Panorama
 
 
 

JUSTIÇA DETERMINA RETIRADA DE MADEIREIRA DE RESERVA DO PARÁ

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2007

15 de Abril de 2007 - Elaine Borges - Da Rádio Nacional da Amazônia - Brasília - A Santa Rosa Indústria, Comércio e Beneficiamento de Madeiras Ltda deve deixar a área que ocupa na Reserva Extrativista Arioca-Pruanã, em Oeiras do Pará, nordeste do estado. O mandado de segurança que autorizava a expedição de uma autorização de exploração (Autex) para a empresa foi suspenso pelo Supremo Tribunal Federal.

O pedido de anulação dos efeitos do mandado foi feito pelo Ibama e julgado pelo vice-presidente do STF, ministro Gilmar Mendes. Agora, o Ministério Público Federal ajuizou Ação Civil Pública contra a empresa para anular também os títulos da terra, considerados fraudulentos. De acordo com o MPF no Pará, a empresa é grileira na terra que alega possuir.

Segundo o MPF, a madeireira vai ter de deixar a área da Fazenda Santa Rosa sem nem mesmo receber indenização. A empresa retirava madeira de dentro da Reserva Extrativista Arioca-Pruanã, em Oeiras do Pará, nordeste do estado. A extração já foi interrompida pelo Supremo Tribunal Federal e agora o Ministério Público Federal quer anular os títulos de terra e cancelar o plano de manejo da madeireira. A decisão final cabe a 5ª Vara Federal, do estado.

De acordo com o procurador Felício Pontes, o título da terra que a madeireira alega possuir dentro da Reserva é falso. "Nós descobrimos que há um título grilado, que era uma posse e foi transformado em propriedade do dia para a noite, o que não pode acontecer, uma grilagem muito simples, muito mal feita, por sinal, e por conta disso é que nós fomos à Justiça, apresentamos ao juiz, e estamos esperando a qualquer momento a anulação deste título", afirma.

A Reserva Extrativista Arioca-Pruanã foi criada em novembro de 2005 e apenas a população extrativista tradicional que vive na região pode aproveitar os recursos florestais da área. A Resex é de domínio público.

Ibama multa siderúrgicas do Pará em R$ 150 mil

20 de Abril de 2007 - Antonio Arrais - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deflagrou, nos últimos dois dias, uma operação contra o uso ilegal de carvão vegetal e outras irregularidades em oito siderúrgicas situadas no município de Marabá (PA). A ação resultou em multas de mais de R$ 150 milhões e na apreensão de 21 mil metros cúbicos de carvão vegetal, o equivalente a 350 caminhões carregados com o produto.

Na ação, que integrou a Operação Quaresma e contou com o apoio do Batalhão de Policiamento Ambiental (BPA), os fiscais do Ibama notificaram as empresas para apresentarem o relatório de produção do ferro gusa e as licenças do carvão vegetal recebidas nos últimos dois anos. Além disso, foram medidos os lotes de carvão vegetal armazenados nos pátios e galpões das indústrias.

Levantamento feito pelo Ibama, com dados dos últimos sete anos, aponta a queima de 21 milhões de árvores nos fornos de carvão vegetal utilizados na produção do ferro gusa, conforme os volumes de carvão apreendidos e os encontrados sob a guarda das empresas siderúrgicas. Esse número de árvores corresponde a 7 milhões de metros cúbicos de carvão vegetal ou o equivalente a 100 mil hectares de terras desmatadas, segundo o órgão federal.

Um dos coordenadores da operação, Norberto Neves, comentou que "esse déficit comprova a gravidade da situação ambiental do setor siderúrgico no estado do Pará e demonstra a continuidade do elevado índice de ilegalidades na maioria das siderúrgicas vistoriadas".

Durante a operação feita nos dois últimos dias em Marabá, uma das siderúrgicas inspecionadas foi embargada novamente, por não ter licença para operar, segundo ação anterior das autoridades ambientalistas. A empresa vinha funcionando sob a proteção de uma medida liminar conseguida na Justiça, no mês passado, mas o Ibama recorreu e a liminar foi suspensa.

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Pesquisador ligado à CPT questiona reforma agrária na Amazônia

16 de Abril de 2007 - Kelly Oliveira - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Quase metade metade dos conflitos agrários no ano passado aconteceu na Amazônia, segundo o relatório “Conflitos no Campo Brasil 2006”, elaborado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT). O pesquisador Carlos Walter Porto Gonçalves, um dos participantes do estudo, questiona a ênfase dada à região na reforma agrária.

Na apresentação da pesquisa hoje (16), a CPT informou que 45,6% dos conflitos no campo no ano passado ocorreram na Amazônia, onde se registraram 15,2% das ocupações por trabalhadores do país. Já 25,2% dos conflitos foram no Centro-Sul, onde se registraram 44,5% do total de ocupações. E Gonçalves afirmou que 66% – ou seja, dois terços – dos assentamentos feitos entre 2003 e 2005 pelo governo foram na Região Norte.

“Instituir a Amazônia como válvula de escape tem vários equívocos. O primeiro é ignorar o enorme patrimônio de biodiversidade que a Amazônia compõe”, argumentou o pesquisador. Para ele, deveria haver mais assentamentos no Centro-Sul, que conta com mais desenvolvimento do agronegócio.

Os dados da CPT foram agrupados da seguinte maneira: Amazônia, que inclui os estados da região Norte mais o Maranhão e o Mato Grosso; Centro-Sul, que engloba os estados do Sul e do Sudeste, além de Goiás, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal; e Nordeste.
"Onde existem mais ações dos movimentos sociais o número de casos de violência é menor. Onde a sociedade, os trabalhadores estão menos organizados, ela é mais intensa”, acrescentou o secretário da Coordenação Nacional da CPT, Antonio Canuto.

Brasil vai propor ajuda de países desenvolvidos na manutenção das florestas

16 de Abril de 2007 - Marcos Agostinho - Da Agência Brasil - Brasília - A conservação da Floresta Amazônica - conhecida mundialmente pela biodiversidade e importância no combate do efeito estufa - pode torna-se uma tarefa de várias nações daqui a alguns anos.

Uma as propostas que o Brasil apresentará na 7ª Sessão do Fórum das Nações Unidas sobre Florestas (UNFF) é que os países desenvolvidos contribuam financeiramente com o Brasil para o desenvolvendo programas de manejo sustentável na Amazônia.

A 7ª Sessão dos Fórum das Nações Unidas sobre Florestas começou no último sábado (14), em Nova Iorque (EUA) e se estende até o dia 29. A participação do Brasil no evento está prevista para a próxima semana. O diretor do Serviço Florestal Brasileiro, Tasso Azevedo, representa o país nos debates.

“Proteger as florestas custa muito caro e nós acreditamos que é muito importante protege-las, mas que também tem que existir algum mecanismo que faça com que o mundo ajude a pagar a conta de manter a floresta em pé e que serve e prestas serviços ao mundo inteiro”, disse Azevedo.

Segundo ele, o Brasil reduziu em 50% a área desmatada nos últimos dois anos e isso de forma voluntária, já que não existe no país nenhuma meta a cumprir. “Nós acreditamos que isso é super importante, mas que também tem que haver incentivos, ou seja, é preciso recursos que venham do mundo para pagar pelo serviço prestado pelo Brasil”.

Tasso Azevedo ressaltou que a proposta de parceria para conservação de florestas será novamente apresentada na reunião do G-8, o grupo do oito países mais ricos do mundo e a Rússia, em junho próximo.

Outras iniciativas também serão discutidas na reunião em Nova Iorque, como a redução da perda de florestas no mundo, o aumento do número e extensão das áreas protegidas, como reservas e parques nacionais, e o desenvolvimento e aplicação de formas de manejo sustentável para a exploração da floresta.

O diretor explicou que o uso sustentável da floresta consiste na aplicação de modelos que não privilegiam a derrubada da mata nativa, como por exemplo a criação de gado de modo extensivo ou agricultura em grande escala que vá de encontro a floresta, pois esses são modelos que degradam o meio ambiente. Em sua visão o primeiro ponto seria privilegiar modelos que possam desenvolver-se sem ser preciso a derrubada da floresta nativa.

O segundo aspecto importante para o desenvolvimento sustentável apontado por Tasso Azevedo é fazer com que a floresta tenha valor econômico em pé. Isso se daria pela exploração racional dos produtos oferecidos pela floresta ou pelo pagamento dos serviços prestados por moradores do local na proteção dessas áreas.

Tasso Azevedo disse que no encontro a proposta brasileira será que as discussões ocorram de forma objetivas, ou seja, de que na reunião sejam definidas as responsabilidades e as metas de cada país no processo. Em 2011, no próximo encontro, cada país apresente os resultados e em 2015 as metas sejam revistas.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)

 
 
 
 

 

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