Durante três dias,
representantes de reservas extrativistas e
de desenvolvimento sustentável em todo
o país apresentam experiências
de gestão dessas áreas protegidas
.
Brasília (DF), 01
de março de 2007 — A partir de hoje,
Brasília celebrará o encontro
das experiências brasileiras em reservas
extrativistas e de desenvolvimento sustentável.
Consideradas novas no Brasil, estas unidades
de uso sustentável foram inicialmente
implantadas na região amazônica
e, depois, incentivadas para o restante do
país.
O encontro, que envolverá
cerca de 40 pessoas, tem como objetivo discutir
as melhores práticas e as lições
aprendidas sobre essas categorias de reserva.
Desta forma, como subsídio do Encontro,serão
mapeadas as principais dificuldades e desafios
impostos aos grupos envolvidos, sendo que
suas conclusões poderão resultar
em subsídios para a implantação
e consolidação das reservas
de uso sustentável.
Até o dia 03 de março,
acontecerão 19 apresentações
sobre reservas extrativistas e de desenvolvimento
sustentável, localizadas em diversos
biomas do país. Experiências
nos estados do Pará, Amazonas, Acre,
Maranhão, São Paulo, Goiás
e Bahia serão apresentadas no evento.
Áreas de uso sustentável
- As unidades de conservação
de uso sustentável são reconhecidas
pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação
(SNUC) e abrangem as Florestas Nacionais (FLONA);
as Áreas de Proteção
Ambiental (APA) e as de Relevante Interesse
Ecológico (ARIE); e as Reservas de
Fauna (RF), as de Patrimônio Particular
Natural (RPPN), as Extrativistas (RESEX) e
as de Desenvolvimento Sustentável (RDS).
As RDS e as RESEX têm
como diferencial a ampla participação
de movimentos sociais e de populações
consideradas tradicionais, o que atrai a atenção
do governo e de diversas instituições
- incluindo órgãos financiadores
- para estes tipos de unidade de conservação.
Isto porque em regiões de grande importância
biológica, as formas de conciliar o
crescimento econômico e demográfico,
a garantia dos direitos sociais e a conservação
dos recursos naturais e da biodiversidade,
representam uma questão central para
a sustentabilidade do desenvolvimento local.
A categoria de Reserva de
Desenvolvimento Sustentável foi criada
pelos governos estaduais da região
amazônica e, posteriormente, adotada
pelo governo federal – sendo que a única
reserva federal deste tipo, a RDS Itatupã-Baquiá,
localiza-se em Gurupá, no estado do
Pará.
“Espera-se que, como resultado
deste encontro, possamos identificar os pontos
mais relevantes para o fortalecimento da sustentabilidade
dessas áreas e que se possa, com tais
informações, subsidiar o seu
fortalecimento”, afirma Paulo Gustavo Prado,
diretor de Política Ambiental da CI-Brasil.
O encontro “Experiências
Brasileiras em Reservas Sustentáveis”
é promovido pela Conservação
Internacional (CI-Brasil) em parceria com
a Embaixada Britânica.
RDS - As Reservas de Desenvolvimento
Sustentável visam conservar o meio
ambiente, permitindo que a população
local participe das atividades de manejo dos
recursos naturais (fauna e flora) e de vigilância
da unidade, com a manutenção
da propriedade privada.
RESEX – Segundo o Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA), a reserva extrativista
“é uma área utilizada por populações
extrativistas”, que dependem de atividades
como o extrativismo, a agricultura de subsistência
e a criação de animais de pequeno
porte.
A idéia básica
desse tipo de área é proteger
os meios de vida e cultura dessas populações
e assegurar o uso sustentável dos recursos
naturais da Unidade.
O evento “Experiências
Brasileiras em Reservas Sustentáveis”
contará com a participação
de representantes das seguintes Unidades:
RDS Iratapuru (AP), RESEX Cajari (AP), RDS
Itatupã-Baquiá (PA), RESEX Gurupá-Melgaço
(PA), RESEX Tapajós-Arapiuns (PA),
RDS Cujubim (AM), RDS do Rio Uacari (AM),
RESEX Médio Juruá (AM), RESEX
Chico Mendes (AC), RESEX Cazumbá-Iracema
(AC), RESEX do Corumbau (BA), RESEX de Canavieiras
(BA), RESEX Lago do Cedro (GO), RESEX Mandira
(SP), RESEX Quilombo do Flexau (MA) e RESEX
do Ciriaco (MA).