29/03/2007
- O secretário-executivo da Convenção
sobre Diversidade Biológica (CDB) da
Organização das Nações
Unidas (ONU), Ahmed Djoghlaf, convidou nesta
quinta-feira (29) o governador Roberto Requião
para participar da próxima Conferência
das Partes da CDB (COP-9), uma das mais importantes
do mundo na área do meio ambiente,
a ser realizada em Bohn, na Alemanha, em 2008.
Djoghlaf também pediu
que Requião leve informações
sobre o programa de plantio de árvores
no Paraná, que pode servir de referência
para outros países. Desde a COP-8,
realizada há um ano em Pinhais, na
Região Metropolitana de Curitiba, informou
Requião ao secretário da convenção,
o Paraná já atingiu marca de
64 milhões de mudas plantadas.
O secretário viu
as árvores plantadas na conferência
do ano passado e disse que ficou impressionado
com o engajamento dos paranaenses “Quero levar
aos ministros do Meio Ambiente dos outros
países a experiência do Paraná
e mostrar como o Estado chegou a esta importante
marca de mudas plantadas em todo seu território”,
destacou o secretário da convenção.
Djoghlaf fez questão
de percorrer, ao lado de Requião, o
Centro de Referência em Agroecologia,
em Pinhais, local em que plantou, em 29 de
março de 2006, a árvore que
simbolizou o plantio de 40 milhões
de mudas no Paraná. O número
foi alcançado durante a realização,
também em Pinhais, da 3ª Reunião
das Partes do Protocolo de Cartagena sobre
Biossegurança (MOP3) e da 8ª Conferência
das Partes da CDB (COP8).
Durante COP8, lembrou Requião,
o Paraná plantou 8 milhões de
árvores como compensação
ao dando ambiental que o próprio evento
causaria. “À época, chegamos
a 40 milhões de mudas plantadas no
Estado. Hoje o Paraná tem 64 milhões
de mudas e rapidamente chegaremos aos 100
milhões , ou seja, 10% da meta estabelecida
pela ONU para o mundo todo”, ressaltou o governador.
Segundo o secretário
do Meio Ambiente do Paraná, Rasca Rodrigues
um fator que diferencia a campanha de plantio
no Paraná e aumenta sua importância
na recuperação da diversidade
ambiental é a utilização
de mudas de espécies nativas. “Nosso
reflorestamento não tem fim econômico
porque não plantamos árvores
para serem cortadas e aproveitadas pela indústria”,
explicou Rasca.
A exemplo do que fez no
encontro do ano passado, Rasca adiantou que
será pleiteado o seqüestro do
carbono emitido durante a COP9, que será
realizado em Bohn, Alemanha. “O Paraná
também vai plantar árvores para
compensar a emissão do gás carbônico
do próximo evento”, assegurou.
Biodiversidade - O governador
lembrou que o plantio de mudas nativas faz
parte das ações para formação
dos corredores de biodiversidade e para recuperação
da mata ciliar das bacias hidrográficas
do Paraná que, por sua vez, contam
ainda com programa de repovoamento de peixes.
“Estamos repondo o que foi
tirado dos rios e das baías porque
queremos restituir a diversidade que havia
há 50 anos no Estado”, salientou Requião.
O governador explicou aainda que o programa
garante também renda ao pescador que
fornece alevinos.
Para Djoghlaf, a estratégia
do Paraná gera uma seqüência
de benefícios. “Além de essencial
à biodiversidade, uma árvore
garante oxigênio para uma família
de 4 pessoas e sabemos que as regiões
próximas às florestas num país
quente como o Brasil têm sua temperatura
reduzida de 4 a 8 graus na comparação
com outra região sem mata, na mesma
época do verão”, alertou.
O encontro do governador
Roberto Requião com o secretário-executivo
da Convenção sobre Diversidade
Biologia (CDB) da Organização
das Nações Unidas (ONU), Ahmed
Djoghlaf, contou ainda com a participação
dos secretários Valter Bianchini Agricultura)
e Airton Pisseti (Comunicação
Social).