10 de Junho de 2007 - Nielmar
de Oliveira - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - O lançamento
do Centro de Excelência Ambiental da
Petrobras na Amazônia (Ceap) em Manaus,
nesta semana, é resultado de "uma
longa história de erros e acertos da
própria companhia" nos últimos
sete anos. A afirmação é
do diretor de Gás e Energia da estatal,
Ildo Sauer, que exercia a presidência
da Petrobras em 2000, quando ocorreram acidentes
ambientais na Baía de Guanabara (RJ)
e no Rio Iguaçu (PR).
O Centro, segundo Sauer,
nasceu da vontade de construir uma nova trajetória
e uma nova relação com a sociedade
e o meio ambiente. "Quando falo em erros,
refiro-me em especial a esses acidentes. Desde
então a estatal tem colocado entre
seus objetivos de gestão a construção
de conceitos, práticas e procedimentos
que incorporam a suas atividades permanentes
a questão da sustentabilidade e da
relação responsável do
ponto de vista social e ambiental, nas comunidades
próximas aos locais onde ela opera
no Brasil e no exterior", disse.
Ainda de acordo com o diretor,
foram os desafios colocados neste novo milênio
que ditaram os rumos a serem seguidos pela
Petrobras em suas atividades de prospecção,
produção, refino e transporte
de petróleo e gás: "E é
significativo que um conjunto de ações
deslanchadas em resposta a uma crise venha
se consolidar na Amazônia com o Centro
de Excelência Ambiental. Na construção
de práticas sustentáveis de
operacionalidade, nós já investimos
valores superiores a US$ 2 bilhões".
Ildo Sauer destacou, como
resultado desse trabalho, a colocação
em 8º lugar no ranking das empresas mais
respeitadas do mundo, divulgado pelo Reputation
Institute – empresa privada de assessoria
e pesquisa com sede em Nova York (EUA) e representação
em mais de 20 país. A estatal brasileira
estava em 83º lugar entre as 600 grandes
companhias mundiais. A pesquisa ouviu mais
de 60 mil pessoas, em janeiro e fevereiro
últimos, em 29 países.
"Depois da visão
dramática de 2000, esse resultado reflete
uma visão dupla: a de uma empresa que
aprendeu com a dura lição do
passado, mas também a de uma companhia
que ganhou dimensões significativas
no cenário energético mundial",
disse.
+ Mais
Petrobras investirá
mais de R$ 500 milhões até 2012
em Centro na Amazônia
10 de Junho de 2007 - Nielmar
de Oliveira - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - Com investimentos
superiores a R$ 500 milhões previstos
até 2012, o Centro de Excelência
Ambiental na Amazônia inaugurado pela
Petrobras no dia 5, dentro da Semana do Meio
Ambiente, inicia suas atividades com uma carteira
de cerca de 30 projetos em andamento e que
reúnem em torno de 650 pesquisadores
das diferentes instituições
científicas, universidades e organizações
não-governamentais de todo o país
e, principalmente, da região Amazônica.
Na solenidade de inauguração,
a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva,
disse que o Centro só será "realmente
de excelência" se conseguir unir
a sabedoria das populações da
Amazônia com os avanços da tecnologia,
para que não sejam repetidos os mesmos
erros do passado.
"É preciso que
tenhamos a consciência da necessidade
de se buscar uma forte parceria, sobretudo
com as comunidades. Se nós formos capazes
de saber juntar o melhor da tradição
com o melhor da modernidade, teremos um centro
de excelência. E se, além desta
união, nós formos capazes de
criar um processo que assegure controle e
participação social das informações
produzidas, estaremos alimentando não
apenas uma empresa importante estrategicamente
para país, mas todo um país,
toda uma região e todo o processo civilizatório
que não aceita mais fazer as coisas
às escuras", afirmou a ministra.
Na avaliação
da Petrobras, o Centro poderá contribuir
para a redução dos riscos associados
a intervenções da indústria
do petróleo na Amazônia. O gerenciamento
está a cargo de uma comissão
integrada por representantes da área
de Segurança, Meio Ambiente e Saúde
da estatal; do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento
(Cenpes); e da Gerência de Responsabilidade
Social.
A programação
de lançamento do centro teve início
na Refinaria Isaac Sabbá, com a simulação
de um vazamento de petróleo que usou
pipoca no lugar no óleo no Rio Negro
– em quantidade equivalente a 1.300 litros
de óleo, represado por barreiras em
PVC de 18 polegadas e bombeado para uma balsa,
onde ocorre o reprocessamento.
O gerente geral de Pesquisa
e Desenvolvimento de Gás, Energia e
Desenvolvimento Sustentável do Cenpes,
Ricardo Castelo Branco lembrou que instituições
estrangeiras querem investir no projeto, além
dos recursos da Petrobras: "Isso é
pesquisa na Amazônia, feita por instituições
brasileiras e financiada por uma instituição
brasileira. E facilitará o conhecimento
e a melhoria de um ecossistema extremamente
complexo".
Ele acrescentou que o projeto
visa ao conhecimento "minucioso das características
da parte viva, desde a vegetação
até outros seres, além das formas
de subsistência das comunidades da região".
+ Mais
Ambientalista vê amadurecimento
da Petrobras com criação de
Centro na Amazônia
10 de Junho de 2007 - Nielmar
de Oliveira - Repórter da Agência
Brasil - Rio de Janeiro - É preciso
reconhecer que a Petrobras vem aprendendo
com os erros – desde a década de 70,
quando iniciou suas atividades na Amazônia
– e com isso vem crescendo e amadurecendo
no processo de relacionamento com a sociedade
e o meio ambiente. A avaliação
é do ambientalista Adilson Vieira,
secretário geral do Grupo de Trabalho
Amazônico (GTA), que forma uma Rede
de Tecnologia Social representando 623 instituicões,
de 18 regionais presentes em nove estados
da Amazônia.
Para Vieira, o lançamento
do Centro de Excelência Ambiental da
Amazônia, como parte das comemorações
pelo Dia Mundial do Meio Ambiente (5), ajudará
as comunidades locais para o desenvolvimento
de tecnologias sociais e também a difusão
dessas tecnologias.
"O Centro poderá ser um instrumento
muito importante tanto para o desenvolvimento
sustentável, quanto para a preservação
do meio ambiente. Ao contrário de algumas
empresas que erram e continuam errando – e
não se abrem para uma crítica
construtiva – a nossa análise é
de que a Petrobras vem procurando melhorar
a sua atuação", disse.
E citou a construção
do gasoduto Urucu-Coari-Manaus como exemplo
do amadurecimento da empresa. "Houve
vários problemas no primeiro trecho
da obra, que liga a província petrolífera
de Urucu ao município de Coari, mas
a Petrobras sempre se colocou à disposição
para o diálogo, para a construção
de novas parcerias com a comunidade. No segundo
trecho, os erros não se repetiram".
Vieira lembrou a questão
da malária – o represamento de pequenos
igarapés na construção
do gasoduto formou poças e elevou a
incidência da doença na região
de Coari. Comunidades tradicionais foram afetadas,
inclusive por falta de água de qualidade
para consumir. "Nesta fase agora, tudo
foi discutido e estudado, como a preservação
dos cursos d'água pela nova tecnologia
de construção: os dutos passam
sob os pequenos rios e, sem o represamento,
não há desenvolvimento do mosquito
vetor da doença", disse.
Ele ressaltou, porém,
que "sempre vai haver impacto ambiental
em obras dessa dimensão, por isso é
necessário o estudo preliminar".