioma. A avaliação
é do engenheiro agrônomo João
Paulo de Moraes, da Gerência de Oleaginosas
e Produtos Agrícolas da Companhia Nacional
de Abastecimento (Conab).
“A Embrapa fez um levantamento preciso e
bem abrangente das remanescentes do cerrado”,
avaliou o agrônomo, em entrevista à
Agência Brasil. “Hoje, o Brasil, com
esses números apresentados pela Embrapa,
é o país que tem a possibilidade
de expansão de área [de plantio
de soja], dentro das áreas do cerrado.”
O gerente da Conab lembrou que a grande expansão
do potencial exportador de soja brasileiro
ocorreu quando houve o domínio da tecnologia
da produção de soja no cerrado.
“Hoje os maiores produtores são Mato
Grosso, Paraná, Goiás, mas com
grande potencial de expansão dentro
das regiões”, observou.
De acordo com João Paulo Moraes, poderia
haver maior aproveitamento das áreas
de pastagens do cerrado para a produção
de soja se houvesse uma melhoria do manejo
do gado. “Tem-se uma ocupação
de gado muito baixa por unidade de área
de pastagens hoje. Melhorando essa tecnologia,
podem-se liberar áreas que são
abertas, em termos de pastagens, para a produção
de soja”, explicou.
Moraes destacou que a soja ainda é
um dos maiores produtos de exportação
do país. Ele lembrou que, apesar de
a safra de soja que está sendo colhida
agora ter apresentado uma recuperação
em relação ao ano passado, houve
uma redução da área de
plantio. De acordo com ele, o endividamento
dos produtores e a defasagem do preço
do grão foram os principais responsáveis
pela retração.
Embrapa afirma que é possível
dobrar a produção de grãos
sem prejudicar o cerrado
19 de Fevereiro de 2007 - Alex Rodrigues
- Repórter da Agência Brasil
- José Cruz/ABr - Brasília -
Apresentação da Embrapa Cerrados
(unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária) destaca o uso econômico
desse bioma. Pesquisa da Embrapa concluiu
que 61% do cerrado mantém vegetação
nativa e que a área cultivada pode
dobrar aproveitando pastagens degradadas
Brasília - Pesquisadores da Embrapa
Cerrados (unidade da Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária) afirmam que
é possível conciliar a preservação
do bioma com a produção agropecuária,
dobrando a produção de grãos
do cerrado sem avançar sobre novas
áreas. Estudo da instituição
concluiu que 61% do cerrado mantém
vegetação nativa.
Financiado pelo Ministério do Meio
Ambiente e pelo Banco Mundial e divulgado
na última quinta-feira (15), o projeto
Mapeamento de Remanescentes de Cobertura Vegetal
Natural do Cerrado aponta um potencial enorme
a se explorado nas áreas hoje destinadas
ao pastio.
Pelos dados da Embrapa, 139 milhões
dos 207 milhões de hectares de cerrado
espalhados por dez estados e pelo Distrito
Federal apresentem condições
favoráveis para o plantio ou para a
pecuária, apenas 78,5 milhões
têm sido utilizadas: 61 milhões
como pastagens e 17,5 milhões para
o cultivo de alimentos.
Segundo o chefe-geral da Embrapa Cerrados,
Roberto Teixeira Alves, cerca de 14 milhões
de hectares se destinam ao plantio de culturas
anuais, a exemplo da soja, do milho e do feijão.
Outros 3,5 milhões de hectares servem
para a produção das chamadas
culturas perenes (café, seringueira,
eucalipto, frutas etc.).
De acordo com Alves, aproximadamente 60%
dos 61 milhões de hectares de pastos
estão ou em processo de degradação
ou degradados e precisam de recuperação.
“A melhor forma de recuperá-los é
ocupar parte da área com agricultura”,
diz, em entrevista à Agência
Brasil. “Isso é economicamente viável,
já que possibilita que a terra esgotada
gere renda por meio de outra atividade e,
em médio prazo, possibilita a melhoria
do solo, permitindo que o terreno volte a
ser utilizado como um pasto de melhor qualidade,
capaz de proporcionar maior produção
de leite e carne.”
Alves calcula que o rodízio entre
pastagem e lavoura permitiria a adição
de pelo menos 15 milhões de hectares
aos 14 milhões hoje destinados às
culturas anuais.