12/03/2007
- O presidente do Instituto Ambiental do Paraná
(IAP), Vitor Hugo Burko anunciou a criação
de grupos de fiscalização volante,
que vão visitar grandes indústrias
para cobrar o cumprimento da legislação
ambiental e solucionar os problemas relacionados
à emissão de poluentes.
“Vamos criar equipes de
fiscalização volante, que, a
qualquer momento, poderão bater à
porta das grandes empresas poluidoras, independente
da região ou do município em
que se encontra. Além disso, o IAP
está rediscutindo a sua política
interna de fiscalização para
coibir cada vez mais a poluição
gerada por grandes indústrias”, declarou
o presidente do IAP, na quinta-feira (08).
A declaração
foi dada após o presidente ter participado
de mais uma vistoria à indústria
de laminados Arauco – Placas do Paraná
S.A, localizada em Curitiba. A empresa foi
autuada em R$ 15 mil, devido à emissão
irregular de esgotos sanitários, deficiência
do sistema de captação e tratamento
de águas fluviais e emissão
de partículas de madeira na atmosfera
por falta de filtros. O IAP constatou ainda
a disposição de matéria-prima
a céu aberto em situação
potencial de contaminação de
recursos hídricos. A vistoria foi feita
após denúncias da comunidade
do entorno.
Segundo Burko, esse tipo
de ação tem se mostrado eficaz,
porque muda o direcionamento das empresas
em relação às condicionantes
estabelecidas pela licença de operação
emitida pelo IAP. “A empresa já procurou
o instituto para resolver suas irregularidades,
buscando orientação para desenvolver
uma política ambiental compatível
com as exigências da legislação
e do órgão ambiental. Não
podemos permitir, por exemplo, que em um dia
de chuva o rio Belém seja inundado
por esgoto e efluentes gerados pela Arauco”,
ressaltou o presidente.
De acordo com o auto de
infração emitido, a Arauco terá
60 dias para realização da auditoria
ambiental compulsória e efetuar as
correções necessárias.
Todas as recomendações prescritas
são de conhecimento da empresa, que
através do seu técnico responsável
assinou e recebeu cópia da multa.
Desenvolvimento – Burko
esclareceu que o IAP passa a ter uma nova
face voltada à construção
de alternativas de desenvolvimento sustentado.
“Abriremos as portas para todos aqueles que
quiserem contribuir com sugestões e
propostas direcionadas ao setor tecnológico
e, principalmente, relacionadas à preservação
ambiental. Daremos oportunidade para o diálogo,
mas continuaremos sendo rigorosos quanto à
fiscalização dos recursos naturais
com as pessoas que ainda teimam em inviabilizar
nosso futuro”, declarou Burko.
Na última semana,
o presidente do IAP havia participado de uma
blitz de fiscalização na fábrica
Pincéis Tigre, em Castro (região
Norte do Estado). Naquela data, a empresa
foi autuada em R$ 48 mil por três infrações
ambientais: lançamento irregular de
efluentes (líquido resultante do processo
produtivo da empresa), disposição
de resíduos industriais a céu
aberto e ausência de mata ciliar em
um córrego que corta a área
da empresa.
+ Mais
Convênio com Prefeitura
de Curitiba vai capacitar técnicos
no monitoramento da qualidade do ar
12/03/2007 - O governador
Roberto Requião autorizou esta semana
a realização de um convênio
de cooperação técnica
- com vigência de cinco anos - entre
a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos
e a Prefeitura de Curitiba que vai capacitar
funcionários do município no
desenvolvimento de metodologias e técnicas
relacionadas ao monitoramento da qualidade
do ar.
De acordo com o convênio,
ficará a cargo do Instituto Ambiental
do Paraná (IAP) viabilizar a autorização
para a implantação de estações
de monitoramento da qualidade do ar em áreas
do poder público estadual, viabilizar
infra-estrutura para a implantação
e operação das estações
e repassar os conhecimentos e experiências
adquiridas na gestão da qualidade do
ar.
A Secretaria Municipal do
Meio Ambiente será responsável
por viabilizar a implantação
de estações em áreas
de poder público municipal, assim como
pela infra-estrutura para operação
destas estações. Devido a vandalismos
em uma das estações situadas
na capital, no ano passado, a prefeitura também
será responsável por garantir
a segurança dos equipamentos instalados
nas áreas que lhe pertencem. Cada estação
está avaliada em R$ 500 mil.
“Os técnicos do município,
a exemplo do trabalho que o IAP já
desenvolve pioneiramente no país, deverão
elaborar e apresentar relatórios anuais
de qualidade do ar e inventários sobre
as fontes de emissão de poluição
atmosférica, divulgando seus resultados
em Curitiba”, disse o secretário do
Meio Ambiente e Recursos Hídricos,
Rasca Rodrigues.
Pioneirismo - O IAP possui
atualmente doze estações de
monitoramento instaladas em Curitiba e Região
Metropolitana, que emitem relatórios
aferindo a qualidade do ar em níveis
bons e regulares. “Este trabalho de gestão
da qualidade do ar é realizado pelo
IAP desde 1985, sendo que em 2003 os relatórios
passaram a ser publicados mensalmente e não
anualmente como era feito. Até o final
do ano os boletins serão publicados
semanalmente”, destacou o presidente do IAP,
Vitor Hugo Burko.
O monitoramento da qualidade
do ar na Região Metropolitana de Curitiba
é realizado por estações
manuais e automáticas localizadas em
Curitiba na Santa Casa, Santa Cândida,
Cidade Industrial (CIC), Praça Ouvidor
Pardinho e Boqueirão. Em Araucária
as estações automáticas
estão localizadas nos bairros Sabiá
(Seminário), Vila Nova (Assis), Tidiquera
(São Sebastião), Fazenda Velha
(Assis), Sabiá (Companhia Siderúrgica
Nacional – CSN), Centro (pátio da Refinaria
Repar); além de uma estação
instalada em Colombo no início do ano
passado.
“Entendemos que esta informação
é fundamental para que a população
saiba a qualidade do ar que respira. As estações
não indicam o local de origem da poluição
e sim se os padrões de ar que a população
esta respirando em determinados locais são
aceitáveis ou não”, lembrou
o presidente do IAP.
Os resultados, segundo ele,
determinam as prioridades de ações
de controle a serem implementadas pelo órgão
ambiental. “Monitoramento é um alerta
para verificar o que está acontecendo
e definir providências imediatas. A
idéia é descobrir o foco do
problema e embargar ou multar atividades potencialmente
poluidoras”, reforçou Burko.
Padrões – A legislação
considera como aceitáveis Índices
de Qualidade do Ar (IQA) de até 100.
Níveis de qualidade do ar de até
50 são considerados bons e sem risco
à saúde, de 50 a 100 regular
e com risco à saúde apenas de
pessoas muito sensíveis. De 100 a 300
a qualidade do ar é considerada inadequada
ou má; e acima de 300, considerada
crítica. “Ultrapassando o limite permitido
pela legislação as estações
imediatamente apontam violações
na qualidade do ar”, explicou o diretor de
Estudos e Padrões Ambientais do IAP,
Celso Bittencourt.
Segundo Celso, todas as
estações são instaladas
de acordo com o número de habitantes
por região e que inicialmente o monitorando
da qualidade do ar avaliava apenas três
parâmetros ou tipos de poluição
atmosférica. “Depois foram acrescentados
outros quatro itens devido às exigências
da nova legislação”, completou.
Entre os principais parâmetros
avaliados estão partículas totais
(poeira) e dióxido de enxofre (fumaça),
sendo que para cada item existe um valor aceitável
visando proteger a saúde da população.
“O IAP tem uma legislação diferenciada
para monitorar e licenciar cada tipo de atividade
industrial que pode influenciar na qualidade
do ar. Esta legislação é
modelo para o Brasil”, lembrou o diretor.
Estações –
As estações manuais são
operadas por técnicos do IAP. Já
as estações automáticas
três são de propriedade do IAP
e as demais foram incorporadas à Rede
de Monitoramento através de parcerias
de cooperação.
As Estações
manuais são operadas diariamente em
forma de coleta de partículas em suspensão
em filtro e outros poluentes em soluções.
A análise do filtro e das soluções
é realizada posteriormente em laboratório
para indicação da concentração
de poluentes. Estas estações
analisam e fornecem médias diárias
de três parâmetros: dióxido
de enxofre (SO2), partículas totais
em suspensão (PTS) e fumaça.
Já as Estações
Automáticas operam com analisadores
que fazem a coleta e a análise dos
poluentes ao mesmo tempo, podendo fornecer
as médias horárias dos poluentes
através de um monitoramento todo automatizado.
Alerta - Causada pela urbanização
acelerada, com crescente uso de automóveis
e expansão da produção
industrial, a deterioração da
qualidade do ar já é um dos
mais graves problemas da sociedade moderna,
em especial na América Latina.
A poluição
atmosférica é responsável
por milhares de mortes prematuras, atingindo
elevados custos em bilhões de dólares
em serviços de saúde e perda
de produtividade. Dados da Organização
Mundial da Saúde (OMS) estimam que
de 2% a 5% das mortes em áreas urbanas
estejam relacionadas à poluição
do ar, que também tem impactos globais,
como o buraco na camada de ozônio e
o efeito estufa.