18 de Junho de 2007 - Lúcia
Nórcio - Repórter da Agência
Brasil - Curitiba - Desde 1961 até
agora, o ser humano triplicou o uso dos recursos
naturais da Terra, provocando, com isso, uma
queda de 30% da biodiversidade mundial. Hoje,
só há dois cenários possíveis:
a sustentabilidade ou o colapso dos ecossistemas
e, conseqüentemente, da humanidade. Por
isso, o único meio de recuperar a capacidade
do planeta é proteger e conservar os
ecossistemas.
O diagnóstico do
diretor do Instituto de Ecologia Política
do Chile, Bernardo Reyes, foi apresentado
hoje (18) no Congresso Brasileiro de Unidades
de Conservação. Até quinta-feira
(21), o encontro reúne cerca de 1,7
mil pessoas de 20 nacionalidades em Foz do
Iguaçu.
Para Jeff Price, do departamento
de Ciências Geológicas e Ambientais
da Universidade Estadual da Califórnia,
a questão que se coloca atualmente
não é se a biodiversidade será
afetada pelas mudanças climáticas,
mas o quanto ela será afetada.
Embora reconheça
o esforço de alguns países,
ele questiona o que os gestores de unidades
de conservação podem fazer para
proteger suas áreas. De acordo com
o ambientalista, falta informação
básica, observação e
monitoração de sistemas, infra-estrutura
política, institucional e tecnológica,
verba e priorização de áreas
vulneráveis.
"Evitar o desmatamento,
reflorestar áreas com espécies
nativas, monitorar as mudanças climáticas
e como os ecossistemas reagem a elas são
fatores importantes para ajustar as estratégias
de conservação”.
+ Mais
Diretor de Itaipu prevê
para este ano conclusão de trecho do
Corredor da Biodiversidade no Sul
19 de Junho de 2007 - Lúcia
Nórcio - Repórter da Agência
Brasil - Curitiba - O trecho Santa Maria do
Corredor da Biodiversidade, entre o reservatório
da Usina Hidrelétrica de Itaipu e o
Parque Nacional do Iguaçu, estará
concluído no final deste ano. A informação
é do diretor-geral brasileiro da usina,
Jorge Samek, que participa em Foz do Iguaçu
do 5º Congresso Brasileiro de Unidades
de Conservação.
Ele explicou hoje (19) que
esse trecho é um primeiro passo para
a interligação de grandes áreas
de mata protegida no Brasil, Paraguai e Argentina,
incluindo o Parque Estadual do Morro do Diabo,
no extremo oeste de São Paulo; o Parque
Nacional de Iguaçu , entre Paraná
e Mato Grosso do Sul; as faixas verdes em
torno do reservatório da usina de Itaipu;
o Parque Nacional do Iguaçu e o de
Iguazú, na Argentina; e o Parque Estadual
do Turvo, no Rio Grande do Sul.
Segundo Samek, a interligação
poderá garantir a sobrevivência
de espécies da fauna e da flora, que
"com mais facilidade para encontrar parcerias
de reprodução, permitirão
um enriquecimento genético".
No encontro, 200 chefes
de unidades de conservação federais
protestaram contra a Medida Provisória
366 e em manifesto afirmaram que ela viola
os princípios de participação
social na gestão ambiental, reduz a
estrutura do Ibama (Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis)
nos estados e complica o dia-a-dia das unidades
de conservação, ao tirar estruturas
de apoio administrativo e jurídico,
de prevenção de incêndios
e de educação ambiental. A medida
prevê a criação do Instituto
Chico Mendes de Conservação
da Biodiversidade.
O especialista Alekcey Chuprine,
do Centro Agronómico Tropical de Insvestigación
y Enseñanza, na Costa Rica, destacou
em sua palestra, também hoje, que mais
de 30% das atuais áreas protegidas
não se encaixam em qualquer categoria
de manejo, ou seja, não têm objetivos
definidos e "só servem para aumentar
as estatísticas". Ele citou dois
congressos mundiais de áreas protegidas
(em Caracas, em 1992 e em Durban, em 2003)
para mostrar como a função de
conservar o meio ambiente foi enfraquecida
na implantação de novas áreas,
devido à incorporação
de conceitos como o de desenvolvimento sustentável,
entre outros fatores.
O 5º Congresso Brasileiro
de Unidades de Conservação,
organizado pela Fundação O Boticário
de Proteção à Natureza,
reúne até quinta-feira (21)
cerca de 1.700 participantes, de 20 nacionalidades.
Em paralelo ao encontro, realizam-se o 1º
Simpósio Internacional de Conservação
da Natureza e a 2ª Mostra Brasileira
de Conservação da Natureza.
+ Mais
Comissão mista quer
mais recursos para centros de pesquisas ambientais,
diz deputado
18 de Junho de 2007 - Amanda
Mota - Repórter da Agência Brasil
- Manaus - A discussão sobre ações
e estratégias que privilegiem o bem-estar
da Amazônia e minimizem os impactos
ambientais na região decorrentes das
mudanças globais esteve em pauta hoje
(18) na Assembléia Legislativa do Amazonas,
durante a audiência pública feita
pela Comissão Mista Especial sobre
Mudanças Climáticas do Congresso
Nacional.
O relator da comissão,
Renato Casagrande (PSB-ES), diz que o Brasil
precisa definir uma política nacional
de mudanças climáticas. Segundo
ele, a comissão aprovou um relatório
parcial sobre seus trabalhos e agora busca
no governo federal a reativação
do Fórum Nacional sobre Mudanças
Climáticas e a ampliação
dos recursos para centros de pesquisa, como
o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
(Inpa), no Amazonas, e Instituto Emílio
Ghoeldi, no Pará.
"Um de nossos objetivos
é dar apoio a instituições
de pesquisa e subsidiar suas atividades por
meio do repasse de verbas adicionais ao recurso
orçamentário anual. Até
o mês de setembro, vamos discutir os
valores atuais e repensar o orçamento
para 2008", frisou Casagrande.
Para a titular do Amazonas
na comissão mista, deputada Rebecca
Garcia (PP-AM), o primeiro item do trabalho
da comissão para 2007 relaciona-se
justamente a repasses financeiros.
"Estamos preocupados
com esta questão, por isso, já
adiantamos essa conversa com o Ministério
da Ciência e Tecnologia, que faz a distribuição
financeira para os órgãos de
pesquisa brasileira. Acredito que até
o fim do ano esses valores tenham sido revistos
e nossa região, por meio do Inpa, receba
o incentivo".
Na avaliação
do diretor do instituto, Adalberto Val, as
mudanças climáticas vão
impor alterações nos costumes
e no ecossistema da região. Daí
a necessidade de incentivar pesquisas ambientais,
para preparar a sociedade a lidar com as novidades
decorrentes das transformações
ambientais.
"É preciso se
antecipar ao processo de mudanças climáticas
e proporcionar à sociedade a escolha
de alternativas com embasamento científico
diante dessas transformações.
Não se trata mais de discutir se vai
ou não acontecer a mudança,
e sim, em que escala ela vai acontecer. Por
isso é preciso ter informações
robustas sobre o que pode acontecer com a
Amazônia e levar esses conhecimentos
para todo o interior desta região".
O Amazonas é o terceiro
estado a receber a comissão. Antes
disso, o grupo esteve em São Paulo
e no Pará. O resultado das audiências
públicas será organizado em
um relatório a ser publicado até
dezembro e utilizado pelo Congresso Nacional
para promover ações que contenham
e minimizem os impactos negativos das mudanças
climáticas.
De acordo com a deputada
federal pelo Amazonas Vanessa Grazziontin
(PCdoB), que integra a comissão, menos
de dez estados terão a oportunidade
de realizar audiência pública
na presença da Comissão Mista
Especial sobre Mudanças Climáticas
do Congresso Nacional. No mês de agosto,
a Câmara dos Deputados e o Senado Federal
promovem um seminário em Brasília
para tratar do assunto.