14 de Junho de 2007 - Ana
Paula Marra - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - O presidente Luiz
Inácio Lula da Silva anunciou que buscará
recuperar a Marinha Mercante e também
defendeu a energia nuclear como forma de suprir
a demanda por energia para garantir o crescimento
do país. Ao inaugurar a plataforma
P-52, Lula disse "não tem explicações
um país do tamanho do Brasil, que exporta
de 150 a 170 bilhões de dólares
por ano não ter uma Marinha Mercante
poderosa".
Lula comentou a possibilidade
de construção a terceira usina
nuclear do Brasil - Angra 3. "Para gente
crescer acima de 5%, nós vamos ter
de dizer aos investidores que não vai
faltar energia no Brasil a partir de 2012.
E não tem nenhum sentido. A energia
nuclear é uma energia limpa, não
polui, portanto não vai causar efeito
estufa no planeta terra. A tecnologia do Brasil
é perfeita. Posso dizer para vocês.
Nunca acontecerá no Brasil o que aconteceu
em Chernobyl", disse.
O acidente nuclear de Chernobil
ocorreu em 1986 na Usina Nuclear de Chernobil,
na Ucrânia. Foi considerado o pior acidente
nuclear da história da energia nuclear.
A plataforma, semi-submersível, batizada
hoje (14), custou US$ 1 bilhão à
Petrobras e deve entrar em operação
em setembro deste ano, com capacidade de produzir
até 180 mil barris de petróleo
por dia.
+ Mais
Diretor do Inpa alerta para
falta de recursos no combate aos efeitos das
mudanças climáticas
14 de Junho de 2007 - Amanda
Mota - Repórter da Agência Brasil
- Manaus - A carência de recursos humanos
e financeiros pode estar prejudicando a geração
de alternativas científicas capazes
de ajudar a Amazônia a combater os impactos
negativos das mudanças climáticas.
A afirmação foi feita hoje (14)
pelo o diretor do Inpa, Adalberto Val, durante
a 24ª Reunião do Conselho Executivo
e 14ª Reunião da Conferência
das Partes do Instituto Interamericano para
Pesquisas em Mudanças Globais (IAI).
"A Amazônia e
o Inpa não têm recursos para
responder às questões relacionadas
ao clima. Dos nove estados que compõem
a Amazônia, temos atualmente em todas
as instituições de pesquisas
apenas 2,5 mil doutores, enquanto somente
o estado de São Paulo concentra 30
mil pesquisadores. Historicamente, afastamos
a Amazônia do processo de desenvolvimento
nacional e, com isso, as instituições
periféricas do país se encontram
num processo tímido para responder
sobre as demandas por informação
relativa à Amazônia", acrescentou.
De acordo com Val, os prejuízos
causados aos ribeirinhos pela forte seca que
atingiu o Amazonas em 2005 poderia ter sido
menor, com os estudos prévios.
Já Herbert Schubart,
assessor técnico do Ministério
da Ciência e Tecnologia, reconheceu
a deficiência nos orçamentos
dos institutos de pesquisa, mas apontou soluções
possíveis para a questão. "O
primeiro passo para reverter o quadro é
saber onde se quer ir e o que se pode fazer
com o dinheiro que se tem. O desconhecimento
sobre os planos futuros impede inclusive a
mudança dos orçamentos e por
isso é preciso haver clareza nos planejamentos",
disse.
Da reunião e da conferência,
até sábado (16), participam
também 16 pesquisadores de países
como Paraguai, Uruguai, Cuba, México
e Estados Unidos. O resultado das discussões
será enviado aos dirigentes do IAI
e servirá de base para o desenvolvimento
de planos e ações nos países
das Américas.
O Instituto Interamericano
para Pesquisas em Mudanças Globais
foi criado em 1992, durante a Conferência
das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente e o Desenvolvimento, realizada no
Rio de Janeiro. Atualmente, são 19
países membros e o IAI desenvolve programas
de estudo multidisciplinar com a proposta
de promover programas que tratem dos problemas
de mudanças globais ambientais e suas
conseqúências sociais e econômicas.
+ Mais
Consciência ambiental
avançou desde a Rio-92, conclui debate
na Câmara
14 de Junho de 2007 - Kátia
Paiva - Da Rádio Nacional da Amazônia
- Brasília - Passados 15 anos da realização
da Conferência das Nações
Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento,
mais conhecida como Eco-92, ou Rio-92, os
deputados da Comissão de Meio Ambiente
e Desenvolvimento Sustentável da Câmara,
juntamente com entidades socioambientais,
discutiram os avanços alcançados
e os desafios que ainda precisam ser superados
nas questões
ambientais.
Na época, a conferência
reuniu mais de 180 nações para
discutir o meio ambiente. Para o presidente
da comissão, deputado Nilson Pinto
(PSDB-PA), houve uma mudança fundamental
nestes 15 anos. "Na época da Rio-92,
nós pensávamos que salvar as
florestas seria suficiente. Agora, percebemos
a necessidade de salvar o planeta e, junto
com ele, a humanidade", disse ele. "O
seminário proporciona uma oportunidade
para pensarmos as ações que
precisam ser implementadas para evitar o agravamento
da questão ambiental, como ocorreu
nos últimos anos."
O secretário-executivo
do Ministério do Meio Ambiente, João
Paulo Capobianco, presidente interino do Instituto
Chico Mendes, afirmou que a efetivação
dos processos de licenciamento ambiental faz
parte dos avanços pós-Rio 92,
mas que é preciso paciência e
inteligência no planejamento de obras
que atingem o meio ambiente. "Nós
devemos tratar essa questão com eficiência.
Temos que dar qualidade aos processos de licenciamento,
dar segurança para a sociedade brasileira
de que os empreendimentos licenciados atendem
aos interesses privados e públicos",
afirmou.
O embaixador da União
Européia no Brasil, João Pacheco,
lembrou que preservação do meio
ambiente se tornou uma preocupação
geral depois da realização da
conferência. "Nem o Brasil, nem
a Europa podem resolver esse problema sozinhos.
Esse problema só pode ser resolvido
com uma ação de todos, começando
por aqueles que têm maior responsabilidade",
explicou.