31-05-2007 – Manaus - Estado
sai na frente na corrida para frear aquecimento
global. Governador deve sancionar leis no
Dia do Meio Ambiente
A Assembléia Legislativa
do Estado do Amazonas aprovou no final da
tarde desta quinta, em primeiro turno, o Projeto
de Lei nº 93/2007, que cria a Política
Estadual sobre Mudanças Climáticas
e Conservação Ambiental, e o
Projeto de Lei Complementar nº 04/07,
instituindo o Sistema Estadual de Unidades
de Conservação (SEUC). Com a
iniciativa, o Amazonas sai na frente no trabalho
pela diminuição da emissão
de gases causadores do efeito estufa.
"A iniciativa do governo
do Amazonas é fundamental para acelerar
a elaboração e aprovação
da Política Nacional de Mudanças
Climáticas (PNMC), que ainda caminha
timidamente na esfera federal", destaca
Paulo Adário, coordenador da campanha
Amazônia do Greenpeace. Convidado para
compor a mesa diretora durante o debate na
Assembléia, Adário lembrou em
discurso aos deputados estaduais que o Congresso
Nacional trata do tema desde 2004, sem, contudo,
ter uma proposta final para a PNMC, e aplaudiu
o pioneirismo do Amazonas.
Para o Greenpeace, os principais
pontos da primeira política de mudanças
climáticas do País são
a promoção do uso responsável
dos recursos florestais (trazendo a população
tradicional para ser parceira da preservação),
a valorização do desenvolvimento
com base na floresta em pé, o uso racional
dos recursos energéticos, a criação
do Fundo de Mudanças Climáticas
(que reverterá suas aplicações
para o desenvolvimento de atividades como
monitoramento, fiscalização,
realização de inventário,
conservação e manejo sustentável)
e o compromisso com a eficiência energética
nos órgãos estaduais.
Além disso, a política
estimula regimes de mercado de crédito
de carbono, promove ações para
ampliação da educação
ambiental, fomenta a implementação
de projetos de pesquisas em Unidades de Conservação
e institui selos de certificação
a entidades públicas e privadas que
desenvolvam projetos de combate às
mudanças climáticas.
O Sistema Estadual de Unidades
de Conservação regulamenta no
âmbito estadual o Sistema Nacional de
Unidades de Conservação (SNUC),
em vigor desde junho de 2000, e permite ao
Amazonas ampliar sua capacidade de conservar
a biodiversidade amazônica.
Os projetos de lei serão
votados em segundo turno na segunda-feira,
devendo seguir para sanção do
governador Eduardo Braga, prevista para ocorrer
nas comemorações do Dia do Meio
Ambiente, 5 de junho.
+ Mais
Greenpeace protesta contra
construção de nova usina nuclear
na Finlândia
28-05-2007 – Finlândia
- Ativistas do Greenpeace da Finlândia
e Suécia bloquearam nesta segunda a
estrada que leva ao canteiro de obras de uma
nova usina nuclear em Olkiluoto, oeste da
Finlândia. O protesto é uma reação
direta aos inúmeros problemas da obra,
que já violou mais de mil vezes os
padrões de segurança.
“Olkiluoto 3 deveria ser
muito mais seguro do que os reatores já
existentes no local. No entanto, este, que
seria o maior reator do mundo, está
sendo construído com um cronograma
apertado e por uma empresa desesperada em
cortar custos e reduzir seu prejuízo.
Os graves problemas de segurança aumentam
os riscos de acidentes e falhas operacionais”,
afirmou Martina Krüger, coordenadora
da campanha de energia do Greenpeace.
O Greenpeace considera um
desastre a construção do reator
EPR em Olkiluoto. As promessas que a TVO,
a empresa responsável pela construção
do reator, fez à população
e ao parlamento finlandeses tem se provado
falsas. O Greenpeace exige que a TVO torne
públicos os mais de mil problemas de
qualidade reportados na obra, devolva ao governo
os subsídios destinados ao projeto
e abandone qualquer outro projeto nuclear.
A TVO havia estimado que
a construção do reator de 1600
megawatts custaria 2,5 bilhões de euros
e levaria quatro anos. Hoje, os custos já
superaram 4 bilhões de euros e a obra
levará, no mínimo, seis anos.
O projeto também não deveria
ser subsidiado com dinheiro público,
mas está sendo financiado por empréstimos
de bancos públicos com taxas abaixo
do mercado e dinheiro de contribuintes franceses
e suecos. Por causa do atraso de seu cronograma
irreal, Olkiluoto 3 não ajudará
a Finlândia a atingir suas metas de
Kyoto.
“O fato de Olkiluoto 3 estar
nessa situação mostra claramente
que a energia nuclear não é
confiável e é muito mais cara
do que havia sido prometido à população
finlandesa. E Olkiluoto está sendo
usado como argumento para promover a energia
nuclear na Ásia, América do
Sul e outros países europeus”, acrescentou
Krüger.
O Greenpeace publicou recentemente
um levantamento dos problemas de segurança
de Olkiluoto, feito por um especialista nuclear
austríaco, Helmut Hirsch, que criticou
o relaxamento na qualidade dos requisitos.
O relatório também mostrou que
há um alto risco que outros projetos
nucleares apresentam riscos semelhantes aos
de Olkiluoto.
Turquia livre de nuclear
Enquanto isso, na Turquia,
após intensa campanha do Greenpeace
contra a energia nuclear no país, o
presidente da República Ahmet Necdet
Sezer vetou na semana passada uma lei que
forneceria amparo legal e financeiro para
a construção e operação
de usinas atômicas no país. A
Turquia permanece assim sem nenhuma usina
nuclear em operação.