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de Maio de 2007 - Isabela Vieira - Repórter
da Agência Brasil - Brasília
- Mais de mil pessoas deverão participar
de manifestação na próxima
semana em frente ao Tribunal de Justiça
do Pará, no centro da capital, Belém,
pela condenação do fazendeiro
Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida.
Ele é acusado de
ser um dos mandantes do assassinato da missionária
Dorothy Stang, em fevereiro de 2005. O julgamento
está marcado para os dias 14 e 15.
Coordenador do Comitê
Dorothy, que organiza a manifestação,
Luciney Vieira disse que o ato será
pacífico e quer chamar a atenção
para a impunidade no estado.
“Em 33 anos foram 776 assassinatos
e nenhuma condenação. Aqui a
pistolagem tem uma boa convivência entre
o poderes”, afirmou.
Outro objetivo do acampamento
Dorothy Vive, segundo Vieira, é mostrar
aos governantes os problemas enfrentados pelas
comunidades na Amazônia em decorrência
do avanço do agronegócio na
floresta.
“A irmã [Dorothy] não morreu
para que uma pessoa fosse condenada. Ela foi
assassinada defendendo a preservação
da floresta, contra o desmatamento. Queria
impedir que as crianças da Amazônia
morressem de fome, febre e diarréia”,
disse.
Três pessoas já
foram condenadas pela morte de Stang. O fazendeiro
Regivaldo Pereira Galvão, também
acusado como mandante do crime, aguarda julgamento.
A missionária norte-americana
Dorothy Stang foi assassinada em Anapu, a
500 quilômetros de Belém. Ela
trabalhava há 30 anos em pequenas comunidades
da Amazônia pelo direito à terra
e à exploração sustentável
da floresta.
Fazem parte do Comitê
Dorothy movimentos populares e grupos ligados
à igreja católica.
+ Mais
Sistema que identifica exploração
de madeiras está em teste na Amazônia
1 de Maio de 2007 - Elaine
Borges - Da Rádio Nacional da Amazônia
- Brasília - A Amazônia pode
ganhar em breve uma ferramenta para identificar
a exploração irregular de madeira
nas florestas. Além dos monitoramentos
via satélite que já existem
na região, os órgãos
de fiscalização ambiental poderão
contar com o sistema de Detecção
de Exploração Seletiva (Detex).
Em fase de teste, o novo
sistema pretende captar alterações
da cobertura de árvores sobre o solo,
ou seja, das árvores retiradas, além
de estradas abertas ou parques florestais
construídos.
De acordo com o diretor
do Serviço Florestal Brasileiro, Luiz
Carlos Joels, o Detex permitirá um
maior controle da exploração
irregular de madeira.
"Quando identificarmos
a atuação de pessoas na exploração
de madeira, poderemos intervir a tempo e interromper
a exploração quando se tratar
de ilegalidade. Caso não tenha nenhuma
autorização para aquela área,
nós entenderemos que é uma atuação
ilegal dos madeireiros", observou. "Então,
o órgão ambiental encarregado
de fiscalizar a região, seja o Ibama
[Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturáveis Renováveis]
ou órgão estadual do meio ambiente,
será acionado para que faça
o seu papel".
O Detex será abastecido
por informações coletadas a
partir de imagens do satélite sino-brasileiro
Siber e de imagens captadas por radares do
Sistema de Proteção da Amazônia
(Sipam). Os distritos florestais da BR 163,
de Carajás (no Pará) e a região
Leste do Amazonas serão as primeiras
áreas rastreadas.
A expectativa do Serviço
Florestal Brasileiro é que as imagens
captadas pelo Detex estejam disponíveis
ainda neste semestre. Essas informações,
segundo Joels, também serão
oferecidas para a sociedade em geral, de graça
e em tempo real, pela internet.
Participam do desenvolvimento
do sistema o Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais, a Organização Não-governamental
Imazon, o Instituto Nacional de Pesquisas
da Amazônia, o Ibama e o Museu Goeldi.
As instituições contam com o
apoio do Serviço Florestal Brasileiro.