5 de Julho de
2007 - Carolina Pimentel - Repórter
da Agência Brasil - Brasília
- O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva afirmou hoje que os biocombustíveis
são a chave para promover a democratização
no acesso à energia no mundo, reduzindo
as desigualdades entre nações
produtoras de energia e as consumidoras. De
acordo com ele, hoje, apenas 20 países
produzem energia para os cerca de 200 países
do mundo.
“Com a adoção
dos biocombustíveis, mais de 100 países
poderão produzir energia, democratizando
seu acesso. Estaremos reduzindo as assimetrias
e desigualdades entre países consumidores
e produtores de energia e prevenindo potenciais
conflitos derivados da competição
por recursos energéticos finitos”,
explicou Lula, na Conferência Internacional
sobre Biocombustíveis, em Bruxelas,
na Bélgica.Lula também cobrou
coerência por parte dos países
desenvolvidos que dizem querer combater o
aquecimento global. Para Lula, não
é possível que esses países
imponham altas taxas de importação
aos biocombustíveis se estão
comprometidos com o meio ambiente.
"Os mesmos governos
que reiteram seus compromissos com o desenvolvimento
sustentável e com a redução
do efeito estufa não podem criar empecilhos
para que os biocombustíveis se transformem
em commodities [mercadorias negociadas em
bolsas de mercadorias] internacionais. Não
podem gravar suas importações
com pesadas alíquotas, que não
aplicam ao petróleo e ao gás”,
afirmou Lula.
Segundo o presidente brasileiro,
a solução está em incentivar
o estabelecimento de um mercado internacional
para o etanol e o biodiesel. Para tanto, é
indispensável que os governos indiquem
claramente ao setor privado sua decisão
de fazer dos biocombustíveis um dos
eixos prioritários de sua agenda energética
e ambiental. “Não podemos emitir sinais
contraditórios”, completou.
+ Mais
Europa vê "benefícios
mútuos" em cooperação
com Brasil nas energias renováveis
2 de Julho de 2007 - Mylena
Fiori - Enviada especial - Lisboa (Portugal)
- O documento com as propostas da União
Européia para a parceria estratégica
com o Brasil menciona a possibilidade de ampliar
a cooperação no Haiti – onde
o Brasil lidera missão de estabilização
há três anos – e sugere trabalho
conjunto em fóruns internacionais para
fazer avançar as discussões
de um acordo global para redução
de gases poluentes após 2012, quando
expiram as metas do Protocolo de Quioto.
A União Européia
também propõe ao Brasil a cooperação
em países de língua portuguesa,
em áreas como a energética –
a exemplo de acordo firmado em março
deste ano entre Brasil e Estados Unidos, para
produção de biocombustíveis.
A cooperação nesse setor é
detalhada em capítulo próprio.
A proposta européia trata como prioridade
o uso de energias renováveis.
“Brasil e União Européia
compartilham a convicção de
que a cooperação nessa área
pode oferecer benefícios mútuos”,
diz o texto, destacando ainda que a Conferência
Internacional de Biocombustíveis, quinta-feira
(5), em Bruxelas, será uma oportunidade
para ampliar a parceria entre as duas regiões.
A Europa ainda elogia os
esforços brasileiros no combate à
pobreza e sugere que o Brasil divida com outros
países latino-americanos – especialmente
na América do Sul - sua experiência
em “soluções inovadoras diante
dos desafios da pobreza, desigualdade, exclusão
social, proteção social e trabalho
decente para todos”. “O peso demográfico
e o desenvolvimento econômico fazem
do Brasil um líder natural na América
do Sul e um jogador chave na América
Latina”, avaliam os europeus.
A Europa sugere ainda reforçar
a cooperação em setores e áreas
de interesse mútuo como questões
econômicas e financeiras, sociedade
da informação, transportes aéreos,
transportes marítimos, ciência
e tecnologia e navegação por
satélite.
A partir do lançamento
da parceria estratégica, que ocorrerá
durante a cúpula Brasil-União
Européia, quarta-feira (4), em Lisboa,
as duas regiões passarão a tratar
da estruturação do diálogo
bilateral, com a definição de
áreas prioritárias para aprofundar
a cooperação.
+ Mais
Petrobras leva experiência
em biocombustíveis à Conferência
do Pacto Global
5 de Julho de 2007 - Nielmar
de Oliveira - Repórter da Agência
Brasil - Rio de Janeiro - A Petrobras vai
levar à Conferência do Pacto
Global, que será realizada hoje (5)
e amanhã em Genebra, na Suíça,
a experiência brasileira na área
de biodiesel. Maior encontro de lideranças
empresariais promovido pela Organização
das Nações Unidas (ONU), o evento
discutirá iniciativas e desafios empresariais
que contribuam para a promoção
de uma sociedade inclusiva e sustentável.
Única empresa do
setor de petróleo e gás natural
da América Latina a participar do Conselho
Internacional do Pacto Global, por sua atuação
nas áreas de responsabilidade social
e meio ambiente – desde 2003 a estatal atua
com base nos princípios do Pacto Global
– a Petrobras será representada pelo
seu presidente, José Sergio Gabrielli.
Entre os temas a serem discutidos
na conferência da ONU estão mudanças
climáticas, direitos humanos e responsabilidade
social e ambiental. De acordo com a assessoria
de imprensa da Petrobras, uma das principais
contribuições da estatal será
a apresentação do trabalho que
desenvolve na produção de biocombustíveis,
com destaque para biodiesel e etanol, com
vistas à evolução para
uma matriz energética mais limpa, com
benefícios ambientais e avanços
sociais.
O Pacto Global da ONU é
uma iniciativa internacional, lançada
em 2000, que tem como objetivo estimular o
setor empresarial a cooperar para a realização
de ações norteadas por princípios
relativos a direitos humanos, direitos do
trabalho, proteção ao meio ambiente
e combate à corrupção.
Na avaliação
da Petrobras, trata-se de uma das maiores
redes de debate internacional sobre responsabilidade
social corporativa, englobando mais de 3.800
participantes de 100 países.
A conferência de líderes
será presidida pelo secretário-geral
da ONU, Ban Ki-moon, e reunirá cerca
de 700 dirigentes empresariais.