12/07/2007
- Durante períodos de estiagem, e com
o clima quente, os casos de incêndio
em áreas de vegetação
aumentam no Paraná. Para evitar a perda
de remanescentes florestais, a Secretaria
do Meio Ambiente e Recursos Hídricos,
por meio do Instituto Ambiental do Paraná
(IAP), promove um conjunto de ações
de conscientização, educação
ambiental e prevenção de incêndios.
Segundo o secretário
Rasca Rodrigues, estas capacitações
visam atingir não apenas técnicos
e funcionários, mas toda a população
que transita nestas áreas. “Jogar pontas
de cigarro, iniciar fogueiras em ambientes
secos e com vento ou soltar balões
de São João são atitudes
que devem ser evitadas e também denunciadas
por toda a população. Em caso
de incêndio, recomendamos comunicar
imediatamente ao Corpo de Bombeiros, Defesa
Civil ou escritório do IAP mais próximo”,
destacou.
Outra grande preocupação
da Secretaria do Meio Ambiente é com
o alto risco de incêndio, durante períodos
de estiagem, nas unidades de conservação.
O Paraná conta com 61 parques estaduais,
todos eles equipadas com planos de prevenção,
controle e combate a incêndios florestais.
Para isso, técnicos do IAP oferecem
treinamentos aos gerentes e funcionários
das unidades, com a intenção
de agilizar o trabalho de combate a incêndios
e reduzir os impactos causados por eventuais
queimadas. Dentro das unidades, qualquer tipo
de incêndio, a não ser em caso
de treinamentos devidamente autorizados, são
proibidos e considerados criminosos.
De acordo com Marcos Antônio
Pinto, chefe do Departamento de Unidades de
Conservação do IAP - responsável
pela gestão de parques estaduais -,
o trabalho de pronto-atendimento permite que
os casos de incêndio sejam rapidamente
controlados.
“As capacitações
realizadas pelo IAP reforçam a importância
de que existe uma estratégia definida
em casos de incêndio, para que a equipe
seja ágil e poupe tempo. Assim, no
momento em que se detecta qualquer sinal de
fogo, os dispositivos de combate são
imediatamente acionados”, explica.
Os aparelhos disponibilizados
pelo IAP mais usados nas unidades são
os abafadores e os sistemas de aceiros - valas
no chão que cortam a comunicação
do fogo com áreas ainda não
afetadas, e que facilitam o deslocamento de
equipes e veículos até as áreas
atingidas. As capacitações em
controle de incêndio oferecidas pelo
IAP oferecem ainda noções de
primeiros-socorros.
Guartelá - Um exemplo
da metodologia desenvolvida pela Secretaria
do Meio Ambiente, através do IAP, acontece
no Parque Estadual do Guartelá. Em
dez anos de existência do plano de combate
a incêndios houve apenas uma ocorrência,
controlada de forma dinâmica. Segundo
o gerente do Guartelá, Cristóvam
Queiroz, o treinamento realizado no Parque
pelo Corpo de Bombeiros e IAP foi fundamental
para instalar um sistema eficiente de controle
e identificação de focos iniciais
de incêndio.
“Estamos em alerta constante,
descobrimos que é muito importante
conhecer toda a área, ter um bom mapeamento
do local e fazer um trabalho de observação”,
diz Queiroz. Ele destaca ainda o trabalho
de educação ambiental realizado
com os moradores de áreas vizinhas,
que passaram a colaborar, denunciando pessoas
que praticam queimadas. “Com isso, o processo
fica muito mais ágil, possibilitando
medidas rápidas e resultados positivos”,
afirma.
Canaviais – Além
dos riscos de incêndios florestais acidentais,
o IAP mantém-se em alerta constante
para fogo provocado. O modelo de colheita
dos canaviais adotado no Estado, por exemplo,
é feito através de uma queimada
controlada. A área em que se localiza
a cana-de-açúcar antes de ser
queimada precisa de uma licença, que
deve ser retirada junto ao Instituto. Esta
licença, entre outras características,
exige do responsável aptidão
para efetivar uma queimada controlada. Juntamente
com a licença uma série de orientações
práticas é apontada.
Entre as exigências
está o planejamento cuidadoso da operação.
O proprietário deve incluir equipamentos
adequados, mão de obra treinada e medidas
de segurança ambiental. Deve ser realizado
um aviso prévio dos vizinhos próximos
sobre a efetivação da queimada
controlada, e é obrigatória
a construção de aceiros em torno
da área queimada com um tamanho mínimo
de cinco metros, para evitar que o fogo se
alastre.
Já nas regiões
com linhas de transmissão elétrica,
a vegetação deve receber corte
prévio, vigilantes equipados ao redor
da área e um plano de prevenção
e proteção à fauna local
devem ser apresentados. Depois da licença
oferecida, o IAP pode suspendê-la, se
as condições meteorológicas
e ambientais não forem adequadas.
Mata Viva – Com o mesmo
intuito de desenvolver ações
para reduzir focos de incêndios em períodos
críticos, a Defesa Civil realiza o
programa Mata Viva. O programa conta com a
parceria de 25 órgãos, entre
eles o IAP e Polícia Ambiental.
Em 2006, o programa decidiu
abrir conselhos regionais que ficaram responsáveis
pela discussão da melhor forma de prevenção
de incêndios em cada região.
Atualmente existem oito conselhos que atendem
todos os municípios do Estado.
De acordo com o tenente
Eduardo Gomes Pinheiro, da Coordenadoria Estadual
de Defesa Civil, essa regionalização
do programa possibilitou um melhor atendimento
nos casos de incêndio. “Já pudemos
observar que as áreas atingidas diminuíram,
mas ainda é necessário que as
pessoas se conscientizem e façam sua
parte para evitar as queimadas”, afirma o
tenente. Em caso de emergência, o Corpo
de Bombeiros deve ser chamado pelo telefone
193. Para denúncia de queimadas, a
Força Verde atende pelo 0800-643-0304.