17
de Maio de 2007 - José Carlos Mattedi
- Repórter da Agência Brasil
- Brasília - Em nota divulgada nessa
quarta-feira (16), a Organização
Não-Governamental (ONG) Greenpeace
afirmou que a decisão da Comissão
Técnica Nacional de Biossegurança
(CTNBio) de liberar a comercialização
do milho transgênico libertlink demonstra
o descaso do governo federal com a saúde,
o meio ambiente e a agricultura. "A liberação
foi dada sem uma regulamentação
prévia dos processos e documentação
necessários para garantir a biossegurança
do país”, diz a nota, divulgada logo
após a decisão da comissão.
Segundo a organização,
“apesar de todas as evidências científicas
que mostram os riscos de contaminação
genética com a liberação
de milho transgênico no meio ambiente”,
a CTNBio aprovou o pedido de liberação
feito pela multinacional Bayer, dona da patente
do libertlink.
“Desde novembro de 2006
o Greenpeace tem alertado para a irresponsabilidade
que representa a liberação comercial
do milho transgênico no Brasil, tanto
pela falta de estudos realizados no país
sobre os impactos no meio ambiente, quanto
pelos inúmeros casos de contaminação
já registrados em outros países”,
afirma a ONG.
Para a Via Campesina Brasil,
que também divulgou nota após
a decisão da CTNBio, não há
nenhuma garantia de que o milho transgênico
possa coexistir com as diferentes formas de
agricultura (convencional, transgênica,
orgânica e agroecológica).
“O cruzamento do milho é
do tipo aberto, ou seja, o vento, as nossas
roupas, tudo pode levar o pólen transgênico
e contaminar as outras sementes. O risco de
perda de material genético original
e a própria perda do direito de escolha
do consumidor estão seriamente comprometidos
com a liberação comercial desse
tipo de milho”, diz a Via Campesina, que reúne
sete entidades ligadas aos camponeses.
Já o Conselho de
Informações sobre Biotecnologia
(CIB), integrado por cientistas e pesquisadores,
elogiou a decisão da CTNBio. Também
em nota à imprensa, afirmou que o milho
transgênico é atualmente cultivado
e consumido em diversos países. “Até
hoje não foi identificado nos produtos
transgênicos dano algum à saúde
humana, animal ou ao meio ambiente. Esses
produtos só chegaram ao campo e à
mesa dos consumidores após diversas
e rigorosas avaliações científicas”,
ressaltou a CIB.
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Aprovação
de milho transgênico ainda precisa da
ratificação do Comitê
Nacional de Biotecnologia
16 de Maio de 2007 - José
Carlos Mattedi - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - A aprovação
para plantio e comercialização
do milho transgênico libertlink, liberada
hoje (16) pela Comissão Técnica
Nacional de Biossegurança (CTNBio),
precisa ainda passar pela ratificação
do Comitê Nacional de Biotecnologia,
presidido pela ministra da Casa Civil, Dilma
Rousseff, e formado por 17 membros de diversas
esferas do governo federal. A informação
é do presidente da CTNBio, Walter Colli.
O Comitê gerencia
a política pública para a área
e define as prioridades para tirar melhor
proveito econômico, social e ambiental
das cerca de 200 mil espécies de plantas,
animais e microorganismos registradas no país.
A CTNBio vai, ainda, colocar
em prática um plano de monitoramento
do cultivo do milho libertlink. A idéia
é desenhar um plano para acompanhar
o que acontece na plantação
desse transgênico, se o plantio interfere
no meio ambiente. Há, também,
restrições ao cultivo desse
tipo de milho nas proximidades de áreas
de proteção ambiental.
Desenvolvido pela multinacional
Bayer, o libertlink é resistente ao
herbicida glufozinato de amônio, que
é utilizado na pulverização
para combater ervas daninhas. Esse é
o terceiro vegetal geneticamente modificado
que é liberado para plantio e comercialização
no Brasil, depois da soja RR (Roundup Ready)
que é resistente ao herbicida a base
de glifosato, e do algodão resistente
a insetos.
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Comissão de Biossegurança
libera milho transgênico
16 de Maio de 2007 - José
Carlos Mattedi - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - Por 17 votos a
4, a Comissão Técnica Nacional
de Biossegurança (CTNBio) aprovou a
liberação comercial da primeira
variedade de milho transgênico: o Libertlink,
desenvolvido pela multinacional Bayer e resistente
ao herbicida glufozinato de amônio,
utilizado na pulverização para
combater ervas daninhas.
A medida ainda depende de
ratificação do Comitê
Nacional de Biotecnologia, informou o presidente
da CTNBio, Walter Colli.
É o terceiro vegetal
geneticamente modificado liberado para plantio
e comercialização no Brasil,
depois da soja RR (Roundup Ready), resistente
ao herbicida à base de glifosato, e
do algodão resistente a insetos.
De acordo com a CTNBio,
o plantio do milho transgênico será
acompanhado de um plano de monitoramento.
Segundo o pesquisador da Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
e membro da Comissão, Paulo Barroso,
o Libertlink não traz nenhum malefício
ambiental superior ao que já existe
com o plantio convencional e o uso de herbicidas.
“O milho transgênico traz ganhos econômicos
diminuindo custos de produção”,
afirma.
Segundo Barroso, a Bayer
desenvolveu pesquisas nos Estados Unidos e
testes de campo no Brasil, inclusive de biossegurança.
O pedido de liberação comercial
corria na CTNBio desde 1998. “Os milhos transgênicos
são utilizados em grande escala em
outros países. É provável
que parte dos agricultores adotem esse vegetal,
que vai facilitar o manejo de plantas daninhas”,
avalia.
Entidades da área
ambiental, como o Greenpeace, criticaram a
liberação. Alegam que o vegetal
vai trazer transtornos ao solo e impactos
toxicológicos aos animais. Os ambientalistas,
segundo a direção da CTNBio,
podem recorrer da decisão no Conselho
de Ministros ou no Conselho Nacional de Biossegurança.
A CTNBio é um colegiado
multidisciplinar, criado com a finalidade
de prestar apoio técnico consultivo
e de assessoramento ao governo federal na
formulação, atualização
e implementação da Política
Nacional de Biossegurança. Tem a função,
ainda, de estabelecer normas técnicas
de segurança e pareceres técnicos
conclusivos referentes à proteção
da saúde humana, dos organismos vivos
e do meio ambiente.