Programa irá apoiar
Unidades de Conservação em uma
das áreas mais ricas em espécies
na região, situada entre os rios Tapajós
e Madeira
Belém,, 24 de junho
de 2007 — A Amazônia tem bons motivos
para comemorar. A organização
ambientalista Conservação Internacional
(CI-Brasil), a Fundação Alcoa
e a Alcoa Alumínio S.A. lançam
hoje um programa de apoio à conservação
da biodiversidade em uma das áreas
mais ricas em espécies da região,
entre os rios Tapajós e Madeira, ao
Oeste do Pará e Leste do Amazonas.
O Programa terá a
duração de cinco anos e receberá
R$ 2 milhões das instituições
parceiras. O objetivo principal é colaborar
com a implementação das unidades
de conservação nesta região,
estratégia indicada como sendo a mais
eficiente para proteger a biodiversidade e
conter o desmatamento em áreas de grande
dinâmica social e econômica, segundo
muitos estudos de referência.
A iniciativa é a
expansão de uma parceria que já
comemora três anos. Desde 2004, com
suporte financeiro da Alcoa, a Conservação
Internacional está trabalhando no Parque
Nacional da Amazônia, em Itaituba, no
Pará. “Com os trabalhos realizados
no Parque, percebemos que, se apoiarmos os
gestores das unidades de conservação
e a população local com informações,
capacitação, recursos técnicos
e financeiros, é possível mudar
comportamentos e, em pouco tempo, criar um
movimento positivo em prol da conservação
da biodiversidade na região.
O sucesso desta experiência
fez com que a Conservação Internacional,
a Alcoa e a Fundação Alcoa trabalhassem
juntas para desenhar um programa que beneficiasse
também outras unidades de conservação
na região”, explica José Maria
Cardoso da Silva, vice-presidente de Ciência
da CI-Brasil.
“A Alcoa tem um compromisso
com o uso sustentável dos recursos
naturais. Por meio do diálogo com a
comunidade, promovido em todas as localidades
onde a companhia trabalha, mas especialmente
na implantação da Mina de Juruti,
no Pará, estamos compartilhando a construção
de um empreendimento sustentável, que
busca também a conservação
da biodiversidade. A implementação
efetiva das unidades de conservação,
que serão beneficiadas pelo Programa
de Conservação, é um
dos maiores legados que podemos deixar para
a sociedade amazônica”, afirma Franklin
L. Feder, presidente da Alcoa América
Latina.
Na primeira fase do programa,
foram selecionadas quatro unidades de conservação
como prioritárias para investimentos:
Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns,
Parque Nacional da Amazônia, Floresta
Nacional do Pau Rosa e Floresta Nacional de
Amaná. Estas unidades estão
praticamente conectadas entre si e formam
o núcleo de um novo Corredor de Biodiversidade
na Amazônia, com quase 10 milhões
de hectares, distribuídos entre o municípios
de Juruti (PA), Maués (AM), Santarém
(PA), Aveiro (PA) e Itaituba (PA).
Programa de Conservação
- O Programa será dividido em quatro
componentes. O primeiro tem como objetivo
fazer um diagnóstico da situação
das quatro unidades de conservação
para identificar as ações prioritárias
em cada uma delas. Um detalhado mapeamento
institucional será feito para compreender
as percepções da sociedade local
sobre estas unidades e a capacidade técnica
existente na região para o desenvolvimento
de projetos de conservação.
O segundo componente é
o de apoio à implementação
das quatro unidades de conservação
prioritárias por meio da alocação
de recursos técnicos e financeiros
aos gestores das unidades. Estes devem submeter
projetos para serem avaliados do ponto de
vista técnico e, caso aprovados, eles
passarão a receber o apoio do Programa.
O terceiro componente do
Programa de Conservação visa
a capacitar, por meio de cursos e seminários,
indivíduos e instituições
locais para o desenvolvimento de programas
de conservação e desenvolvimento
sustentável.
Por fim, o quarto componente
objetiva conceder apoio técnico e financeiro
para que os indivíduos e as instituições
capacitadas no componente anterior possam
desenvolver seus próprios projetos
ambientais.
“O primeiro e o segundo
componentes do Programa de Apoio à
Conservação da Biodiversidade
da região Tapajós-Madeira serão
desenvolvidos durante o ano de 2007, enquanto
os outros serão iniciados a partir
do ano que vem. O que a CI-Brasil e a Alcoa
farão é criar um mecanismo de
apoio à implementação
das unidades de conservação
que já existem nesta área.
A execução
das atividades será feita pelos órgãos
ambientais, com a colaboração
da sociedade local”, enfatiza Maurício
Born, gerente de Saúde, Segurança,
Meio Ambiente e Sustentabilidade da Alcoa.
Desenvolvimento sustentável
- Segundo Maurício Mercadante, diretor
de Áreas Protegidas do Ministério
do Meio Ambiente (MMA), a iniciativa lançada
pelas duas organizações está
de acordo com as diretrizes do Governo, que
busca promover o desenvolvimento local e regional
com base na conservação e no
uso sustentável dos recursos naturais.
“Queremos gerar riqueza, emprego e renda.
Melhorar a vida das pessoas sem destruir a
floresta, mantendo-a em pé e o mais
íntegra possível sob o ponto
de vista ecológico”, afirma.
Mercadante retoma a experiência
que uniu várias instituições,
como o Ibama, a CI-Brasil e a Alcoa, em projeto
de apoio ao Parque Nacional da Amazônia,
que teve como um de seus resultados a implantação
de infra-estrutura para o uso público
da área, com a construção
de um mirante e de trilhas interpretativas
no local.
“O turismo, como se sabe,
está entre as mais importantes atividades
econômicas do mundo, cresce em ritmo
acelerado e gera muitos empregos. As Florestas
Nacionais e Estaduais, com a aprovação
da Lei de Gestão de Florestas Públicas,
passaram a oferecer uma oportunidade real
para o pleno desenvolvimento da economia florestal
na região”.
O diretor do Ministério
do Meio Ambiente ressalta que a transformação
desse potencial em realidade vai demandar
investimentos em planejamento, capacitação,
infraestrutura, monitoramento, entre outras
atividades, e acredita que esse desafio só
será enfrentado com sucesso a partir
de uma ação conjunta e integrada
entre governo e sociedade.“A iniciativa da
Conservação Internacional e
da Fundação Alcoa é um
passo importante nessa direção
e conta com o apoio do MMA”, completa.
Por sua vez, Valmir Ortega,
secretário de Meio Ambiente do Estado
do Pará, afirma que “o Governo do Estado
do Pará considera esta iniciativa da
Conservação Internacional e
da Alcoa como um bom exemplo de como o setor
empresarial e o terceiro setor podem se unir
visando a contribuir com a conservação
da biodiversidade de um dos lugares mais ricos
do planeta.
Esta iniciativa complementa
todo o esforço que estamos fazendo,
sob a liderança da Governadora Ana
Júlia, para promover o desenvolvimento
social e econômico do Pará sem
que isso leve à perda do nosso extraordinário
capital natural”.
Biodiversidade local - Entre
a diversidade de animais presentes na região
Tapajós-Madeira, há espécies
endêmicas -- que são encontradas
somente naquela região– tais como a
Mãe-de-taoca-arlequim (Rhegmathorina
berlepschi), uma bonita ave encontrada em
sub-bosques da floresta e que segue marchas
de formigas-de-correição, e
dois pequenos primatas conhecidos como Sagüi-de-Santarém
(Mico humeralifer) e Sagüi-de-Maués
(Mico mauesi).
Além disso, há
registros comprovados de populações
de espécies ameaçadas de extinção,
tais como a ararajuba (Guaruba guarouba),
o periquito verde-amarelo, que depende de
extensas florestas para a sua sobrevivência,
e a arara-azul (Anodorhynchus hyacinthinus).
Fontes:
José Maria Cardoso da Silva, Vice-presidente
de Ciência da CI-Brasil
Maurício Macedo, Gerente de Sustentabilidade
e Assuntos Institucionais da Alcoa
A Conservação Internacional
(CI) foi fundada em 1987 com o objetivo de
conservar o patrimônio natural do planeta
- nossa biodiversidade global - e demonstrar
que as sociedades humanas são capazes
de viver em harmonia com a natureza.
Como uma organização
não-governamental global, a CI atua
em mais de 40 países, em quatro continentes.
A organização utiliza uma variedade
de ferramentas científicas, econômicas
e de educação ambiental, além
de estratégias que ajudam na identificação
de alternativas que não prejudiquem
o meio ambiente.
A Conservação
Internacional tem sede em Belo Horizonte-MG.
Outros escritórios estão estrategicamente
localizados em Brasília-DF, Belém-PA,
Campo Grande-MS, Salvador e Caravelas-BA.
Para mais informações sobre
os programas da CI no Brasil, visite www.conservacao.org
Há 42 anos no Brasil,
a Alcoa Alumínio S.A. é subsidiária
da Alcoa Inc., líder mundial na produção
e transformação do alumínio,
que atua nos mercados aeroespacial, automotivo,
embalagens, construção, transportes
e no mercado industrial.
A Companhia possui 123 mil
funcionários em 44 países e
integra pela quinta vez o Índice Dow
Jones de Sustentabilidade. A Alcoa é
uma das fundadoras da Parceria Americana pela
Ação Climática (United
States Climate Action Partnership - USCAP),
uma associação composta por
10 importantes companhias norte-americanas
e ONGs ambientais dedicadas ao trabalho pela
redução significativa das emissões
de gases causadores do efeito estufa.