Panorama
 
 
 

ONG CRITICA DECISÃO PRESIDENCIAL SOBRE BIOSSEGURANÇA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2007

Greenpeace critica decisão presidencial de mudar regras de comissão de biossegurança

22 de Março de 2007 - Ivan Richard - Da Agência Brasil - Brasília - A coordenadora da Campanha de Engenharia Genética do Greenpeace, Gabriela Vuolo, criticou hoje (22) que a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de sancionar a lei 11.460, que, entre os seus artigos, reduz o quorum para as decisões da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). Segundo ela, a decisão do presidente “opera a serviço das multinacionais de biotecnologia e a serviço do agronegócio e não a serviço da população brasileira”.

Publicada hoje (22) no Diário Oficial da União, a Lei nº 11.460 reduziu de 18 para 14 a quantidade de votos dos membros da CTNBio necessários para autorização de pesquisas ou comércio de variedades de organismos geneticamente modificados. A posição era defendida por pesquisadores à favor dos transgênicos, sob o argumento de facilitar a liberação científica e comercial desses organismos, e criticada por movimentos ambientalistas e até representantes do governo porque poderia facilitar autorizações sem a devida segurança técnica.

Vuolo ressaltou que o Greenpeace repudia a decisão do presidente por entender que ela seria uma “clara sinalização de que [o presidente] não tem qualquer compromisso com a biosegurança brasileira, com o meio ambiente e a saúde da população”. Para a coordenadora da Campanha de Engenharia Genética do Greenpeace, ficou a impressão de que Lula tentou fazer média ao vetar o artigo do algodão [que autorizava a utilização do algodão transgênico plantado ilegalmente na safra de 2006] e não vetar a redução do quorum.

“É claro que a questão do algodão é importante, mas o presidente sabe muito bem, até porque enviamos uma cartas assinadas por mais de 80 entidades e 80 parlamentares indicando a seriedade da questão do quorum da CTNBio”, argumentou a ambientalista.

Coordenador da Via Campesina questiona liberação de transgênicos por ameaça à base genética natural

20 de Março de 2007 - Ivan Richard - Da Agência Brasil - Brasília - Durante a audiência pública na Câmara dos Deputados que discutiu o processo de liberação de autorizações comerciais de transgênicos, representantes agricultores e produtores de sementes entregaram um abaixo-assinado favorável à liberação de milho geneticamente modificado. Contudo, o ex-deputado estadual Frei Sérgio Antônio Gorgen (PT-RS), do Movimento Pequenos Agricultores e que estava presente na audiência, discordou dos argumentos apresentados.

Segundo ele, cerca de 8 milhões de produtores, que plantam a maior parte do milho do país, serão prejudicados se a comercialização de transgênicos for autorizada. “Os transgênicos podem comprometer nossa base genética. Ainda existem muitas dúvidas quanto aos problemas que eles podem trazer à saúde e ao meio ambiente que não foram esclarecidos”, defendeu.

Frei Sérgio citou o exemplo da soja, que segundo ele, no início se apresentou como salvação das lavouras e atualmente “está endividando e criando inúmeros problemas econômicos para os agricultores”. “Aquilo que foi prometido, de diminuir o uso de venenos, não aconteceu, ao contrário, aumentou. Que a produtividade iria aumentar é mentira, ela caiu”, avaliou.

O ex-deputado gaúcho sugeriu que fossem realizados estudos mais aprofundados sobre os impactos dos transgênicos na saúde humana e também em relação ao meio ambiente. Uma alternativa, segundo o frei, seria exigir que os transgênicos passassem por avaliações semelhantes às que são submetidos os remédios para atestar a eficácia e que não fazem mal à saúde. “Nem um cientista está dizendo que não é para plantar, futuramente, transgênico ou não. Eles dizem que tem problemas e que o caso precisa ser melhor estudado”.

A medida provisória que reduz o número de votos na Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) para a liberação de transgênicos deve ser sancionada ou vetada pelo presidente Lula até amanhã (21). A MP foi aprovada pela Câmara e Senado no final de fevereiro e prevê a redução do quórum de 18 integrantes para 14, o que abriria espaço para votações mais rápidas para a liberação de transgênicos.

Produtores de sementes entregam abaixo-assinado favorável à liberação de transgênicos

20 de Março de 2007 - Ivan Richard - Da Agência Brasil - Brasília - Agricultores e produtores ligados à Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem) entregaram hoje (20) ao deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) um abaixo-assinado com 30 mil assinaturas de produtores de todo o país favoráveis à comercialização do milho transgênico. O peemedebista entregou o documento ao presidente da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), Walter Colli, que também preside a audiência pública que discute, desde ontem, em Brasília, processos de liberação de autorizações comerciais de transgênicos.

A medida provisória que reduz o número de votos na Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) para a liberação de transgênicos deve ser sancionada ou vetada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva até amanhã (21). A MP foi aprovada pela Câmara e Senado no final de fevereiro e prevê a redução do quórum de 18 integrantes para 14, o que abriria espaço para votações mais rápidas para a liberação de transgênicos, inclusive da variedade do milho geneticamente modificado.

Favorável à liberação dos transgênicos, Perondi defendeu que os produtos geneticamente modificados, além de mais rentáveis economicamente, fazem bem ao meio ambiente. “A transgenia preserva o meio ambiente porque ela degrada menos a terra, precisa de menos terra para plantar e usa menos veneno, não só na cultura do milho, mas também em muitas outras culturas, como a do algodão, por exemplo”, afirmou. O argumento dos ambientalistas questiona que pode haver problemas para a biodiversidade

De acordo com o deputado, a humanidade já consumiu aproximadamente 500 milhões de toneladas de produtos transgênicos e não há referência científica de que a transgenia faça mal ao homem. “Tem alimentos convencionais, que defendo, que desenvolvem alergias. O transgênico se causar alergia é retirado do mercado imediatamente”, argumentou, ressaltando que os transgênicos barateiam o custo da produção e dos alimentos para o consumidor. Os grandes agricultores apóiam a redução dos integrantes da CTNBio como forma de agilizar as autorizações, já os ambientalistas pedem o veto à medida.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Ascom

 
 
 
 

 

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