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BRASIL AJUDA PERU A CRIAR SISTEMA DE PROTEÇÃO DA AMAZÔNIA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Julho de 2007

10 de Julho de 2007 - Amanda Mota - Repórter da Agência Brasil - Manaus - O Brasil vai apoiar a criação de um sistema peruano de proteção à Amazônia, nos moldes do brasileiro. A decisão foi tomada na semana passada, quando uma comitiva esteve em Lima, capital do Peru.

A informação é do diretor-geral do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), Marcelo Lopes, que liderou o grupo. Segundo ele, a versão peruana vai se chamar Sipan, que significa Sistema de Proteção da Amazônia Nacional.

Para a primeira etapa, ficaram acertadas ações nas áreas de hidrologia e sensoriamento remoto. Lopes explica que, primeiramente, haverá integração das informações para controle do tráfego aéreo e, posteriormente, ampliação dos sistemas em âmbito civil, nos moldes do que já é feito no Sipam. "Neste aspecto, ganham importância a meteorologia, hidrologia, sensoriamento remoto e a criação de um banco de dados sobre a região".

Na área de sensoriamento remoto, o Peru poderá contar com imagens de alta resolução de seu território feitas com utilização das aeronaves R99B do Sipam, informa o diretor. As imagens serão utilizadas em estudos sobre impacto ambiental, desmatamento e biomassa. A capacitação dos técnicos peruanos será feita por brasileiros.

"Nossa permanência em Lima na semana passada foi um segundo passo rumo à implantação do Sipan. O primeiro passo foi dado por eles quando vieram ao Brasil conhecer o Sipam. Agora entramos numa nova fase, que é buscar a obtenção de recursos para estimular essa troca de experiências. Quem sabe o Banco Interamericano de Desenvolvimento possa ser um exemplo de instituição que invista nesse projeto", afirmou Lopes.

Os dois países têm cerca de 3 mil quilômetros de fronteira, no Acre e Amazonas. Como o rio Amazonas nasce no sul peruano, Brasil e Peru têm intensa integração hidrológica. Ao todo, a Amazônia peruana possui 778,5 mil quilômetros quadrados, o equivalente a 61% da área do país.

Em conversas anteriores, o Peru já tinha anunciado a decisão de reforçar e ampliar o controle do espaço aéreo na região de fronteira com o Brasil. As negociações vem ocorrendo desde o ano passado.

Para estruturar o início do trabalho conjunto, os representantes brasileiros reuniram-se na semana passada com diversas instituições peruanas, como Instituto Geográfico Nacional, Instituto Nacional de Defesa Civil, Serviço Nacional de Meteorologia e Hidrologia do Peru, assim como os ministérios da Defesa, Interior, Transportes e Telecomunicações, Energia e Minas, Educação e o Conselho de Ministros.

No mês passado, a secretária-geral da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), Rosalía Arteaga, informou que o Brasil é o único entre os oito países-membros que tem sistemas consolidados de monitoramento. Ela citou o Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam) e o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam). “Nos outros países temos dados, às vezes aproximados, sobre o que acontece, mas não dados muito certos. Com este sistema, acho que vamos melhorar muito”.

O Sipam e o Sivam são projetos complementares, mas cada um com características próprias. O Sivam começou em 11000 e foi concluído em 2005, quando passou a ser chamado de Sipam. Segundo Marcelo Lopes, o Sipam realiza monitoramento e estudos socioambientais, alertando os órgãos competentes sobre fenômenos naturais, como secas, enchentes e incêndios, ações de educação social e suporte à implementação de políticas públicas.

O Projeto Sivam foi dividido em duas partes, a civil, hoje representada pelo Censipam, ligado à Casa Civil da Presidência da República, e a militar, ligada ao Ministério da Aeronáutica, representada atualmente pelo 4º Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo (Cindacta 4), localizado em Manaus.

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Peruanos e brasileiros querem fazer medições conjuntas em rios da Amazônia

10 de Julho de 2007 - Amanda Mota - Repórter da Agência Brasil - Manaus - A primeira etapa de criação de um sistema peruano de proteção à Amazônia, nos moldes do brasileiro e com apoio do Brasil, terá ações nas áreas de sensoriamento remoto e hidrologia, como explicou à Agência Brasil o diretor-geral do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), Marcelo Lopes.

O primeiro já foi abordado em reportagem anterior. O segundo prevê medições conjuntas dos parâmetros hidrológicos, ou seja, o nível de subida e descida dos rios será observado pelos dois países ao longo dos anos. Isso vai contribuir para a padronização de procedimentos, o que, espera-se, ajudará a recuperar rios poluídos ou prejudicados pelo desmatamento.

A capacitação dos peruanos ficará sob responsabilidade da Agência Nacional de Águas (ANA), do Brasil.

"A atividade é importante para ambos os países porque de imediato permitirá o intercâmbio de informações sobre os rios peruanos e brasileiros e futuramente irá contribuir para a recuperação das águas poluídas ou prejudicadas pelo desmatamento", explicou a responsável pela Divisão Ambiental do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) em Porto Velho (RO), Ana Cristina Strava.

A decisão de auxiliar o Peru na elaboração do Sistema de Proteção da Amazônia Nacional (Sipan) foi tomada na semana passada, quando uma comitiva brasileira esteve em Lima, capital do país vizinho.

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Expedição à região onde nasce o Rio Amazonas pode levar a mudanças em mapas

13 de Julho de 2007 - Aline Bravim - Da Agência Brasil - Brasília - O especialista em Recursos Hídricos da Agência Nacional de Águas (ANA) Fabrício Alves apresenta os resultados de viagem de pesquisa sobre o Rio Amazonas
Brasília - A Agência Nacional das Águas (ANA) apresentou hoje (13) um documentário realizado pela jornalista Paula Saldanha sobre a primeira expedição científica de brasileiros e peruanos à região onde nasce o Rio Amazonas, no Peru.

Os pesquisadores já haviam constatado que o Amazonas, e não o Nilo, pode ser considerado o rio mais extenso do planeta. Segundo Paula Saldanha, os estudos começaram há mais de dez anos e "as coordenadas apontaram que os mapas estão atrasados e poderão precisar de mudanças".

Fabrício Alves, especialista em Recursos Hídricos da Agência, participou da expedição no final de maio e disse ser "difícil tirar conclusões nessa primeira experiência, pois temos que analisar o rio em outras circunstâncias". Esses estudos, acrescentou, "são a base para que Brasil e Peru possam ter posições mais definidas sobre a bacia do Amazonas – é diferente das publicações internacionais que temos visto até hoje".

Os pesquisadores analisaram três pontos no Peru considerados como potenciais nascentes do rio: dois localizados no monte Nevado Mismi, e outro no Nevado. Também analisaram a qualidade da água e possíveis efeitos provocados pelo aquecimento global. Segundo Alves, a neve nos montes ficou reduzida ao longo do tempo. “O Brasil tem se sensibilizado que a bacia hidrográfica deve ser estudada com cuidado, para evitar grandes danos no futuro”, disse.

O Ministério das Relações Exteriores vai elaborar um tratado de cooperação científica a ser assinado com o Peru, para dar continuidade aos estudos. Um nova expedição à região onde nasce o Rio Amazonas já está programada para o período de 5 a 15 de setembro, época de seca no local.

Também participaram do estudo pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Instituto Geográfico do Peru.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)

 
 
 
 

 

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