12/06/2007 A inserção
da agricultura na agenda ambiental é
uma necessidade e, por isso, os setores do
agronegócio devem tirar proveito dessa
realidade, criando novas oportunidades de
empreendimento. A afirmação
foi feita pelo secretário do Meio Ambiente,
Xico Graziano, nesta segunda-feira (11/6),
no primeiro dia da 29ª Semana da Citricultura,
no Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica
do Agronegócio - APTA de Citros Sylvio
Moreira, em Cordeirópolis.
O evento, que se estende
até o 15 de junho, foi organizado pelo
Centro APTA de Citros comemorando também
os 120 anos de criação do Instituto
Agronômico de Campinas (IAC), órgão
da Secretaria da Agricultura e Abastecimento
(SAA), ao qual é vinculado.
Graziano, que encerrou as
atividades do primeiro dia do encontro, foi
recebido pelos diretores do IAC, Orlando Melo
de Castro, e do Centro APTA de Citros, Marcos
Machado, além do coordenador da Agência
Paulista de Tecnologia dos Agronegócios
(APTA), João Paulo Feijão Teixeira.
Estavam presentes, ainda, o prefeito de Ipeúna,
Marcos Antonio Bueno, e a diretora do Instituto
de Economia Agrícola (IEA), da SAA,
Valquíria da Silva.
Antes de iniciar a sua palestra,
o secretário foi informado pelo diretor
do IAC que será homenageado no próximo
dia 29 de junho com o Prêmio IAC 2007,
por sua atuação como político
no setor do agronegócio, ao lado de
Sílvio Crestana, diretor-presidente
da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias
- EMBRAPA, como personalidade do agronegócio,
e José Peres Romero, como produtor
rural.
Aquecimento global
"A agenda ambiental
vai se impor inexoravelmente", afirmou
o secretário. Diante do cenário
atual, que inclui os relatórios mostrando
os sinais do aquecimento global e as suas
conseqüências, segundo explicou,
é necessário criar novas oportunidades.
É o caso do setor canavieiro que, em
acordo com o Governo do Estado, se comprometeu
a reduzir as queimadas, cessando a prática
inteiramente em 2014, antecipando o prazo
anterior em sete anos.
"A cana a ser plantada
no próximo ano vai ser colhida por
meio de colheitadeiras, sem as tradicionais
queimadas, que são uma prática
medieval", enfatizou. O acordo prevê
outras medidas como a recuperação
das matas ciliares, que somente nas áreas
canavieiras somam mais de 600 mil hectares.
Em troca, o Governo do Estado vai conceder,
aos que cumprirem os acordos, um Certificado
de Conformidade Ambiental, com o qual os empresários
poderão abrir novos mercados, oferecendo
produtos que não causam danos ao meio
ambiente.
Graziano propõe acordos
semelhantes com o setor da citricultura, estimulando
a adoção de práticas
agrícolas com uso menos intensivo de
defensivos químicos, baseando-se na
técnica da contagem de pragas, uso
de cobertura verde nos campos e outras. "A
Secretaria do Meio Ambiente, brevemente, vai
promover a interdição de áreas
de matas ciliares", salientou. Medidas
como essa, na opinião do secretário,
devem ser utilizadas pelos empresários
rurais a seu favor vendendo a imagem de quem
está trabalhando a favor do meio ambiente,
promovendo a recuperação de
áreas ao longo dos rios e defendendo
os mananciais.
"Vamos pensar num protocolo
de intenções com o setor da
citricultura, mas é preciso que os
empresários se reúnam e definam
as suas posições com clareza",
concluiu.
Texto: Newton Miura
Foto: José Jorge