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TÉCNICA DIZ QUE PLANTAR MILHO TRANSGÊNICO É ATO ECOLÓGICO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2007

15 de Fevereiro de 2007 - Marcos Agostinho - Da Agência Brasil - Brasília - A diretora executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), Alda Lerayer, em entrevista à NBR.

Brasília - A diretora-executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), Alda Lerayer, disse hoje que plantar milho geneticamente modificado (transgênico) é um ato ecológico, pois requer menor uso de agrotóxicos. O conselho é uma organização não-governamental de defesa dos transgênicos.

“Ao plantar milho transgênico há a redução de milhares de quilos de inseticidas nas plantações e isso é muito importante para o meio ambiente. Não há a necessidade de aplicação desses produtos no combate a lagartas, pois o milho já é resistente, por isso apresenta uma qualidade superior”, diz Alda Larayer.

A executiva afirmou que tem expectativa de o uso do milho transgênico seja liberado na reunião da Comissão Nacional Técnica de Biossegurança (CNTBio), marcada para a tarde de hoje (15).

Ela lembrou que, antes de produtores, os agricultores são consumidores, portanto não iriam plantar algo que faz mal à saúde deles e da família. “Todos eles querem plantar, pois o custo de produção é menor, a qualidade é superior e diminui muito o risco de intoxicação (de quem lida diretamente com a plantação)".

Ela esclareceu que qualquer produto transgênico antes de ser liberado para a comercialização passa por inúmeros testes, que avaliam aspectos de biossegurança (segurança das atividades que envolvem organismos vivos) e só são comercializados produtos considerados seguros para a saúde animal, humana e o meio ambiente.

Esses argumentos não são aceitos pela organização ambientalista Greenpeace. Para Gabriela Vuolo, coordenadora da Campanha de Engenharia Genética da organização, o pólen do milho é muito leve, portanto, a partir da ação do vento pode haver a mistura entre variedades de milho convencionais pelo transgênico.

Na visão da diretora-executiva do CIB, existe aí uma grande falta de informação. Segundo ela, os ambientalistas "disseminam inverdades, informações aleatórias, sem nenhum embasamento cientifico", pois já está mais que comprovado que a coexistência do milho tansgênco com o convencional é possível.

"Os produtores de milho da França comprovaram que com dez metros de distância (entre uma plantação de milho transgênico e uma convencional) é o necessário para que se mantenha e se preserve a integridade das produções. Eles (o Greenpeace) passam mensagens baseadas na falta de informações das pessoas e isso causa medo, pois todos temem o desconhecido”.

Desde o dia 12, a organização não-governamental Greenpeace realiza atos de protesto em várias capitais do país contra a liberalização do plantio e consumo de diversas patentes de milho transgênico no Brasil. A medida pode ser aprovada hoje (15),pela Comissão Técnica Brasileira de Biossegurança (CTNBio), reunida em Brasília.

Número de acidentes com transgênicos em 2006 foi o maior dos últimos dez anos, diz Greenpeace

14 de Fevereiro de 2007 - Irene Lôbo - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O relatório Registros de Contaminação Transgênica, divulgado hoje (14) pela organização não-governamental (ONG) Greenpeace, afirma que, nos últimos dez anos, 2006 foi o ano com maior número de acidentes com transgênicos. Cerca de 60 ativistas, fantasiados de milho, entregaram nesta quarta-feira, em Brasília, o relatório aos 27 cientistas que integram a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio).

A comissão decide amanhã (15) se libera para plantio e comercialização cinco modalidades de milho transgênico.

O documento cita casos de contaminação, plantios ilegais e efeitos colaterais negativos causados pelos transgênicos em todo o mundo, no ano passado. De acordo com o relatório, nos últimos 10 anos, foram relatados 142 casos de contaminação de diversas espécies ocorridos no mundo. Desse total, 35% se referem a variedades de milho transgênico. Somente em 2006, foram registrados 24 incidentes com transgênicos em todo o mundo.

As notificações foram feitas no site www.gmcontaminationregister.org, criado pela ONG britânica GeneWatch e pelo Greenpeace para monitorar o impacto dos transgênicos na produção de alimentos e no meio ambiente.

“Até hoje, os transgênicos que existem em escala comercial, ou são resistentes a agrotóxico, ou têm propriedades inseticidas. Eles não produzem mais. Em vez de uma soja que dê dez grãos, você não vai ter uma soja que dê 100 grãos, isso é uma mentira. Eles, simplesmente, foram desenvolvidos pelas indústrias de agroquímicos para serem resistentes aos seus próprios agroquímicos, ou terem propriedades inseticidas”, explicou a coordenadora da Campanha de Transgênicos do Greenpeace, Gabriela Vuolo.

Mais da metade dos incidentes registrados envolveu o milho. Os Estados Unidos continuam a ser o país com mais contaminação no mundo. Um caso citado no relatório é o da Espanha, ocorrido em 2005, mas só registrado no ano passado. Segundo o relatório, a introdução do milho transgênico está ameaçando o modo de vida de produtores orgânicos nas principais regiões de plantio de milho do país ibérico.

O relatório também aponta a preocupação com a contaminação de estoques de sementes de milho. Nos últimos dez anos, o documento afirma que foram encontradas sementes de milho contaminadas em 11 países, entre os quais o Brasil. Os outros são: Áustria, Chile, Croácia, França, Alemanha, Grécia, Itália, Nova Zelândia, Suíça e Estados Unidos.

No relatório, as organizações GeneWatch e Greenpeace pedem que os governos utilizem métodos para detecção de casos de contaminação de transgênicos; imponham padrões internacionais de identificação de documentação de carregamentos de organismos geneticamente modificados (OGMs); e neguem às companhias o direito de comercializar produtos transgênicos, se elas estiverem envolvidas em liberações ilegais, entre outras.

O lançamento internacional do relatório será na próxima segunda-feira (19).

Greenpeace protesta contra liberação de milho transgênico

12 de Fevereiro de 2007 - Renato Brandão - Repórter da Agência Brasil - São Paulo - A organização não-governamental Greenpeace realiza hoje (12) atos de protesto em sete capitais contra a liberalização para plantio e consumo de diversas patentes de milho transgênico no Brasil, que poderão ser aprovadas nos dias 14 e 15 pela Comissão Técnica Brasileira de Biossegurança (CTNBio), em Brasília. As manifestações acontecem em Belo Horizonte, Brasília, Manaus, Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador.

A coordenadora da Campanha de Engenharia Genética do Greenpeace, Gabriela Vuolo, disse que os protestos são em favor da biossegurança brasileira e buscam influenciar o voto dos 27 membros da CTNBio, conselho responsável pela avaliação da segurança dos alimentos transgênicos antes de serem aprovados para plantio e consumo.

“É importante esclarecer que o Greenpeace não é contra os transgênicos em si, mas sim contra a liberação dos transgênicos no meio ambiente”, disse Vuolo. “Porque existem transgênicos que são utilizados em ambiente confinado, e quanto a isso não vemos problemas, porque existe todo um controle. Mas quando há a liberação no meio ambiente, é algo mais preocupante”.

De acordo com a coordenadora do Greenpeace, a partir do momento em que os transgênicos são liberados no meio ambiente, não há qualquer tipo de controle. “Eles são seres vivos, que espalham suas sementes e seu pólen, além de poderem cruzar com variedades tradicionais e causar um grande problema ambiental”, alerta.

Gabriela Vuolo afirmou que o risco da liberação do milho transgênico é o de contaminar geneticamente as variedades tradicionais do produto brasileiro. “Isso coloca em risco toda a diversidade genética brasileira. O Brasil é um centro de diversidade do milho, e temos diversas variedades locais e tradicionais de milhos que foram sendo melhoradas e aprimoradas por agricultores ao longo de muitos anos. São variedades que se adaptaram ao clima e ao solo brasileiro, através do conhecimento tradicional dos agricultores”, afirmou.

Além das manifestações públicas, que se estendem até o dia 15, representantes do Greenpeace estarão em Brasília para acompanhar as decisões do CNTBio.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Ascom

 
 
 
 

 

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