17/07/2007 - O secretário
do Meio Ambiente e Recursos Hídricos,
Rasca Rodrigues, participou nesta segunda-feira
(16) da implantação, na sede
da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos
Hídricos, em Curitiba, de um sistema
alternativo de decomposição
de resíduos orgânicos – chamado
de decompositor biológico. O sistema
utiliza minhocas californianas que se alimentam
dos resíduos depositados em um reservatório,
transformando-os em adubo orgânico (húmus).
O decompositor, idealizado
pela KRAS Sistemas de Gestão Ambiental,
foi uma das iniciativas apresentadas na Feira
sobre Uso Consciente de Recursos - promovida
em Curitiba pelo HSBC Bank Brasil com apoio
da Secretaria em junho, durante a Semana do
Meio Ambiente.
Para o secretário
do Meio Ambiente e Recursos Hídricos,
Rasca Rodrigues, o decompositor biológico
deve ser visto como mais uma alternativa para
solucionar o problema dos resíduos
sólidos. “52% do lixo produzido no
país é matéria orgânica
e o uso do decompositor biológico pode
ser o primeiro passo na redução
dessa porcentagem, uma vez que a tecnologia
é simples, eficaz e de alcance da população”,
comentou Rasca.
“Essa é, sem dúvida,
uma idéia que a Secretaria irá
apoiar e ajudar a difundir para que haja uma
mudança de atitude. Temos que nos conscientizar
que o lixo é um problema coletivo e
que nós somos os maiores geradores.
Quando isso acontecer com certeza conseguiremos
uma mudança efetiva”, disse o secretário.
Durante a apresentação
do sistema, feita pelo presidente da KRAS,
Alexandre Schlegel, os funcionários
da Secretaria conheceram o processo de decomposição
biológica para o chamado “lixo verde”
– restos de vegetais e alguns tipos de alimentos
como, por exemplo, o arroz, cereais, cascas
de ovos e pão.
Para a copeira da Secretaria,
Zélia Correa, que inaugurou o decompositor,
a idéia é excelente. “Achei
muito bom. Antes, lixos como a borra do café
e os saquinhos de chá, a gente simplesmente
jogava fora. Agora tem um lugar certo para
isso e ainda ajudamos a preservar o meio ambiente.
Quero um desses na minha casa”, comentou.
Decompositor – Desenvolvido
pela KRAS e chamado de DB-5, o decompositor
biológico é um sistema para
destinação do lixo orgânico.
Nele, os resíduos são colocados
em caixas de concreto onde minhocas vermelhas
da Califórnia e o contato com umidade
e ar aceleram o processo de decomposição
– resultando em húmus, que pode ser
aproveitado para adubar jardins em substituição
à terra preta.
Segundo Alexandre, a caixa
de concreto pode ser feita em dois tamanhos:
residencial (que tem um custo de R$ 280,00
e atende uma família de até
cinco pessoas) e industrial (com tamanho e
valor variável conforme o porte da
empresa).
“No caso do decompositor
biológico residencial, dentro do reservatório
são colocados cinco quilos de minhocas,
que são da espécie Eisenia foetida,
já cultivada no Estado, junto com o
substrato”, explicou Alexandre.
Ele ainda destacou que o
reservatório também é
ecologicamente correto, porque faz uso da
brita leve – restos de sola de sapatos, que
são trituradas e substitui a pedra
brita.
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Seminário debate
licenciamento ambiental da piscicultura
19/07/2007 - A Secretaria
do Meio Ambiente e Recursos Hídricos
promoveu nesta terça-feira (17) o Seminário
“Pesca Legal” para discutir com produtores
de peixes do Paraná as normas e procedimentos
exigidos para a regularização
ambiental da atividade. O Paraná possui
cerca de 22 mil produtores, sendo que apenas
10% das propriedades têm licenciamento
- exigência do código florestal
brasileiro - concedido pelo Instituto Ambiental
do Paraná (IAP).
A falta de licenciamento
ambiental se deve à existência
de viveiros de piscicultura em Áreas
de Preservação Permanente (APP),
por orientação equivocada de
governos anteriores.
“Com a modificação
do Código florestal brasileiro, ficou
proibida toda e qualquer atividade nessas
áreas, não permitindo, assim,
a emissão de licença ambiental
a estes piscicultores. O governo busca agora
a melhor maneira de solucionar este problema
de forma conjunta”, declarou o secretário
do Meio Ambiente e Recursos Hídricos,
Rasca Rodrigues. Ele disse que estas medidas
pretendem assegurar o funcionamento da piscicultura
para assegurar manutenção do
equilíbrio, recuperar a qualidade do
meio ambiente e o desenvolvimento sócio-econômico.
Durante o seminário,
foram debatidos temas como a importância
econômica, social e ambiental da piscicultura,
legislação e soluções
para legalização da atividade.
Ao final do encontro, os produtores apresentaram
uma carta contendo as principais dificuldades
do setor, entre elas a profissionalização
da atividade, organização da
classe e organização da produção.
Evolução -
Para o presidente da Associação
de Piscicultores da Região de Curitiba,
Edelar Comparin, o apoio aos piscicultores
paranaenses aumentou consideravelmente durante
a gestão do governador Requião.
“No passado fomos prejudicados,
pois obtivemos o apoio do governo para produzir
em áreas de preservação
sem instrução técnica
necessária. Sabemos que o licenciamento
faz parte da legislação federal.
Mas o interesse do governo em beneficiar os
produtores é claro, a partir desta
discussão.
Ele mostrou, em ordem cronológica,
desde 1970, as ações de governos
anteriores na piscicultura. “Em 1980 o Programa
Pró-Várzea visava expandir a
piscicultura, incorporando novas áreas
e foi a partir de 1986 que a legislação
mudou e passou a proibir atividades em Áreas
de preservação”, demonstrou
Comparin.
O secretário ainda
destacou que o Governo do Estado, por meio
do Programa “Paraná Mais Peixe” e Programa
de Repovoamento de Rios e Mares, vêm
trabalhando junto às prefeituras na
capacitação e treinamento dos
piscicultores.
Desburocratização
- Segundo o coordenador de Biodiversidade
e Florestas da Secretaria, Francisco Lange,
o governo quer evitar que os piscicultores
sem licenciamento abandonem a atividade.
“Cada hectare da produção
aqüicola gera 3,5 empregos diretos, ou
seja, uma atividade com grande importância
social. Estamos buscando identificar todas
as reivindicações da categoria
em relação ao licenciamento
para a sua regularização e simplificação
dos procedimentos exigidos”, ressaltou o coordenador
e responsável pelo Seminário.
Participaram do evento,
técnicos do IAP, Superintendência
de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental
(Suderhsa), Secretaria de Agricultura e Abastecimento,
Emater, Associações de Piscicultura
do Paraná e da promotoria do Meio Ambiente.
De acordo com o coordenador
do Centro de Piscicultura do IAP em Toledo,
o engenheiro de pesca Taciano Maranhão,
o licenciamento é fundamental para
acesso ao crédito e garantia de investimentos
na qualidade das propriedades. “Tanto o mercado
nacional como internacional exigem adequações
nas instalações, assim como
o Banco exige o licenciamento para liberar
o crédito. Por isso, é fundamental
a discussão de propostas que possam
melhorar a estrutura e buscar a normatização
da piscicultura do estado”, afirmou.
Categorias – A emissão
do licenciamento ambiental para novos empreendimentos
está relacionada a quatro diferentes
sistemas de produção: de baixa
quantidade, larga quantidade (sistema intensivo
e extensivo, onde são produzidas cerca
de 10 toneladas por hectares), pesque-pague
e estações produtoras de alevinos.
“São sistemas que regulamentam e classificam
os empreendimentos para que os processos de
licenciamento sejam feitos com a maior transparência
possível. O produtor deve saber em
qual classificação se enquadra
e cumprir as exigências mínimas
como verificar a existência de mata
ciliar na propriedade e a qualidade da água”,
mencionou Taciano.
Taciano lembrou que o Paraná
é responsável por 20% da produção
nacional de peixes. “Acreditamos que dentro
de três anos iremos atingir o primeiro
lugar com a produção de 30 mil
toneladas de peixe ao ano. Resolvendo a questão
burocrática, o Paraná se tornará
referência para todo o país,
pois outros estados também buscam a
regularização”, reforçou
o engenheiro.