12/04/2007 - O Instituto
Socioambiental apresentou nesta quarta-feira,
11 de abril, em Bragança Paulista,
os resultados do Diagnóstico Socioambiental
Participativo do Sistema Cantareira para representantes
de prefeituras, Sabesp, pesquisadores e estudantes.
O Cantareira é o mais importante manancial
que abastece a população de
São Paulo, mas os dados apresentados
pelo estudo do ISA apontam para a necessidade
de uma gestão mais eficiente de seu
território para garantir a produção
de água de boa qualidade.
O Sistema Cantareira produz
metade da água consumida pelos 19 milhões
de habitantes da Região Metropolitana
de São Paulo (RMSP). Ao produzir 33
mil litros de água por segundo, é
considerado um dos maiores sistemas produtores
de água do mundo. Sua área de
aproximadamente 228 mil hectares abrange 12
municípios, quatro deles no estado
de Minas Gerais. As águas produzidas
pelo sistema são provenientes, em sua
grande maioria, da bacia do Rio Piracicaba,
e transpostas para a região da bacia
do Alto Tietê, onde está localizada
a RMSP.
Nesta quarta-feira, 11 de
abril, as atuais condições,
problemas e desafios do Sistema Cantareira
para continuar a ser o mais importante manancial
de São Paulo foram tema da Oficina
de apresentação dos resultados
do Diagnóstico Socioambiental Participativo
do Sistema Cantareira, promovida pelo ISA
em Bragança Paulista, um dos municípios
da região. O evento ocorreu no auditório
da Universidade São Francisco, foi
organizado pelo Centro de Estudos Ambientais
da universidade e contou com a participação
de 60 pessoas, entre representantes da entidade
de ensino, Sabesp, Secretarias de Meio Ambiente
de Minas Gerais e de São Paulo, prefeituras
locais e da capital, ONGs, estudantes e imprensa
local.
O Diagnóstico Socioambiental
Participativo do Sistema Cantareira foi elaborado
pelo ISA, com apoio do Fundo Estadual de Recursos
Hídricos (Fehidro). O objetivo do estudo
é o de servir de subsídio ao
planejamento e às ações
das diversas instituições e
organizações governamentais
e não-governamentais atuantes na região,
e principalmente divulgar um conjunto de informações
inéditas sobre o Sistema Cantareira.
Os resultados do estudo vão ser publicados
em breve
O objetivo da oficina foi
apresentar e debater os dados do estudo desenvolvido
pelo ISA com os atores e moradores dos municípios
inseridos nas cinco bacias hidrográficas
que compõem o sistema, cuja população
total é de aproximadamente 140 mil
habitantes. Foram apresentadas informações
sobre a situação atual do sistema,
uso do solo e tendências de alteração
nos últimos anos – como a diminuição
da vegetação e aumento das áreas
urbanas e de usos antrópicos -, situação
das Áreas de Proteção
Permanente (APPs) e das demais áreas
protegidas da região.
Os participantes da oficina
expuseram suas opiniões e considerações
sobre o Sistema Cantareira, incluindo a falta
de benefícios aos municípios
“produtores de água” e ausência
de esgotamento sanitário em grande
parte das residências. Outro ponto destacado
pelos participantes foi a desarticulação
entre os diversos atores da região
e a importância de criar uma agenda
comum para reunir os diversos segmentos e
fortalecer a articulação entre
eles.
De acordo com a apresentação
do ISA, o quadro geral do Sistema Cantareira
não é alarmante, mas merece
atenção e, principalmente, uma
gestão integrada de todo o sistema,
para que sua capacidade de produzir água
seja mantida e para prevenir que o sistema
não passe a conviver com os mesmos
problemas que outros mananciais da RMSP, como
a Billings e a Guarapiranga. Saiba mais sobre
o Sistema Cantareira.