5 de Junho de 2007 - Thais
Leitão - Repórter da Agência
Brasil - Rio de Janeiro - O ministro da Ciência
e Tecnologia, Sérgio Rezende, disse
hoje (5) que a decisão pela retomada
da construção da usina nuclear
de Angra 3 será formalizada ao final
deste mês, na reunião da Comissão
Nacional de Política Energética
(CNPE), prevista para o próximo dia
25. Segundo ele, a decisão política
já está tomada, "só
falta formalizar". As obras de Angra
3 estão paradas há cerca de
20 anos.
"O caminho a partir
dessa decisão será muito amplo.
Com ela e com os estudos que estão
sendo feitos para construção
de mais um conjunto de
usinas no país teremos um enorme campo
pela frente. Isso representa grandes desafios
para todo o sistema nucelar. Teremos mais
disposição e
energia", disse o ministro, durante a
posse do presidente das Indústrias
Nucleares do Brasil (INB), o engenheiro mecânico
Alfredo Tranjan Filho.
Ele acrescentou que a partir
do Plano Nucelar Brasileiro, que espera definição
da CNPE, serão desenvolvidos estudos
mais detalhados para determinar a localização,
o porte e a tecnologia de cada uma das usinas
que podem ser construídas no país.
A idéia, de acordo
com o ministro, é começar com
usinas de grande porte, aliando a tecnologia
nacional aos parceiros estrangeiros. "A
partir da terceira ou da quarta usina, queremos
usar apenas tecnologia brasileira".
Segundo ele, não
faltarão recursos para o desenvolvimento
do setor nos próximos anos. Ele não
quis, no entanto, quantificar os investimentos
previstos. De acordo com Rezende, esse assunto
também depende das definições
do Plano Nucelar Brasileiro pela CNPE.
"O presidente Lula
já garantiu que não faltarão
recursos e que não será preciso
exportar urânio para gerar divisas e
pagar pelo programa nuclear. Mas como o programa
não está definido, não
dá para dizer quanto vai ser investido".
Alfredo Tranjan Filho, que
assumiu a presidência da INB, disse
que uma das primeiras medidas será
a exploração de urânio
na mina de Santa Quitéria, no Ceará,
cuja capacidade é estimada em 1000
toneladas por ano.
Segundo ele, há estudos
para uma parceria com empresas privadas para
o desenvolvimento do projeto.Atualmente, apenas
a mina de Caetité, no sudeste da Bahia,
está em atividade no país. A
produção é de aproximadamente
400 mil toneladas por ano, suficiente para
abastecer as usinas de Angra 1 e Angra 2.
"A mina de Santa
Quitéria será fundamental para
garantir o atendimento a todo o mercado nacional.
Quando se tem um, não se tem nada.
Com dois, é possível parar para
fazer manutenção enquanto a
outra funciona". Tranjan filho disse
ainda que espera dobrar a produção
de Caetité nos próximos 10 anos,
atingindo 800 toneladas anuais.